Escuridão e Morte
MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ
A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.
Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
Oh! caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!... Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.
Uma existência é um ato.
Um corpo - uma veste.
Um século - um dia.
Um serviço - uma experiência.
Um triunfo - uma aquisição.
Uma morte - um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!
Ai! por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas. Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa. Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental.
Grato, pois, meus amigos!
Manifestamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que "o espírito sopra onde quer".
E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.
Que o Senhor nos abençoe.
ANDRÉ LUIZ
Até no lugar mais árduo consigo sentir paz, até na morte irei sorrir, e se um dia o sol escurecer a lua não aparecer e o dia não amanhecer eu não temerei por que sei que o Senhor és o meu Deus.
A MORTE
A morte flagela-me
Fecho-me num quarto escuro
Dentro de um verso
Que eu tentava escrever
Palavras transpiradas de mim
Dentro de um poema inacabado
Rasgo-me o peito de dor
Para não o escrever
Letras que tentam fugir da morte
Entre os dissabores do meu corpo
Tento não enlouquecer
Nas vogais que me enlouquecem
Na insana sina esta a minha
Saboreio sem força esta insanidade
Perfeita ou imperfeita dum poeta
A morte fecho-me num maldito quarto
Sem portas, janelas ou luz alguma
Sem conseguir escrever coisa alguma.
A morte também chora comigo.
As lágrimas escorrem sobre a tua face fria e escura, tão sombria.
Posso ver a morte chegar.
Aquele choro doía tudo por dentro e, nos dava uma enorme sensação de tristeza.
Eu, vendo aquele espírito chorando, pedindo por mais uma chance de misericórdia de coração arrependido, posso ver a morte chorar.
A procura de paz no seu peito machucado e ferido.
Não podendo fazer tal coisa, aquele espírito fez com todas as almas que ele mesmo levou para o inferno, se comoveram.
Mas nada podemos fazer o príncipe das trevas, o rei de todas as almas, no mundo dos mortos, também chora.
A morte também chora por sua morte.
Naquele lugar de almas perdidas, a morte também chora de saudades e solidão.
Nós a acompanhamos no ritmo meloso, também choramos por estarmos mortos.
Choramos por estarmos mortos.
"A gente precisa perder o medo,medo do escuro,
medo da vida,medo da morte,medo de tudo,
e se jogar no mundo, abusar da sorte!"
E mais do que pensar na vida minha querida,eh pensar na morte,pobre e fria,escura e solitaria,vagando pelo mundo em busca de almas.
Fechada
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Entre a angústia que aperta a morte que é certa
Nada é a escuridão para quem é filho da solidão
Chora menina,chora no seu quarto escuro
O que temer desse mistério,confinada em um cemitério
Se apenas os mortos a ouvem chorares
Deus não te ouve orar
Chora menina,chora no seu quarto escuro
De nada nos adianta odiar quando já nos foram matar
Assim que inútil é gritar,a saída é escondida chorar
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Espere que um dia hão de se compadecer
aqueles que tu deixas te bater
Espere que olhe a um oprimido outros olhos refletindo caráter destruído
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Permita-me ceder meu lenço,pois lágrimas, há muito, dispenso
Não faço da vergonha meu véu nem da minha dor, alheio troféu
Chora menina,chora no seu quarto escuro
Chora a inocência perdida,chora sua alma vendida
Chora a dádiva jamais concebida pois o amor na sua vida é chaga proibida
Chora menina, chora no seu quarto escuro
Caia a lágrima que significa, derrame o sangue que purifica
Feche os olhos, entregue-se boa irmã
Regozije no inferno, princesa de Satã
Chora menina, chora no seu quarto escuro
Mas antes de se afogar em sua sangria, antes de apodrecer sua carne doentia
Peço que não tente por mim chorara beleza que a vida me foi roubar
Chora menina, chora no seu quarto escuro
Até que um dia ouçam seu sussurro nunca irá querer ver seu futuro
Antes seu rosto escondido que no inferno da consciência arder
Chora menina, se ainda te restam lágrimas para chorar
Se ainda há algum dejeto a derramar ainda há sangue para jorrar
Há uma alma para trocar, se ainda espera se salvar
PENUMBRA
Por onde andas a vida?
Só consigo ver a morte
Só vejo o escuro
Não consigo ver a luz, pois ela me machuca.
Eu vivo tão assim
Muito mais pra lá
E muito menos pra cá
Por onde andas a velha busca
Por onde anda o novo encontro que barra o nosso encanto
Será que é pelos cantos
Lá onde há tantos prantos
Somos, vamos
Não sei o que e nem pra onde
Que isso não me espante
Ou me aponte o caminho dos moinhos longínquos errantes.
A solidão e um livro onde o tema e morte, a capa e escura e quando se ler aprende a lidar com os mais misteriosos sentidos da vida.
Mesmo que a vida passe , que o limiar da morte chegue , mesmo que as vistas escureçam , o meu coração sente coisas , nunca jamais imaginadas !!
Oh mãe morte já chegou meu dia
Oh mãe morte está escuro não enxergo
Oh mãe morte o que me dizia?
Oh mãe morte não fiz nada por mim, não fui concreto
Oh mãe morte estou com olhos ardendo
O mãe morte minhas cinzas serão levadas ao vento
Se quando eu não tinha sua companhia mãe morte sempre me senti ao seu lado
Não sorri, não vivi, só estive acorrentado
Mãe morte vi o que todos fizeram por eles e simplesmente copiei
Mãe morte minha vida eu simplesmente desperdicei
Mãe morte estou triste te encontrei sem roupa, sem nenhum dente na boca, minha vida não terei outra
Choro muito mãe morte
Choro a beira da morte
Morte triste,fria,vazia,
sente-se o cheiro a mofo,
das casas caídas,perdidas,
sozinhas,escuras,sem luz,sem vida.!
Alguns temem o escuro, outros a morte, alguns temem a solidão, e outros, até entendo, temem a desilusão Mas eu, por minha vez, não tenho temor por coisas assim, tão mundanas e nem mesmo o castigo divino, meu temor é partir deste mundo sabendo que fui só mais um alguém em um lugar qualquer e ter consciência de que nunca fui ou fiz nada na vida de alguém, saber que eu tinha tudo para fazer a diferença e fiquei de braços cruzados. Meu maior medo é ter vivido apenas por viver e ter sido só mais um qualquer em qualquer lugar e um ninguém na vida de qualquer um.
E naquela noite escura um labirinto de ruas escuras espalhava-se a minha frente, e a morte esperava-me em cada esquina...
Simplesmente É
É fera ou ferida
É morte ou a vida
É escura, é acesa
É prato, é mesa
É saudade, é tristeza
É usura, é avareza
É luxúria, é pobreza
É peso, é leveza
É arte, é lazer
Sou eu, é você
É feto, é embrião
É café, é o pão
É a vontade, é a fome
É a mulher, é o homem
É o ouro, é a mina
É o menino, é a menina
É o ser, é o querer
É o ter, é poder
É rainha, é o rei
É o lugar...
Onde amar, será lei.
Perdoe-me morte, tenho medo do
escuro
Perdoe-me morte, não gosto de
"pás"
Perdoe-me morte, mas eu não caibo
nessa caixa de
madeira
Perdoe-me morte mas não voltarei a ser
o que eu era;
nada...
O (medo) é consequência da nossa mente, ter medo do (escuro), medo da (morte), medo de (perder) e vários outros . Porém temos que entender e controlar nossos pensamentos, o (escuro) é fácil de combater usando algo luminoso. A (morte) temos que aceitar, que ela é a única certeza que o ser vivo pode ter.
(Perder) a gente só perde aquilo que nunca nos pertenceu ou fomos descuidado. O melhor a se fazer é aceitar e lutar pra conquistar oque é pra ser ganho e quando ganhar saber valorizar.