Esquecidos
Não foi dado a eles a chance de escolher entre os presentes caros e a presença daqueles que eles amam. Talvez ainda haja tempo. corre!
Tem abraços que tira a graça de todos os outros. Deixa saudades, preenche vazios e não são esquecidos.
Alguns são tão egoístas que a sua conduta constrange a pureza das crianças. Filhos órfãos de pais vivos.
Árvore
Tentamos proteger a árvore,
esquecidos de que é ela que nos protege.
''Infelizmente eu não consigo controlar meus sentimentos, nem as reações que eles provocam. Nem mesmo aqueles que já estariam esquecidos.''
SENTIMENTOS ESQUECIDOS
Quando decidi não dar mais oportunidades a mim mesmo de viver algo de novo, você me apareceu, e veio de um jeito rápido mas também ligeiro, remexeu aquilo que estava adormecido, mas não sei se isso é bom ou ruim, pois mais uma vez a história se repete, quando pensei que dessa vez daria certo, vem as surpresas da vida. Ninguém mais sabe gostar com a alma, ninguém mais quer fazer dos momentos únicos eternos. Sendo assim não consigo mais acreditar no sentimento das pessoas, por que ao mesmo tempo que nos sentimos segura, querida, desejada, isso passa a acaba em pouco tempo. Acho que as pessoas perderam o verdadeiro sentido de doar e receber amor. Amor? O que é isso mesmo?
Um mar nervoso formado por pessoas a cada esquina, indivíduos já esquecidos, deitado, jogado, atirado. A cada papelão jogado ao chão, uma história pronta a ser lida.
Esquecidos nas metrópoles...
Ao acordar pela manhã sentiu algo diferente, os raios de sol invadiam o quarto que lhe parecia o mesmo, a cama não lhe era estranha, bastava um leve mexer para se ouvir o ranger conhecido das molas do colchão, continuava só, como já há muito tempo, desde quando, não se lembra bem, ainda jovem, perdera quem amava para uma doença agressiva e intratável.
Ela havia sido a única pessoa que amara de verdade, sua amiga, companheira, confidente, se conheciam intimamente, detalhe por detalhe, todos os medos, os defeitos, as dores do corpo, da mente e do espírito.
As virtudes diferiam um pouco, ela sorria mais, delicadamente vaidosa destinava bom tempo no cuidar dos longos cabelos que chamavam a atenção naquela face quase juvenil.
Ele, totalmente descuidado, cabelos e barba por fazer, achava perder tempo nesses cuidados, só os fazendo vez ou outra para lhe agradar.
Ah, como gostavam de relembrar como se encontraram.
Havia sido num retiro, desses onde muitos vão à busca de silêncio e paz quase que sempre para acalmar algumas das muitas inquietações que lhes incomodavam e, o mais incrível, ambos, de forma tão semelhante, não deveriam estar ali, fora uma decisão de última hora, deixando amigos que partiriam para mais uma festa qualquer.
Diversão igual àquela já não lhes chamava a atenção, até iam, mais para satisfazerem aos outros do que a si mesmos, mas, daquela vez, algo maior os fez mudar de ideia, uma certa intuição, como se fosse uma clamor.
Ao saírem daquele lugar de calma e tranquilidade nunca mais se separaram, continuaram trabalhando, mantendo os laços familiares, frequentavam um lar de velhinhos sem ninguém e um orfanato repleto de crianças de várias idades.
Tinham a vida social que aquele lugarejo permitia, deixaram a vida seguir seu curso, não fizeram planos, só a promessa de que viveriam um para o outro, e assim foi até quando aquele mal interrompeu suas jornadas de felicidade plena.
Porque então acordara e se sentia deslocado nessa manhã e que razões o fizeram percorrer mais uma vez esse percurso que em sua lembrança estava cristalizada?
Algo diferente ocorria, as mãos que trouxera ao rosto eram sensíveis, pele fina e com feridas, as unhas compridas, tentou levantar-se rapidamente, dores sentia pelo corpo que não lhe obedecia.
Erguendo-se com dificuldades sentou-se e, defronte a um pequeno espelho na parede, com atenção nunca tida, olhou e percebeu um rosto com os sulcos próprios de uma idade avançada, por instantes, confuso, se perguntava,
Quem era aquele refletido no espelho, alguém tão diferente e estranho, com poucos cabelos e olhar distante?
Com mais atenção percebera não estar sozinho como imaginava, parecia um grande salão, levantou-se vagarosamente e, andando não mais que dois passos, esbarrou numa cama com alguém encolhido, desviando-se, com mais um passo outra cama e outra pessoa, este sentado à cama, com o rosto do espelho se parecia e, com mais atenção, ainda sem entender direito, viu outras camas mais, chegando mais próximo de alguém com fala inaudível e o braço estendido lhe apontava uma jarra de água.
Perguntava-se, como chegara ali e quanto tempo poderia ter se passado?
Preso à memória de um tempo tão feliz, apenas envelhecera, e como os que ali estavam apenas haviam sido esquecidos.
Em memória aos que viveram num "depósito de velhos" escondido no centro de São José dos Campos, metrópole do Vale Paraíba Paulista, com 600 mil habitantes.
Uma reflexão para um país onde os que envelhecem aos milhões estão perdidos e sem memória.
Por maior que seja o universo haverá sempre um ponto de esperança para aqueles que se acham esquecidos
Velhos fantasmas me visitaram hoje,
e tinha muito mais do que lembrava,
estavam ocultos e esquecidos,
como fantasmas passavam por mim
e eu nem os percebia...
apenas os sentia,
mas nem sequer os compreendia...
A morte vem e leva nosso espirito, sem avisar, sem pedir licença rouba nosso futuro e nos põe na lista dos esquecidos.
Sonhos Esquecidos
Uma dor é não poder viver
O sentir sincero de tudo viver.
Ter a bela experiência quanto lindo
É balão inflado aos olhos fugitivo
Com sonhos antes aprisionados
Em algum lugar onde de fato
Foram deixados ao abandono atroz
Por qualquer outro motivo maior
Em um canto de notória solidão
Intencional por própria decisão.
Tenho notado, que seus lábios já não buscam os meus.
Seu olhar já não se perde no meu.
Tuas mãos buscam contatos, que não com o meu corpo, que ainda deseja o seu.
Seus elogios, hoje críticas, seus carinhos, hoje adormecidos, esquecidos.
O romantismo ficou em livros.
Já não existem mais frases e nem juras de amor.
O eu te amo, distante ainda ouço, com a sensação, que a qualquer momento se esvairá.
Então desejarei ficar surdo para fazer de conta que ainda falas mas sou eu que não escuto.
As verdadeiras políticas públicas são aquelas que são duradouras e direcionadas para a melhor qualidade de vida de um grupo esquecido pelo tempo. Mas quando são direcionadas como moeda de troca de votos de um partido politico se extinguem logo depois da não resposta, pouco depois da próxima eleição.
Não é ficção e sim realidade vergonhosa e triste do estado cultural brasileiro que muitos dos maiores e mais importantes baluartes de nossas artes e de nossas culturas tenham que chegar ao final da vida enfrentando abandono, grande miséria e fome, dependendo exclusivamente da boa vontade, caridade de alguns fieis amigos e da realização de shows beneficentes.
A Lei de Direito Autorais do Brasil vigente é uma das melhores do mundo mas acredito ainda em novos desdobramentos na sua aplicabilidade e contemplação. A exemplo disto creio que deve estar o direito de personagem, interpretação, reapresentação, reprise e re-montagem, uma forma digna de creditar recursos para o artista, ator e interprete velho e portadores de doenças graves. O que é injusto são casos que tem ocorrido frequentemente dentro do meio artístico nacional, personalidades de nossa melhor cultura, esquecidas, abandonadas, vivendo na miséria de favores humilhantes e morrendo precocemente por falta de medicamentos, acompanhamento medico em leitos de unidades publicas sem os devidos recursos. Cabe aos Ministérios da Justiça, do Trabalho e da Cultura brasileiros impor urgentemente estas adequações pois os nossos grandes decanos da cultura nacional brasileira estão morrendo de forma indigna e esquecidos na própria sorte. Por isto peço providencias imediatas para o nosso rico patrimônio vivo da arte e da cultura nacional.
- Relacionados
- Amigos Esquecidos