Especie
Aquele menino trazia na testa a marca inconfundível: pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber porquê, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar. Essas são as escolhidas — as que vão ao fundo, ainda que fiquem por lá.
Não sobrevive a espécie mais forte, mas a que se adapta à mudança.
O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar faltório na vizinhança. As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para cultura. Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento - corte, namoro, noivado, etc...- era abreviado. O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para sua caverna. Com o passar do tempo este método foi abandonado , por pressão dos buffets, das lojas de presente e das mulheres, que não admitiam um período pré-conjugal tão curto. O homem precisava aproximar-se dela, cheirar seus cabelos, grunhir no seu ouvido, mordiscar a sua orelha e só então, quando ela estivesse disraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a caverna.
Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.
E quem ama o máximo, sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma - encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo? No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la.
"Sentia vontade de chorar, mas não saía lágrima alguma. Era só uma espécie de tristeza, de náusea, uma mistura de uma com a outra, não existe nada pior. Acho que você sabe o que quero dizer, todo mundo, volta e meia, passa por isso, só que comigo é muito freqüente, acontece demais."
Um número cada vez maior de pessoas acreditava que havia sido um erro terrível da espécie descer das árvores. Algumas diziam que até mesmo subir nas árvores tinha sido uma péssima ideia, e que ninguém jamais deveria ter saído do mar.
O diploma serve apenas para constituir uma espécie de valor mercantil do saber. Isto permite também que os não possuidores de diplomas acreditem não ter direito de saber ou não serem capazes de saber. Todas as pessoas que adquirem um diploma sabem que ele nada lhes serve, não tem conteúdo, é vazio. Em contrapartida, os que não têm diploma dão-lhes um sentido pleno. Acho que o diploma foi feito precisamente para os que não o têm.
Ver o pôr do sol e, por um segundo, sentir uma alegria enorme. Depois, uma espécie de medo sem pergunta e a tristeza crescendo fazendo nascer a vontade de morrer. Ou de viver ainda mais, com muito mais intensidade.
O amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável). O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade.
Nós somos tão necessariamente loucos que seria estar louco por uma outra espécie de loucura, não estar louco.
Nós somos uma espécie avançada de macacos em um planeta menor de uma estrela mediana. Mas nós conseguimos entender o universo. E isso nos torna muito especiais.
Perguntas fáceis de biologia.
O que seria da espécie humana,se não existissem animais?
R:> entraría em extinção
O que seria de algumas espécies animais,se não existissem humanos ?
R:> existiriam até hoje.
Para mim, foi como se você fosse uma espécie de demônio, conjurado de meu inferno pessoal para me arruinar.
MENINOS
Espécie inconstante.
Máquina ambulante.
Age por instinto.
Pena, eu não sinto.
Meninos sensíveis.
São aqueles incríveis.
Fazem de tudo pra agradar
e não têm medo de chorar.
Meninos cruéis.
São aqueles infiéis.
Fazem de tudo pra te ter
e depois pra te esquecer.
Meninos carentes.
São aqueles freqüentes.
Pois precisam de carinho
nem que seja um pouquinho.
Meninos espertos.
São aqueles incertos.
Despertam amor numa mulher
sem saber ao certo se quer.
Meninos tolinhos.
São aqueles novinhos.
Que ficam apaixonados
no primeiro beijinho.
Para ser um cristão você precisa acreditar que por 98 mil anos a nossa espécie sofreu e morreu, a maioria das crianças morrendo no parto, a maioria das pessoas com uma expectativa de vida de 25 anos, com fome, batalhando, guerreando, sofrendo, tudo isso por 98 mil anos, enquanto os céus observavam com completa indiferença. Então, há 2 mil anos, os céus decidiram ‘já chega disso, acho que é hora de fazermos alguma coisa’, e a melhor maneira de fazer isso seria condenar alguém a um sacrifício humano em algum lugar da região menos instruída do Oriente Médio. Não vamos aparecer para os chineses, por exemplo, onde as pessoas sabem ler e estudar evidências e ser civilizadas. Vamos ao deserto e façamos outra revelação lá.
Isso não faz sentido. Não é algo que não pode ser acreditado por alguém que pensa.
Por que eu fico feliz que este é o caso? Para chegar ao ponto do que há de errado no outro lado do cristianismo, porque eu acredito que os ensinamentos do cristianismo são imorais.
O [ensinamento] central é o mais imoral de todos, o da redenção vicária. Você poder jogar os seus pecados em outra pessoa, o que é vulgarmente conhecido como ter um bode expiatório.
Eu posso pagar a sua dívida se eu te amo. Eu posso ir para a prisão no seu lugar se eu te amar muito. Eu posso me voluntariar a isso. Mas eu não posso te redimir dos seus pecados, porque eu não posso abolir a sua responsabilidade, e eu não deveria me oferecer para fazer isso. A sua responsabilidade precisa permanecer com você. Não existe redenção vicária.
Muito provavelmente não existe sequer redenção. Isso é apenas wishful thinking (NT.: Pensar que algo é verdadeiro só porque queremos que seja), e eu também não penso que wishful thinking seja bom para as pessoas. Isso consegue até poluir a questão central, a palavra que eu acabei de usar, a palavra mais importante de todas: a palavra amor, ao tornar o amor compulsório, ao dizer que você tem que amar. Você tem que amar ao seu vizinho como a ti mesmo, algo que você na verdade não consegue fazer. Você sempre acabará falhando, então sempre poderá ser considerado culpado.
Ao dizer que você tem que amar alguém a quem você também precisa temer. Um ser supremo, um pai eterno, alguém de quem você deve ter medo, mas também deve amar. E se você falhar nessa tarefa, novamente é um pecador imundo. Isso não é mentalmente, moralmente ou intelectualmente sadio.
E isso me traz à objeção final, que é: esse é um sistema totalitário. Se houvesse um deus, que pudesse fazer essas coisas, e exigir essas coisas, e que fosse eterno e imutável, nós estaríamos vivendo sob uma ditadura sem direito de apelação. Uma que jamais poderia mudar. Uma que sabe o que pensamos e pode nos condenar por crimes de pensamento. Nos condenar a uma punição eterna por ações que nós estamos fadados desde o início a tomar.
Por tudo isso – resumindo; eu poderia dizer bem mais – eu digo que é algo excelente que não exista absolutamente nenhum motivo para acreditar que nada disso seja verdadeiro.”
O comunismo fabricou três dos maiores carniceiros da espécie humana - Lenin, Stalin e Mao Tse-tung. Lenin foi o iniciador do terror soviético. Enquanto os czares russos em quase um século (1825 a 1917) executaram 3.747 pessoas, Lenin superou esse recorde em apenas quatro meses após a revolução de outubro de 1917.
Nenhuma espécie ama tanto a liberdade quanto a espécie humana, e nenhuma outra consegue perde-la com mais facilidade.