Espinhos
As flores existem para nos lembrar que mesmo em meio aos espinhos é possível manter a delicadeza, é possível florescer bonito e ainda deixar um pouco de perfume mãos de quem nos toca com carinho.
Os espinhos da decepção que me feriram nasceram no pé da expectativa que eu própria plantei, adubei e reguei.
Por inocência ou arrogância a rosa ignorou os espinhos e apaixonou-se pelo cacto, sem saber que ia pagar tão caro pelo seu atrevimento.
Rosa é a flor do amor em tudo que representa, até mesmo nos espinhos que vez ou outra nos ferem, contudo não perdem a essência, tampouco, deixa de ser flor.
Nunca contestei meus espinhos, ao contrário, os aceitei resignada, porque sei que são eles que protegem, a minha delicadeza de flor.
Embora o jardim fosse encantado, nele não havia só flores, havia também espinhos, que apesar de ferir, às vezes, não lhe roubava colorido.
O caminho da vida é o caminho das rosas, cheio de espinhos, mas com a certeza do lento desabrochar para a eternidade.
Realmente não sou flor que se cheire, meus espinhos podem até fazer sangrar, mas não os escondo para que mãos estranhas não me arranquem do seu jardim
A paz não é alcançada quando se arrancam todos os espinhos da roseira, mas quando se é possível dispensar os arames farpados que a cerca
É da roseira que provêm os espinhos que sutilmente nos machuca, mas foi a partir das mãos dos homens a feitura de uma coroa que feriu a humanidade