Escritor
Vento do Sul
Conta-se por aí que um cachorro corria de vez enquanto por um campo aberto e cheio de flores .
Conta-se que nem mesmo vento podia acalmar.
Até que um dia um corredor de nuvem o envolveu e o encobriu .
Parece que a grande nuvem o envolveu por completo mudando a sua cor.
Dias depois só ocorrido havia apenas uma penugem desconhecida no ar.
Como o vento pode acalmar a tempestade?
Como o ar pode trazer novos ventos e contentamento com cores, plumas e sabores?
De noite a brisa mansa, de dia o sol escaldante
Meia lua conta uma história e o poeta parafraseando
Digo isso ao vento e ao mar
Digo isso de noite e ao entardecer
Conta-me o segredo do sol
E as peripécias da lua não me serão escondidas.
Do norte e do Sul
Do vento e do ar
De palavras soltas e desconexas
Comecei a salmodiar
Como era linda a flor do campo
E como os lírios são de encantos mil
Valente é aquele que não tem medo do ar
Forte é aquele que resiste as tempestades
E a inteligência do pensamento se rende a magia intensa do bem querer.
E até quando me vem de noite a lembrança de um mundo desconhecido?
No dia em que a tempestade chegar
Me lembrarei do entardecer suave e gentil
Até que novamente possa ouvir o canto dos pequeninos que me encantam.
Estrela vespertina
Estrela vespertina.
Matutina.
Que vem cedo, que anima.
Com seu caderninho a desenhar.
Estrela que desperta. Que alerta.
Que nossa Vida precisa mudar.
E pensar no lado certo da consciência
Despertar.
Para se afastar do abismo que insiste,
Nessa Vida. Por capricho. Tudo roubar.
A nossa mais preciosa fonte. Anima de
Energia, para fazer com alegria.
Esse mundo brilhar.
Estrela continua. Perto de Você,
É nosso lugar.
Se tão generosa. Não é para
Se mostrar. É para clarear o
Caminho. Para que; nas pedras.
Os pequenos do caminho.
Corra o risco de tropeçar.
Marcos fereS
Conversa genealógica sobre a experiência alheia
15 anos grávida, casou-se rapidamente, para reparar um erro com outro. Errar é totalmente humano, o humano é totalmente errado. Teve 2 filhos, se divorciou aos 19, hoje com 36 está desquitada a 17. Conheceu um subgerente de 24 numa festa beneficente, estão casados há 3 anos, tem uma filha de 8 meses, do segundo relacionamento firmado juridicamente. Seu primogênito está com 21 e deu-lhe um netinho a 1 ano e meio; a filha do meio fez 18 e não pretende se casar. A família se reúne rigorosamente aos sábados à tarde, para churrascos no quintal ou agradáveis piqueniques no parque.
Ela, o atual marido, o ex-marido, os 2 filhos do primeiro casório, o neto, a filha do segundo, a esposa do ex, os três filhos dela com o primeiro esposo, mais o filho do marido, com a segunda esposa dele e o pequenino filho da empregada, que insistiram em trazer. Sem comentar os 2 cães labradores, do pai da esposa de seu primeiro cônjuge e as sogras, sogros, tios, tias, sobrinhos, primos, avós e afilhados. Quando guardavam os utensílios, depois do piquenique da semana retrasada, confessou para a recente esposa de seu ex, que a relação dela com o atual amante não vai lá muito bem, o casamento há algum tempo está em crise.
Mas conheci os teus amores,
Eu conheci as tuas dores,
Os teus temperos e sabores,
A tua chama, lutadora, a flamejar.
Poesia Pandêmica
Teu sorriso esfacelou,
Tua esperança esfacelou,
Teu sonho esfacelou,
Ela não vai voltar.
Não foi o vírus que a matou,
Foi o desprezo pela vida,
De quem nem mesmo a conheceu.
Não conheceu os teus amores,
Não conheceu as tuas dores,
Os teus temperos e sabores,
A tua chama lutadora a flamejar.
Tua missão esfacelou,
Teu projeto esfacelou,
Tua presença esfacelou,
Ela não voltará.
Não foi o vírus que a matou,
Foi a tolice desmedida,
De quem negava o inegável.
Quem a matou não se deu conta,
Que a negligência contamina,
Não há vacina, pra estupidez.
Ele nem mesmo a conhecia
E suas inofensivas idas e vindas,
Ceifaram vidas, arruinaram vidas.
Não me recordo dos teus nomes,
Nomes demais pra recordar,
Nomes demais pra mencionar.
Mas conheci os teus amores,
Eu conheci as tuas dores,
Os teus temperos e sabores,
A tua chama, lutadora, a flamejar.
Talvez seja isso mesmo.
Eu sou alguém com bagagens até demais.
Então me perdoe por desabar.
Eu sempre me preocupei em agradar, mas hoje eu só estou tentando me segurar.
Ainda existem perguntas sem respostas, então não ligue pro meu silêncio.
Considerações aos meus demônios de papel.
Eu sempre estou no céu eu nunca me esqueço, eu nunca deixo de sentir.
Quando tudo está escuro, cada gota se transforma em corredeira.
Não existem sombras para me esconder agora.
Estar na beira de um colapso e não gritar.
Pensar e respirar, me segurar e não chorar.
Talvez seja só isso o que eu sempre fui.
É o que eles veem, nada mais.
Eu sou uma peça sem quebra-cabeça,
girando e forçando o meu encaixe.
Tentando entender os barulhos a minha volta.
E mesmo assim, eles ainda cobram o que eu nunca pude pagar.
Me perdoe se eu não quiser falar.
Exedi o meu limite de sentir, exedi a minha forma de gritar.
E eu sinto muito se isso desagradar, mas se quiser ficar, pegue um lugar.
Se quiser ficar, entenda o meu lar.