Esquecido
A esperança encontrar o significado lógico a razão do equilíbrio esquecido, nada foi escondido apenas não seguimos vê.
No recanto esquecido lá onde a estrada termina, mora o silêncio na mente feliz onde ninguém confronta a paz.
É sobre esquecer o que não quer ser esquecido. Apagar da memória o que faz questão de permanecer, por vezes me pego pensando, mas mudo o foco isso não vai me vencer. São energias manipuladas, vampiros que perseguem sem dó, nem piedade.
Buscar o equilíbrio é necessário.
Contudo, mesmo meu lugar sendo aquele canto esquecido e empoeirado da sua sala, estarei ali, só esperando a hora de ascender o abajur
Guerra
Horas se vão! intervalo esquecido
Quando criança, tempo adormecido
Carrinho de roda descendo ladeira
Atrás do caminhão cheirando a poeira
Horas que se vão, anos dourado
Outono se foi, relógio atrasado
Inútil passado, longa espera
Nem sequer vi abrir a primavera;
Horas que chega em meio ao conflito,
Perde-se o lar houve-se grito
Imenso tremor de terra
Animais se espanta coisa maldita,
Tanta crueldade o mundo não acredita
Crianças morrendo na guerra.
Vivo sem pensar em uma vaga no céu. Talvez por isso Deus não tenha me esquecido. Certeza que não esqueceu. Quando nasci, grande, forte, roliço, segundo minha mãe, me quebraram a clavícula do lado direito. Deve ter doído um bocado. O hospital de Santo Antônio em Maceió, nunca tinha visto tamanha cerimônia. Eram quatro quilos e meio de esperança e nenhum fio de cabelo. Testa espaçosa, orelhas miudas e olhos assustados. Nasceu Jeno Oliveira, quer queiram, quer não. Quem não haveria de querer? Talvez os mosquitos, que não suporto e os mato quando tenho sorte. Coisa chata é mosquito no pé do ouvido da gente. A vida é isso, uns assopram, outros mordem, outros desmerecem. Um cidadão as vezes deixa de ser um, sobretudo, quando é um. Basta-lhe ser um. Nossas virtudes, aprendi com o tempo, nos castigam muito mais que nossos defeitos.
Não é sob a forma de lembrança que o fato esquecido reaparece, mas sob a forma de ação. O doente repete sem saber se tratar de uma repetição. Esse é um princípio psicanalítico de Freud.
Coração vivido,
Coração amado,
Coração magoado,
Coração esquecido,
Coração apaixonado,
Coração muito valente,
Coração de muita gente,
Coração mesmo maltratado,
Coração que luta desesperado,
Coração que trava batalha renhida,
Para seu dono permanecer com vida.
Coração que sente sozinho e sofrido, pede o carinho e o amor sofrendo em tédio de dor e esquecido, a clamar pelo remédio que não pode ser vendido, o verdadeiro amor que quem tem não quer doar, tem sonegado e dado ouvido ao orgulho, deixando o amor encarcerado em seu peito magoado, cheio de rancor e pedregulho.
O PASSADO ESTÁ ESQUECIDO, O PRESENTE ESTÁ DOLOROSO, O FUTURO SERÁ DE NOVAS CONQUISTAS DIÁRIAS, NÃO TEREI TEMPO DE LEMBRAR DE HOJE.
O amor passado, jamais será esquecido... O amor passado, jamais será o mesmo... O amor passado, jamais será insubstituível... Todos temos detalhes que compõe uma canção linda em algum momento de nossas vidas, mas ela não será a única canção, outras virão, os acordes tocados em outras vidas farão bem aos nossos ouvidos. É preciso mudar quando não gostamos da melodia, é preciso mudar antes que termine a trilha. É preciso mudar para ouvir o coração.
A inteligência é uma cama confortável num quarto escuro, a cultura é um livro esquecido neste mesmo quarto e a sabedoria é uma jovem senhora que acende o interruptor, se esparrama na cama e lê o livro
Sou lembrado? Não. Esquecido? Também não.
Sou o quase que a memória não guardou,
a palavra que, antes de dita, secou nos lábios
e foi cuspida com desdém.
Invisível? Menos que isso — sou o que nunca houve.
Nem verdade nem mentira: apenas o intervalo
entre dois pensamentos.
Sou apenas o que o vento arrasta, sem destino,
como um papel amassado que ninguém leu.
O mundo gira, e eu fico à janela,
vendo a luz do entardecer manchar as paredes.
O relógio passa por mim como por um móvel antigo —
ignora-me, e eu ignoro o seu passar.
Estou em toda parte como o nada está —
presente pela ausência,
visível pelo vazio que deixo.
Não me procurem, não me chamem — minha alma é tão leve
que, se um dia cair,
nem o pó se erguerá para recebê-la.