Escuridão
Afinal a escuridão era ele próprio, e o medo era os seus cabelos, os sonhos sua alma e o desejo teu coração, pois bem deu para perceber que não estamos falando de um garoto qualquer mas do DOM DE SONHAR
Somos luz e escuridão,
o bem e o mau está em nós.
Vamos escolher o nosso bem
ou pensar no bem do próximo,
e deixar com que outros façam nossa felicidade?
Eu vou seguindo na escuridão da noite , na neblina da madrugada , ao som de uma guitarra e com a voz arranhada.
Em cima de um velho piano está a minha sorte, radiado de velas em chamas para que em meio de lamas eu possa me achar.
Parece que o sol resolveu se esconder pra deixar a escuridão aparecer por alguns instantes. Parece que ele quis deixar a chuva cair para ver se ao menos ela conseguia limpar minha alma.
Moderação e bom senso podem sim evitar transtornos. Luz demais pode ofuscar, e escuridão densa nos cega.
Então eu acordo e vejo a estonteante escuridão, resvalam as horas, surge o brilho do dia envolvendo a imensidão. Remeto-me ao céu, aquele infinito azul de algodões que vagam singelos por sob nós, onde os pequenos pássaros audaciosamente deixam seus rastros assim como o amor. Do chilreio dos grilos aos verdes campos da Tanzânia, da imponente águia ao beijo mais tímido, do audacioso guepardo ao singelo arrepio de um sussurro, da sutileza das brisas ao abraço mais apertado, da noite chuvosa ao jantar a luz de velas, do onipotente Everest ao brilho dos seus olhos. Hoje sei que não importa: onde, como, porque, por onde, por qual pensamento, caminho, direção, percurso, pois o meu coração simplesmente me guia em direção ao amor.
O brilho
Antes só havia escuridão
Era indescritível todo o terror
Era triste só tinha ilusão
Em minha vida não havia amor
Foi de repente que o Sol apareceu
E fez brilhar a alegria dentro de mim
Todo sentimento lindo pude sentir
Depois de sua vinda
O brilho apareceu em minha vida
Estou cega.
Vejo a escuridão.
Sou um apêndice.
Posso ser substituída a qualquer momento.
Estou só em meio à multidão.
Nesses dias, andei lendo uma novela que inclusive recomendo a todos que são dotados de um intimismo e percepção psicossocial aguçada.
A hora da estrela, de Clarice Lispector.
Simples, porém de uma dimensão estarrecedora.
Até que ponto ao estar, não estamos ?
Até que ponto deixamos para viver, renascer, apenas quando nos deparamos
com a morte ?
O ser humano evoluiu tanto , ampliou conhecimentos e atingiu um ego de valor desproporcional para não reconhecer o óbvio: Estamos fadados a solidão.
Não percebemos a presença e importância do outro ao nosso lado porque estamos cegos por um individualismo e falta de tempo que não nos permite compreender a dor do próximo, acalentar uma alma, sermos altruístas, austeros.
Não somos.
Escrevemos auto- ajudas a milhares por pura indagação para praticarmos miséria em uma sociedade cada vez mais hipócrita e só.
Sim, só.
Abandonada.
Creio até que um dos maiores problemas da humanidade daqui uns anos, e não irá demorar muito, será a solidão e a profissão mais ascendente será aquela voltada para a psicologia.
Pagamos e pagaremos cada vez mais à alguém para nos ouvir, simplesmente isto: ouvir. Pois, dentro de nossa própria casa, ou algo que se possa chamar de lar (?), não há quem tenha tempo ou ânimo para isso.
No momento em que escrevo, ato confesso, acaba de entrar em minha sala de aula dois jovens acadêmicos do curso de psicologia para avisar aos alunos da instalação de uma espécie de “plantão psicológico” em minha escola.
Falo a verdade , não apenas num ato retórico de ceder comprovação ao que escrevo.
Coincidência, não?
Será?
Deixemos.
Estamos vivendo um “ locus horrendus” ?
Não sei o bem, todavia, vivenciamos um dilema humano: Reconhecer quem está em pé ao nosso lado na fila do supermercado, sensibilizarmos com a dor do outro marginalizado que padece de fome nas ruas , compreender o próximo que assim como eu é dotado de capacidade e inteligência.
Não é tarefa fácil, embora pareça.
Estamos acostumados ao ego e ao “eu” exacerbado que acabamos por esquecer que sim, ACORDE, vivemos em sociedade.
Repito: vivemos em sociedade e não apenas existimos em sociedade.
Devemos viver como seres sociais que sabem relacionar de forma recíproca e humana.
Ando convencendo-me ainda que a questão de “ser” humano perdeu, ou vem perdendo, a sua essência que é a humanização.
Estamos cada vez mais mecanizados , como uma esteira de produção, e agimos presos a rotina.
Como podemos observar na filosofia fetichista, o ser é “coisificado” e a coisa é “humanizada”.
Pobres mortais.
Meros mortais.
Reconheço que minhas palavras possam soar ácidas e um tanto esdrúxulas e até mesmo leigas perante o tema que abordo. Porém, como bem sabem, eu apenas transbordo.
Despejo através de um emaranhado de palavras o que minha mente propõe.
Ah, e vejam só, ainda é dia , chuvoso, eu sei, mais ainda o é !
Portanto, beije sua mãe e abrace quem está ao seu lado neste momento, ou alguém mais próximo.
Por que não ?
Ouvi dizer que não dói e que carinho faz um bem danado e expira tudo de negativo.
E meus parabéns, feito isso, você acabou por viver e não penas existir.
....
O tempo é voraz.
Escorre pelas mãos, meu bem.
Ás vezes, a “ficha” só cai quando as mesas já estão vazias.
Tô com medo, de me perder e descobrir que essa escuridão não é minha, mas dos outros, medo de descobrir que me tornei não quem eu queria, mas quem os outros gostariam.
"EM UMA ESCURIDÃO PROFUNDA, BUSCO UMA SAÍDA... MAIS APENAS VOCÊ PODE ME SALVAR DAS TREVAS DA SOLIDÃO, POIS EU TE DIGO, TE AMO DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO."
Quando a escuridão me consome,e traz consigo a tristeza,percebo finalmente q toda felicidade do mundo vem acompanhada de lágrimas..
Quando a escuridão consome meus pensamentos,percebo que você é a única fonte de luz,que me salva da solidão..