Escritor
Escritos
A rajada gelada cortava seu beiço,
Estava gripado, tomado de tosse,
Cada pisada causava um tropeço,
Parábolas eram sua única posse.
Um bípede barbado,
Com roupas sovadas,
Cabelo cacheado
E calças rasgadas,
A frase lúdica que ele repetia,
Não era música, não era poesia,
Mas a enfática que ele pretendia,
Era sua voz rouca quem transmitia.
São apenas escritos,
Escritos apenas,
Escritos transcritos
E reescritos.
Não surpreenda-se
Com o que não é surpreendente,
Estamos muito surpresos ultimamente.
O conformismo é o lar do que não foi,
Resguardo para o que jamais será.
O maior problema que ao crescido cabe,
É alimentar a presunção de que tudo sabe.
São apenas escritos,
Escritos apenas,
Escritos transcritos
E reescritos.
A rajada gelada cortava seu beiço,
Estava gripado, tomado de tosse,
Cada pisada causava um tropeço,
Parábolas eram sua única posse.
O conformismo é o lar do que não foi,
Resguardo para o que jamais será.
O maior problema que ao crescido cabe,
É alimentar a presunção de que tudo sabe.
A frase lúdica que ele repetia,
Não era música, não era poesia,
Mas a enfática que ele pretendia,
Era sua voz rouca quem transmitia.
Presença, amor e devaneio
Não duvides que lhe traga
As manhãs alongadas
E nem te deixes confusa
Nas noites mais desatadas.
Os versos que plantaste
Em minha boca
Ardem sossegados à espera de teus beijos.
Se houver vazio
Tentarei renovar as ausências
E volver oceanos
Para inundar tua ilha.
O amor tritura lentamente
As pedras do caminho,
E meus canteiros agitam opulentos
À afogar tua ânsia,
E as espumas de teu dia a dia.
Dialogo com tua aceitação,
E abraço teus carinhos enfardados
No ventre insinuante de tua pelve.
Livro: Travessia de Gente Grande
Ademir Hamú
Processo Seletivo
Zoraide eliminou Alberto
Zoraide eliminou Edegar
Zoraide eliminou Ítalo
Zoraide eliminou Oscar
Zoraide eliminou Ubaldo
Zoraide gamou em Ziraldo
Ziraldo foi aprovado.
Algumas situações são inexplicáveis, outras situações simplesmente não precisam de explicação, ela não precisava, eu precisava dela.
Aquele lugar inteiro estava em uma imundice só, uma baderna infernal; lixo, sujeira, pilhas de tranqueiras trancando a passagem, um piso encardido, ambientes encardidos, móveis encardidos.
Ela acordou depois das 10h, deveria ter saído às 9h30; uma cara amassada pelo sono profundo da madrugada, um rosto belíssimo. Dizer que vê-la naquele estado matinal era encantador seria pouco, vestindo um pijama completamente esgarceado, desbotado e terrivelmente sensual, ela era toda errada e comum.
Na maioria absoluta das vezes dispensava qualquer formalidade e etiqueta, era anti-etiquetas, fossem sociais ou em vestimentas informais, era informada, era formada e briguenta.
Seu relaxo era charme, a negligência consigo mesma, forjava sua singularidade. Empurrou o portão, saiu. Na rua, na realidade mundana, era o centro, o centro de convergência, centralizava a atração.
Os homens mais velhos pérvidos, em suas mentes podres tinham fantasias nojentas, instantaneamente, enquanto ela cruzava de uma ponta a outra das esquinas.
Os garotos jovens, alimentavam sonhos inocentes (ou nem tanto), a respeito de terem consigo uma garota como aquela, marcando presença, imponência onde estivesse.
As mulheres mais velhas, recordavam a juventude de quando foram atraentes; outras que nunca foram atraentes, recordavam quando quiseram ter sido.
As mais novas odiavam-na, por seu desleixo, que ainda assim e talvez graças a isso, hipnotizava os machos civilizados, queriam matá-la e o faziam em suas mentes invejosas, queriam ser ela.
As bem novinhas, ficavam maravilhadas vendo-a, não a comparavam com um conto de fadas, pois princesas não eram largadas daquele jeito, mas neste instante percebiam que não precisavam, nem precisariam pertencer ao reino da fantasia, notavam que também poderiam ser normais, indo de encontro ao desconhecido nível da tosca beleza.
E sem nenhum atributo aparentemente amável, chamariam de uma forma ou de outra a incansável e disputada atenção.