Espaço
Há um pensamento que diz que só devemos nos expressar desde que o temos para dizer seja mais importante que o silêncio. Ainda não encontrei algo para postar aqui que seja mais importante que esse espaço em branco. Aguardem.
Há tantas coisas acontecendo no mesmo lugar. Há tantos caminhos levando aonde se quer chegar. Há tantas vozes gritando ao mesmo tempo. Há tantos pontos cercando um mesmo centro.
... Labirintos, raízes... O cérebro. Um órgão. Um espaço no qual giram incontáveis universos!
Não se pode viver na superficialidade e na casca das coisas:
Precisamos reencontrar o caminho que nos leva ao lugar do coração, a esse espaço interior onde somos nós mesmos, onde nascem nossos desejos e nosso anseio de ganhar as alturas. Lá ouvimos as batidas do coração, o arfar dos pulmões. Percebemos que, na medida em que fazemos espaços, em que nos desapropriamos de nós mesmos o Senhor pode se aproximar e tomar de nós. Seremos habitados pelo Mistério.
O tempo sofre de percepção individual assim como a felicidade. O espaço é este lugar onde o tempo pode parar para criar aquilo que transforma o vazio em alto encantador, repleto de possibilidades de ser feliz.
O espaço é uma fração de tempo entre um pensamento e outro, o lugar ideal onde encontram-se as possibilidades infinitas de criatividade.
Ao não suportar um tanto a mais uma situação ou certas pessoas você ter alguma espécie de sentimento que está fracassando é algo comum, pois fundamenta-se no medo que sentimos de enfrentar o vazio que uma perda produz. Mas se lembre quem é mais importante. Quando há vazio, há espaço para ser preenchido. Aproveite.
ultimamente me sinto perdido
no tempo e no espaço
virei aquele famoso
maluco no pedaço
não sei se estou certo
nem se eu deveria ser julgado
mas quem é quem pra me julgar
nesse planeta alucinado
alucinado pela confusão
alucinado também pela maldade
me vejo no meio de tantas ilusões
que nem sei o que é verdade
talvez eu tenha perdido o medo da morte
me sinto até mais forte
mas talvez eu tenha medo da vida
e vivo contando com a sorte
nem sei quem eu sou
não sei o que pensar
quem diz saber
não se deve confiar
eu posso estar num abismo
perto do fundo do poço
mas não perco minha fé
creio que alguma força está conosco
talvez seja tudo um teste
tenho que aguentar até o fim
até porque se eu não viver
quem vai viver por mim?
enfim
esse é meu desabafo
mais um poema perdido
em meio ao tempo
e o espaço
ass:maluco no pedaço
Ensaio sobre o tempo e o corpo: entre ocupar e preencher
O tema era as doenças da alma. O psicanalista declara: a alma se coloca no espaço do sintoma, que longe de ser um substantivo, é uma ação. É o corpo gritando o que nos planos mais sutis já é claro: onde está meu conteúdo interior?
A alma preenche o corpo daquele que lhe confere tempo.
Mas...quem tem tempo hoje?
Einstein compreendeu que medimos o tempo em função do espaço. Vivemos nosso tempo para conquistar espaços externos: trabalho, casa e carro. E, de fato, conquistamos todos eles. Percorremos distâncias cada vez maiores e, cada vez mais, dizemos: eu não tenho tempo. Paradoxalmente, quando os espaços e o tempo estão completamente ocupados, estamos vazios.
Utilizamos a lógica do ocupar em lugar de preencher. Ocupamos um corpo, mas não o preenchemos. Nossos corpos são tratados como carcaças. Os alimentamos e exercitamos como forma de obrigações para que continuem nos levando até onde precisamos. Em linguagem bruta, tratamos como um carro que abastecemos para que leve para o shopping. O objetivo é manter funcionando. Quando não quer pegar, nos irritamos. Nossos corpos são utilizados como meio, sem perceber que ele é o próprio fim. Pense bem, você só é considerado existente nesse mundo porque está em um corpo, seja lá qual for a condição dele.
A relação que mantemos com nossos corpos reflete a relação que temos com o nossos tempo. Apenas ocupamos, mas não preenchemos.
Mas o que é preencher?
Enquanto a ocupação dialoga com espaços externos, o preenchimento é amigo íntimo. Ou seja, é do espaço interno. Aqui, o tempo se torna eterno. Já ouviu a expressão “parecia uma eternidade”? Ou “eu nem percebi o tempo passar”? Como se vê, a eternidade do tempo existe tanto para experiências ruins quanto boas. Em todas, você esteva imerso em algo muito bom ou muito ruim. Percebemos, então, que o tempo existe enquanto percepção.
Fazemos exercícios porque disseram que teríamos que fazer, mas não procuramos uma atividade que nos traga prazer. A academia se torna, claro, uma tortura. Buscamos trabalhos para pagar nossas contas sem nos perguntar quais são, de fato, nossas habilidades que transcendem a percepção do tempo. Passamos de atividade em atividade dando “check” em obrigações e implorando para que o tempo, por favor, passe. E rápido!
Inconscientemente, pedimos: vida, por favor, passe. E rápido!
Nossos corpos são veículos que nos permitem preencher nosso tempo. Quando começamos a olhar para ele, começamos a dialogar com nossas almas.
Hoje eu acordei e, antes de comer, sentei para escrever. O tempo passou, eu sequer percebi. Um amigo esses dias contou que estava fazendo o bolo de aniversário da sobrinha e, quando viu, já era madrugada. São apenas dois exemplos em que corpo e mente estão no mesmo lugar e o tempo foi esquecido.
Tempo preenchido é tempo esquecido.
O preenchimento está onde você, de fato, está. Quando você está em um lugar, pensando em outro, realmente, falta algo. E pior, você está querendo fugir de onde o seu corpo está. Comece a perceber as contradições entre seu corpo (onde estou?) e sua mente (onde eu gostaria de estar?).
No tempo, você percebe que o preenchimento é mais da ordem do estar. Estar em nós. Enfrentar o tédio e descobrir qual melodia somos capazes de criar quando estamos a sós. Normalmente, fugimos de nós. Buscamos o outro. Ou buscamos lugares. Tudo é desculpa para ocupar e não preencher.
Estar em nós é saber exatamente o que nos faz esquecer o tempo quanto estamos sozinhos. Para esquecer, é necessário perceber que ele, de fato, existe. Precisamos sentir a sua finitude para o corpo e sua eternidade para a alma, comunicá-los, para, então, transformar o tempo em preciosidade.
Vencer
Faz parte do dia, faz de conta que é normal fingir a noite.
Não corra de nada, não espere que aconteça.
Enquanto existir essa calma, não morra por dentro e não sofra por nada, pois jamais vai encontrar o que quer.
Seja rápido,o mundo não espera.
Grite bem alto, os gritos velados no fundo da alma.
Mergulhe nesta vida, ela é sua, o mundo é seu!
Venha, preencha esse espaço, pequeno?
Não se sufoque, todos têm os espaço que criam...
E você? Foi apenas o que conseguiu preencher?
O espaço é um vazio
Que ao ser preenchido com a existência de tudo
Passa a chamar-se tempo
E nele somos todos estranhos
A procura incessante da auto compreensão
E só espera aquele que não sabe o que buscar
Pois o tempo sem nós
Volta a ser espaço vazio.
A internet deveria ser usado como um espaço de ensinamento e aprendizado, assim como os artistas que estão na mídia deveriam ocupar este tempo para ajudar a politizar seu povo com educação e cultura.
Para aprender fumar, beber e cheirar e ser corrupto no Brasil não é preciso trilha sonora, nem fundo musical
Me diga onde estou, ao menos que horas são?! Perco toda noção de tempo e espaço. Apenas sinto meu coração.
Entre o verão e o inverno
O natural não se busca, acontece como a primavera vem do nada nascer e brotar,
O tempo significa as noites mais longas do ano, pontuando nos ponteiros que já é tarde,
E azul marinho vem inundando o espaço, onde se localizam e se movem os astros.
Contudo o tempo percorre acelerado imitando um instante com ele ao lado,
Parecemos o contrário, mas quem foi que disse que para sentir precisa ser igual à outra metade do seu lado?
A gente busca comprova que, algumas vezes esses corpos apenas de objeto, costumam se beijar por beijar,
Que os mesmos se abraçam para frio não sentir, aquecer-se de outro tem que ter por quê.
Mas tem que ter sentido, tem que ser sentido,
Tem que ser florido, tem que ser contínuo,
Entre o frio e quente de tons e sons,
Tem que ser rítmico esse som que do vem coração,
Acredite, faz sentido eu estou sentido,
Que a órbita celeste mudou, que esse mês de setembro,
Os dias se tornaram mais longos e com ele ao lado rápidos.
A gente decidiu violar o tempo,
Invadir um ao outro sem adentrar,
Sorrindo perdendo-se no sorrir do mar,
Rir do tudo e rir do nada,
Parecemos duas crianças sem graça, a gente foi meio assim,
Do nada por tudo, por um acaso do nada.
Um dia de cada vez, assim estamos a seguir,
Como a primavera que vem a surgir nos dias chuvosos,
A gente coincide assim, todos os dias algo vem a florescer e o frio na barriga a consumir,
Quando o igual é tudo de mais novo que você tem.
Quando o beijar é um ficar sem jeito e ficar com graça, há isso não tem preço,
É só com a pessoa certa, ela te deixa sem resposta,
Então nos encontramos e nos conhecemos ao nos olhar,
E lá naquele breve dia a gente foi o começar.
Ação oposta à outra e provocada por ela; foi à resposta,
E essas interações de dois corpos transformaram-se em um ou vários compostos diferentes dos iniciais;
Acontecem entre o verão e o inverno como duas ligações,
Seja por perda ou adição a gente acontece reagindo entre si,
Aquecemos-nos assim, entregues por adição.
Setembro de primavera.
Continuamos medindo o tempo como quem mede uma noção, usando o movimento de uma ação como referencial de outra.
a luz não anda no tempo, mas sim no espaço.
Limpe o jardim da vida...Tire da frente o que só ocupa espaço para florir o que de fato é importante pra você.