Espelho
Eu!
Meu eu...
Do espelho ou na afirmação de um pai, nasce o nosso “eu” e no tempo se passado, entranhamos amores e cuidados, magoas e alguns recalques, e ao espelho levados, por flores abençoados, ou por dores de um passado, e naquele que nos espelha, os cristais devem então ser sagrado, e quando o espelho é quebrado, ai sim! Nos conhecemos de fato...
(Zildo De Oliveira Barros)
Na Frente do Espelho
E na frente do espelho vejo a imagem de um
homem... Não rude e nem com aparência de
uma neblina mórbida.
O corvo abatido de palidez sobre o galho seco.
O gato preto que passa pelo espelho.
Que homem é esse? Que de ante de mim vejo?
Planejando a minha própria existência.
Planejando minha vida da que para frente.
Planejando meu presente, planejando meu futuro,
planejando a mim para mim mesmo.
E o frio sobre a cidade recai com gloria sem hora
de ir embora. Sobre cabeças e mentes pela
selva de pedra e concreta.
Então o que é o amor se não a verdade?
A mais pura verdade. E do brilho dos olhos dela
é feita as estrelas do meu universo.
E o mundo é um lugar de pesadelo onde se
nasce e morrer. E por isso cada bebê chora
ao nascer nesse mundo de pesadelo contra
vontade.
Bem vindo a sociedade moderna
Bebezinho! Ao mundo frio e concreto dos homens.
E no alto de uma montanha ou de baixo de
uma arvore lendo um livro ou desenhando
o rosto dela, sim o rosto de Carolina, eu me vejo.
Me vejo como mais um homem, uma espécie
em extinção de si mesma. Autodestrutiva
e destruidora.
Então nessa loucura eu desejo, nessa loucura
eu amo, nessa loucura eu amo a vida e minha
amada Carolina.
E o que importa mesmo? Se não os loucos,
se não os verdadeiros, todo mundo é igual
a todo mundo e é isso que me assusta nesse
mundo.
Fragmentos de espelho
O pulso acelerado é uma dica, a carruagem sem freios corre em direção ao despenhadeiro, a boca que outrora falava frases de amor, hoje regurgita em pequenas doses um amargo rancor da traição, respirar é a minha meta, deixar entrar a ultima gota de oxigênio. Estou morrendo pra vida que tenho, é fato. Assim vou morrendo pras pessoas com atitudes mesquinhas e sempre com os mesmos pensamentos que nunca se reciclam, morrendo vou analisando o passar dos Dias que não voltam mais. Sou refém das minhas escolhas, sou o único culpado por minhas colheitas. Sou forte, sou indestrutível, pensava quando moço, hoje vejo o quanto desperdicei, tempo e forças, com coisas e pessoas que não me acrescentaram nada, nem mesmo desprezo. Feito um Dom Quixote a procura de moinhos de ventos, sonhando com a amada que se foi com um sem honra, sem espada pra duelar. Vou vagando por nuvens brancas de algodão, qual uma criança achando que nunca iria crescer. Na flor da idade, deslizei por muitos corpos, e entre beijos e caricias, em encantos e desencantos, em amores e dissabores. Usando sempre os mesmos artifícios e mudando as mascaras para diferentes corações, sempre pensando no que achava eu, momentos felizes. Criei condições, investi tudo, dei o meu jeito, fui amado, amei, fui sincero, enganado, enganei. O meu grande aliado era o tempo, que muitos viram sucumbir ao temido algoz. Hoje maduro recolho os pedaços de vidas de enganos e erros, onde somente a quebra de todas as amarras que me acorrentam a minha consciência, poderá amenizar a frustração e arrependimento de uma vida de desencontros de ti. . .
( collares - Esta é uma obra de ficção )
Lembranças...
Hoje acordei me olhei no espelho e questionei:
Quem és tu?
Onde você está?
Onde vive?
O que queres?
Abaixei meu olhar, me olhei, visualizei, analisei e questionei.
Que casca é esta? Onde arrumei este casulo que me esconde do mundo...entristeci...olhei minhas mãos ensanguentadas, quentes lágrimas rolam na minha face...olho meu tórax cadê meu coração? Um buraco...um buraco imenso...uma ferida...uma chaga profunda onde um dia existia a máquina mais potente do mundo...um coração, tento me erguer minhas pernas não obedecem ao comando da minha mente...choro, um choro denso, forte, copioso...olho minhas pernas estão laceradas, dilaceradas, envergadas pelo peso da solidão, solidão que embaça meus olhos, nubla meus sentidos e me faz questionar...qual o sentido da vida?
Procuro me aquietar e as lembranças flui, como um trem descarrilhado, célere, minha vida passa aceleradamente diante de mim, doces lembranças do som da criança que sempre fui, vejo um vislumbre da mocinha cheia de sonhos e sorridente, me recordo da jovem senhora com crianças no colo sempre a sorrir, me volto e olho o roto do arroto que me tornei, vejo retalhos de todas elas nestes restos diante de mim, me olho, me recupero, me regenero e descubro que estou pronta para partir...
Sinto novamente meu pranto escorrendo manso na despedida deste casulo que me serviu, me despeço da carne e com uma última olhada me dispo dela e dou meu último suspiro antes de partir...parto sem medo, sem receio, sem temor...pois meu corpo fica, mas as lembranças levarei comigo pra sempre, sempre, infinitamente, eternamente na hora de ir.
Theo Lanusa
Não podemos negar que o reflexo daquilo que se vê diante do espelho é apenas uma amostra que os seus olhos, mesmo com auxílio de óculos, ainda estão enxergando. Por esse motivo, não adianta tapar o sol com a peneira, visto que, estar no lugar certo na hora errada, pode acabar com a sensação de que você está ficando com o rosto inchado. Sendo assim, faça a coisa certa ou então veja como é ser carregado pela camisa.
SÃ FILOSOFIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Vi no aço do espelho, que não sou de aço;
no silêncio da noite, que não sou eterno;
disse o terno que a morte não escolhe roupa
e a roupa não cobre minhas indecências...
Vejo a vida com olhos de nudez completa,
como vejo que o tempo é a pele da história,
sua glória está justo em abrigar a alma
da verdade ou do sonho do que ninguém sabe...
Há nas cores do mundo a certeza da treva,
tudo mostra que o nada se reconsolida,
já no meio do todo recomeça o fim...
É assim que detenho as ambições afoitas,
dou à lida os esforços de pessoa sã,
sem as vãs agonias do querer demais...
OLHEI PARA O ESPELHO E DISSE BONITO HEIM... MAIS UMA VEZ SAIO SORRINDO ATOA COM MOTIVOS PARA CHORAR!
Fui Mirar-me
Cecília Meireles
Fui mirar-me num espelho
e era meia-noite em ponto.
Caiu-me o cristal das mãos
como as lembranças do sono.
Partiu-se meu rosto em chispas
como as estrelas num poço.
Partiu-se meu rosto em cismas
- que era meia-noite em ponto.
Dizei-me se é morte certa,
que me deito e me componho,
fecho os olhos, cruzo os dedos
sobre o coração tão louco.
E digo às nuvens dos anjos:
"Ide-vos pelo céu todo,
avisai a quem me amava
que aqui docemente morro.
Pedi que fiquem amando
meu coração silencioso
e a música dos meus dedos
tecida com tanto sonho.
De volta, achareis minha alma
tranqüila de estar sem corpo.
Rebanhos de amor eterno
passarão pelo meu rosto
Meu coração de terno preto,
chorando a morte da expectativa
do vazio que via no espelho
contando a sorte de alguma cura
quando olhar pra traz e tiver certeza
de todo bem que você não me fez
vou respirar, deixar de procurar beleza
juntar frações do que sobrou de mim
Se quiser conversar comigo me encare como faz diante do espelho, em sinal de autocrítica, não sou de muitas palavras então não tenho tempo, nem espaço para meias verdades. Se for para se ofender atoa, por favor, me evite.
Eu me exergo e cada vez que me deparo em frente ao espelho, tenho certeza: sou do bem, vivo na minha realidade e não passo em cima de ninguém. Não sou volúvel e piso sempre com os pés no chão buscando meus objetivos.
As vezes acho engraçado, engraçado pensar que já fui um bebê.
As vezes me olho no espelho e quando me vejo, raramente vejo além de sombrancelhas, olhos, nariz, boca e cabelo.
Raramente olho dentro dos meus olhos, sendo assim dificilmente vejo que meu reflexo é mais que uma aparência.
Mas quando me olho nos olhos, vejo quanto caminhei, quantas batalhas travei, quanto ganhei e perdi, que mais que um reflexo, sou a história de cada um dos dias que vivi, de todos que estive lá.
Quando me olho no espelho de verdade, vejo de onde vim, onde estou, e para onde desejo ir.
Quando penso no tudo que vivi, sou grata, grata por cada experiência, por cada ensinamento, por cada chance, por cada momento que pude ser eu.
Das muitas maravilhas de se viver, talvez uma de nossas maiores riquezas seja podermos ser nós mesmos.
Diante do espelho
a Mulher chora enquanto tenta se maquiar...
Entre uma lágrima e outra que seca
para o rímel aplicar, vai buscando forças
para o dia enfrentar
Já serviu o café para a família,
Crianças banhadas e vestidas,
estica as cobertas às pressas e dá uma olhada nas horas.
Vestida para o trabalho, cata bolsa e celular,
chama as crianças
e na passagem pela cozinha ainda lembra
de algo para o almoço do freezer retirar...
Sai em disparada cumprindo o diário ritual:
Escola, trânsito, horários, compromissos e obrigações
Ufa!!!Chega ao escritório!
Confere o cabelo no espelho do elevador,
respira fundo, coloca um sorriso nos lábios
e entra dizendo um sonoro "Bom Dia"!
Cika Parolin
Meu amor por você morreu, pelo menos é o que eu repito na frente do espelho todos os dias. E é o que vou continuar repetindo, ate que não sobre um único vestígio seu impregnado nas ideias sobre amor ou decepção.