Esquecidos
porque o caminho
era incerto
tomou atalhos;
não chegou onde queria,
mas viu do mundo
o que ninguém viu:
as coisas pequenas
e os esquecidos.
------------------------♥Luciete Valente
Amanheceu...
Frio intenso...
Árvores chorando em sereno...
Nem brisa sussurrando...
Em meu jardim só ?
Pensava ele = o poeta triste =
Rumor dos mortos...
Nunca esquecidos...
Caminhando....
E no silêncio presente...
Doce perfume inebriante pairava...
Nem uma abelha zumbia...
"De onde vem esse perfume?"
Indagava para si, tal qual sino silencioso,sem receber afago merecido...
Enquanto no frio agonizava...
Seus chinelos no chão arrastava...
Em penosa caminhada tremida...
Olhos lhe aguardavam...
Todo seus movimentos sentidos...
"O que será que o poeta vai fazer?"
Perguntam os pássaros uns aos outros...
Sussuravam baixinho...
A hora e o momento não pediam...
Alegres gorjeios...
E na aurora que o dia bebia em taças...
Pelo mel no ar ele se guiou...
Cada pétala...
Cada flor ele encontrou...
Estrelas deixadas na madrugada...
Com as quais se enamorou...
Eis que setembro chegou...
Olho-de-boneca floresceu...
O quanto Deus é generoso...
Só para fazer o poeta sorrir...
Plantou orquídeas em seu jardim...
Sandro Paschoal Nogueira
Embora a morte, algumas vezes, transforme em boa pessoa aquele que foi ruim, a nossa eternidade depende do aqui fazemos.
Isso determinará como seremos lembrados, ou a rapidez com que seremos esquecidos.
Do Azul
Do azul que ainda busca seu rosto, sou o primeiro a beber.
Vejo e bebo de teu rastro:
Deslizas pelos meus dedos, pérolas, e cresces!
Cresces como todos os esquecidos
Deslizas: o granizo negro da melancolia
Cai num lenço, todo branco pelo aceno de despedida.
(tradução de Claudia Cavalcanti)
Bem-aventurados aqueles que esquecem, porque acabam esquecendo-se também da insensatez que cometeram.
Pouco fiz, mas muito deixei para trás
Pouco falei, mas o que se fala é o que se faz
Pouco viajei, mas cada passo que dei, trilha deixei
Em minha morte deixo meu legado
Que por fim, será esquecido e pelo vento levado.
Os românticos
Os românticos são amáveis
São incomparáveis
São inexplicáveis
Brilham ao luar
Amam ao falar
Beijam sem parar
Eles tiram seu melhor sorriso
Te levam ao paraíso
Aonde vc é a constelação perfeita e eles os astrônomos
Que vivem a admirar sua beleza
Muito poucos esquecidos
Guardados com muito carinho
No coração daquelas que foram escolhidas
Que tiveram o prazer de ser reconhecidas
Poema
O poema é uma fagulha
Que embala e também estraçalha
É dor que se sente
Ausente.
É vida que reluta
Em continuar.
O poema também é
A voz dos esquecidos
Rutilando na multidão
Uma canção
De tristeza e esperança,
De doçura e força,
De sangue e alma.
O poema é
A nudez das palavras.
Não é ficção e sim realidade vergonhosa e triste do estado cultural brasileiro que muitos dos maiores e mais importantes baluartes de nossas artes e de nossas culturas tenham que chegar ao final da vida enfrentando abandono, grande miséria e fome, dependendo exclusivamente da boa vontade, caridade de alguns fieis amigos e da realização de shows beneficentes.
Os canários coloridos cantam em gaiolas de ouro, trechos de belas canções compostas em noites enluaradas mas os urubus murmuram desafinados nos lixões, ávidos pelas sobras apodrecidas entre as afastadas pirâmides sombrias de restos entre os esquecidos, os desvalidos e amotinados.
Desde muito cedo na minha vida, luto em batalhas imaginarias em meu universo interior. O melhor disto é que muitas delas com o passar dos anos se tornam realidade no futuro, e acabo me sinto mais ou menos preparado.
São as preocupações, as intervenções e o auxilio fortuito as mais frágeis criaturas, que fortalecem pouco a pouco, nossa identidade humana a favor da vida. Quando cuidamos dos pequenos, por vezes abandonados e indefesos, nos tornamos melhores seres em comunhão com todo universo.
A gratidao e a lealdade... sao elementos que jamais poderam ser esquecidos e ignorados...simone vercosa
Meus dias são calmos, poucas novidades, grandes problemas esquecidos, amores mal resolvidos e uma saudade enorme de você