Escritor
ERROS E FALHAS são alertas e avisos de que algo precisa ser mudado. É na verdade uma oportunidade para arriscar no desconhecido e dar a si mesmo uma chance de renovação e crescimento. Quantas vezes ficamos estagnados, até que algo dá errado e nos obriga a levantarmos em busca de um novo lugar (Nelson Locatelli, escritor)
A FELICIDADE DA VIDA vem do ato de fazer tudo com boa dedicação e certeza de que o resultado final será a colheita farta de doces frutos (Nelson Locatelli, escritor)
POR QUE? ocupar a mente com pensamentos absurdos, e o coração com sentimentos mesquinhos, por que, não ariscar, ficar pensando que pode ser perigoso, deixar mais uma vez para depois, por que, reclamar e se ausentar no momento que é preciso providências, por que não afirmar: “eu serei muito em breve muitas coisas felizes acontecendo”. (Nelson Locatelli, escritor)
TORNE-SE MAIOR que as lembranças negativas, que os pensamentos de medo e incertezas. Pense que o daqui a pouco virá e lhe conduzirá à lugares de sentimentos bons, e uma felicidade grande tomará posse de você, e lhe fará em pessoa (Nelson Locatelli, escritor)
DIGA ADEUS ao desamor, apoiado na certeza de que o sol há de brilhar outra vez, e a luz há de entrar e aquecer o teu coração de amor e paz (Nelson Locatelli, escritor)
Descobri criança, de forma chocante, que eu não era eterno e que ia parar num buraco um dia. Foi quando entrei num cemitério no dia do enterro do meu tio
A angústia é um cair num infinito e medonho precipício, ficando à espera de atingir um solo que nunca chega
Hesitações proparoxítonas
Faz sentido o sacrifício defendendo um símbolo,
Receber pelo empenho um risível óbolo,
Entregar-se decidido ao embalo rítmico
Ao saber que o castigo será logarítmico.
Por temer que um abraço falsamente cálido
Há de me deixar na certa para sempre inválido
Hei de escafeder-me logo, evadir-me lépido.
Nada desse amor perverso, desse abraço tépido.
Tentação, hei de enfrentá-la num processo rápido.
Fico longe do encanto desse fruto vápido.
Sucumbir como se fosse simples erro médico.
Esse drama é da alma ou é ortopédico?
As paixões ou os credos têm algo exótico
Não se curam com sermões nem com antibiótico.
Deixam traços, cicatrizes, eis o lado cômico
Sem contar com sérios danos no plano econômico.
Eu que gostaria tanto de ser eutímico
Vivo em contradições, viro ciclotímico
Por um ideal difuso num ambiente tétrico
Tento conciliar opostos, tento ser simétrico.
E em vão almejo agora tornar-me apolítico
Já é tarde, fui omisso. Meu estado é crítico.
Colocado sempre á prova – me tornei litófago
Tudo engoli sem pena do meu pobre esôfago.
Indignado, mas nem tanto... Fúria ilegítima
Para que posar de mártir, não sou uma vítima.
Seja pois o desabafo um atalho lírico
Para o meu esconderijo almejado, onírico.
Pois política, amores são males análogos
Que jamais foram curados por meros diálogos.
Vislumbrar em tudo isso um aspecto lúdico?
Sinto falta para tanto de um saber talmúdico.
Levanto de madrugada por uma ideia forte que me desperte... Todo grandioso pensamento exige urgência em ser anotado - se não ele some num limbo qualquer do cérebro. E se isso ocorrer, mesmo que se esforce, nunca mais se lembrará dele...
Críticos Carreirolíticos
Bem sabe, depois que as caravanas foram passar,
Todos de uma vez se puseram a observar
Latidos caninos que as acompanhavam,
Mas de forma alguma atrapalhavam.
Outra, porém, é a sina do artista,
Pois, por melhor que seja, acredita que resista
A investidas cegas desses críticos?
Numa palavra: são 'carreirolíticos!'
Não há autor, ator ou prima dona,
Seja ela encantadora ou solteirona,
Que resista a um epíteto mordaz.
Responderá sorrindo: Tanto faz?
Pois, nesse caso, vai palpite de amigo
Esse aí é o domicílio do perigo!
Desprezar a corja ululante,
A pretexto que o alvo segue avante,
Desprezando os atos da matilha
É esquecer que essa camarilha
Tem o poder de vida ou de morte
Sobre carreiras. Não o fazem por esporte.
Mas, por serem desprovidos de ideias
Destroem sem pudor obras alheias.
Tão fácil é dizer: ‘Isso não presta’,
Com ar soturno de um final de festa!
Jogar no lixo um autor que ia avante
Como fazia o Flávio Cavalcanti.
Quebrava discos? muito bem , esses senhores
Numa penada destroem os autores.
Isso porque com seu poder mediático
Ressaltam num tom denso e enfático,
Ser a leitura desse pobre diabo uma besteira.
Outros fizeram melhor. E a peneira
Que eles ao serviço do público deixaram
Soterra infelizes que tentaram
Por um momento, ou menos, um segundo,
Deixar o pensamento vagabundo
Soltar uma imagem. Que importa
Se um amor eterno escala a aorta.
Mas imaginem quanta leviandade!!
Exclama enfurecida a ‘autoridade’
Essa metáfora, essa alegoria
Provém de quem ignora anatomia.
E vão falando sobre a veia cava:
´Por ela corre sem parar a lava
Dos sentimentos que esse pobre autor.
Um misto de palhaço e trovador,
Que de modo absoluto ignorava
Ser rota do amor veia cava’.
E a metáfora se perde na história,
O grande crítico a retira da memória
De quem por um acaso a decorasse
a amasse
interpretasse
Rotulasse.
O papel glorioso da aorta,
O sofrimento? Ora, letra morta...
Meus parabéns, meu caro amigo crítico,
Receio agora ter que ser político.
Terei que reduzir minhas patadas
Pois prezo muito minhas obras publicadas.
Desafiar você? Nem tento,
Não vou fazer pipi contra o vento.
Contudo , ó crítico, respeito-lhe o cetro,
Sobeja-lhe razão prá mais de metro
O seu oficio apreciaria a distância
Pontificando em algum jardim de infância
Impondo suas regras sem moral.
Ó crítico, egresso de um Mobral
E para poder espetar você de jeito
Eu acrescento: Mas que Mobral mal feito!
Dizia o Ionesco :estúpido animal
Louvando sua mente vegetal.
Quando uma idéia assim incubo,
O ventilador espalha o adubo.
Talvez a situação seja esquerda,
Mas todo crítico, afirmo, é uma merda.
antes regressar pela força da saudade do que por um constrangido arrependimento de ter ido e fracassado
quando se planta absurdos na mente das pessoas, alienando-as, se colhe a desordem mental como consequência disso
As crianças andam com medo de borboletas, pisam em lagartixas, tacam pedras em pássaros por não apreciarem seus cantos, e os homens concretam todo e qualquer sinal de terra fértil, queimando ou cortando árvores e contaminando os frutos e lagos, criando córregos onde antes eram rios, para viver sob seus objetos materiais que acham ser mais valiosos do que a gratuidade da generosa e linda natureza
Sem percepção, ficamos assim: presos num interior de uma caverna escura, deixando de conhecer a incrível luz exterior, pois os que se posicionam como detentores da única e absoluta verdade, e que coercitivamente nos querem servos, ingênuos e devotos, e que afirmam proteger-nos dum suposto mau terrível, travam-nos cruelmente, boicotando nossa curiosidade, dizendo de forma alienante que, se sairmos da caverna, seremos devorados por um monstro medonho lá fora
Na condição limitada de nossa existência, deixamos a vida frustrados, resignados em saber que conhecemos muito pouco, pois não há tempo hábil para tomarmos contato com todas maravilhas que a vida nos oferece numa passagem curta e cheia de obstáculos ou empecilhos criados muitas vezes pelo próprio homem
Eis uma trilha sonora sublime: a resposta daqueles que superaram as crises adolescentes como, por exemplo, o primeiro amor, as primeiras decepções, os primeiros enganos e conseguiram amadurecer para superar novos obstáculos sem a mesma dramatização da inexperiência...