Esquecidos
porque o caminho
era incerto
tomou atalhos;
não chegou onde queria,
mas viu do mundo
o que ninguém viu:
as coisas pequenas
e os esquecidos.
------------------------♥Luciete Valente
Os nossos desejos não podem ser colocados de lado. Quanto mais esquecidos, mais fácil de não realizá-los e assim, maior a frustração com a vida, porque a concretização de nossos sonhos devem primeiro partir de dentro de nós
Desde muito cedo na minha vida, luto em batalhas imaginarias em meu universo interior. O melhor disto é que muitas delas com o passar dos anos se tornam realidade no futuro, e acabo me sinto mais ou menos preparado.
Os velhos, os órfãos, os invisíveis e os esquecidos transitam anonimamente a própria sorte fugindo da morte, na base de todas pirâmides sociais em qualquer lugar.
Os canários coloridos cantam em gaiolas de ouro, trechos de belas canções compostas em noites enluaradas mas os urubus murmuram desafinados nos lixões, ávidos pelas sobras apodrecidas entre as afastadas pirâmides sombrias de restos entre os esquecidos, os desvalidos e amotinados.
Amanheceu...
Frio intenso...
Árvores chorando em sereno...
Nem brisa sussurrando...
Em meu jardim só ?
Pensava ele = o poeta triste =
Rumor dos mortos...
Nunca esquecidos...
Caminhando....
E no silêncio presente...
Doce perfume inebriante pairava...
Nem uma abelha zumbia...
"De onde vem esse perfume?"
Indagava para si, tal qual sino silencioso,sem receber afago merecido...
Enquanto no frio agonizava...
Seus chinelos no chão arrastava...
Em penosa caminhada tremida...
Olhos lhe aguardavam...
Todo seus movimentos sentidos...
"O que será que o poeta vai fazer?"
Perguntam os pássaros uns aos outros...
Sussuravam baixinho...
A hora e o momento não pediam...
Alegres gorjeios...
E na aurora que o dia bebia em taças...
Pelo mel no ar ele se guiou...
Cada pétala...
Cada flor ele encontrou...
Estrelas deixadas na madrugada...
Com as quais se enamorou...
Eis que setembro chegou...
Olho-de-boneca floresceu...
O quanto Deus é generoso...
Só para fazer o poeta sorrir...
Plantou orquídeas em seu jardim...
Sandro Paschoal Nogueira
Embora a morte, algumas vezes, transforme em boa pessoa aquele que foi ruim, a nossa eternidade depende do aqui fazemos.
Isso determinará como seremos lembrados, ou a rapidez com que seremos esquecidos.
Do Azul
Do azul que ainda busca seu rosto, sou o primeiro a beber.
Vejo e bebo de teu rastro:
Deslizas pelos meus dedos, pérolas, e cresces!
Cresces como todos os esquecidos
Deslizas: o granizo negro da melancolia
Cai num lenço, todo branco pelo aceno de despedida.
(tradução de Claudia Cavalcanti)
Bem-aventurados aqueles que esquecem, porque acabam esquecendo-se também da insensatez que cometeram.
O mercado de arte inicia sempre uma revalorização dos artistas mortos, abandonados e esquecidos, não por justiça tardia mas sim pelo simples motivo de não encontrar novos artistas com conteúdo, obra e valores expressivos culturais.
Desde pequeno gosto de ser muito bom com todos aqueles que foram esquecidos, abandonados e se tornaram infelizes pelos caminhos. Sempre soube que os que muito precisam, são tão carentes que não conseguem ter agradecimento e reconhecimento, fácil. São os ossos da dor onde qualquer pequeno gesto de amor, carece. Mas a vida segue, e um dia eles percebem.
Pouco fiz, mas muito deixei para trás
Pouco falei, mas o que se fala é o que se faz
Pouco viajei, mas cada passo que dei, trilha deixei
Em minha morte deixo meu legado
Que por fim, será esquecido e pelo vento levado.
Os românticos
Os românticos são amáveis
São incomparáveis
São inexplicáveis
Brilham ao luar
Amam ao falar
Beijam sem parar
Eles tiram seu melhor sorriso
Te levam ao paraíso
Aonde vc é a constelação perfeita e eles os astrônomos
Que vivem a admirar sua beleza
Muito poucos esquecidos
Guardados com muito carinho
No coração daquelas que foram escolhidas
Que tiveram o prazer de ser reconhecidas
Um dia, seremos esquecidos; no entanto, mais assustador do que o esquecimento, é perder a essência de quem somos em vida — uma condição não física, mas uma perda de identidade e propósito.
Poema
O poema é uma fagulha
Que embala e também estraçalha
É dor que se sente
Ausente.
É vida que reluta
Em continuar.
O poema também é
A voz dos esquecidos
Rutilando na multidão
Uma canção
De tristeza e esperança,
De doçura e força,
De sangue e alma.
O poema é
A nudez das palavras.
Somos esquecidos quando precisamos, somos ignorados quando necessitamos e somos abandonados quando aflitos. Em dificuldades todos dão te as costas, menos o fazedor de milagres: Deus.
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