Escritor
O Brasil é um país extremamente supersticioso, se é um dos maiores do mundo não cabe a eu afirmar. Esse mundo de simpatias é um desconhecido mundo de absurdos.
E por falar em escolhas, quem nunca foi questionado pelas suas? Uns preferem plantar milho, outros, cacau; alguns em saciar o doce da graviola e outros a acidez do cupuaçu.
Escolhemos os caminhos mais difíceis, porque nossos sonhos dependem deles.
A reflexão emoldura-nos caminhos. E existem caminhos que, aparentemente, são para uns seletos grupos pré-escolhidos pelo destino. E que merda de destino é esse, que nutre predileções. Às vezes demora pra entendermos que nesse quesito destino não existe. Triste seria da humanidade se ela fosse um fruto predestinado ao fracasso. Onde estaria a força motriz de nossas escolhas?
É preciso algo a mais para fazer a diferença: nossos gritos de protestos jamais encontrarão refúgio duradouro se não formos antes de tudo pra casa e pensar o nosso país. E pensar é refletir, raciocinar, analisar e concluir pra só depois agir!
Caramba! Como eu achava que com o grito poderíamos mudar o mundo. Até faz uma pequena, mas superficial diferença, mas em suma, temporária.
Quando eu estava no topo do jambeiro tentado tirar o olho da árvore, para que ela não crescesse tanto, ouço a conversa de Pádua com o meu pai, que acabara de voltar de mais uma tentativa de busca por emprego, mas sem sucesso – O que precisamos é de um governo socialista, só assim veremos as mudanças em nosso país.
O que é um governo socialista? Pergunto mais tarde ao seu Pádua, que com uns resmungos tentava explicar, mas como eu não havia entendido nada me retirei. Alguns anos depois eu viria a entender, (...).
Seu Pádua jamais veria Lula e seu socialismo governar o país; morreria um tempo antes. Mas tenho certeza de que jamais estaria satisfeito com o resultado de um governo que caminha para o totalitarismo.
Em minha casa, é claro, o sol cheirava a incenso. O reflexo batia na janela através das folhas do jambeiro. Chegava de mala e cuia com o início da manhã e só se despedia quando todos nos recolhíamos para o banho das seis. Nem quando a chuva garoava ele nos deixava por muito tempo, escondia-se de mansinho, só pra deixar a chuva regar o jambeiro.
No quintal de minha casa tinha o pé de jambeiro. Era imenso! Cresci com ele, até que um dia ele teve que ser cortado para o progresso de nosso lar. A casa seria ampliada e não tinha mais espaço para as árvores que ocupavam, e davam alegria ao nosso quintal. Foi uma infância de lutas, mas que a natureza estava sempre de prontidão para proporcionar momentos de uma infância, modesta, mas feliz.
Vejo aquela cena de filme de terror e tento sair arrastando-me para a canoa. A onça aparentemente não me vê, e saio remando para longe. Após alguns poucos metros de distância, a pintada vira-se e olha-me como um gato de rua que mia ao redor das casas do Educandos, em Manaus, em busca de uma guelra de um simples jaraqui pra saciar a fome. A pintada dá meia volta e embrenha-se mata adentro.
Certo! Alguém por aí já disse que a desgraça dos que não se interessam por política é serem governados pelos que se interessam. E infelizmente, nós próprios somos culpados dessa desenfreada corrupção e desgraça no cenário político brasileiro. (…). Às vezes sinto medo de tolerarmos o intolerável, como os ensinos de importantes, porém complicados teóricos da soberania política, e arregaçar as mangas em protestos nada pacíficos contra essa dita ordem desordenada de um país em regresso.
Voltando mais acima do texto, lembra-se do que eu disse: é imprescindível que Deus se revele nas coisas mais simples da vida? Não há nenhuma palavra que possa expressar mais plenamente o ideal de Deus que o amor. A falta de amor é o motriz desses males que nos assolam todos os dias. A falta de amor é o maior enxerto da solidão. A falta de amor tem nos deixado à mercê de uma sociedade retraída, problemática.
Nós próprios somos culpados do mal que nos assola, desde manhã ao anoitecer. Mas por que motivo há tantos larápios, assassinos, cobiçosos e maníacos sexuais na sociedade? Infelizmente, não existem manobras prestidigitadoras que resolvam estes problemas sociais. Mas existe um meio eficaz capaz de amenizar o mal. Contudo, depende da nossa vontade. Pois precisa partir de nosso interior.
Não tenho nada
especificamente
contra as pessoas,
até que elas provem
que são dignas
do meu ódio
e ressentimento.
No entanto,
a ternura,
diante da grotesca
truculência bestial,
é a única e definitiva arma
indestrutível da qual
dispomos.
A ternura,
diante da grotesca
truculência bestial,
é a única e definitiva arma
indestrutível da qual
dispomos.
Amar demanda tempo
e dedicação.
e o apreço
é uma habilidade poderosa.
Partículas de Tato
Viver
é triunfar sobre a ausência.
Os solitários
sempre conhecem
as consequências.
Não tenho nada
especificamente
contra as pessoas,
até que elas provem
que são dignas
do meu ódio
e ressentimento.
Odiar demanda tempo
e dedicação
e o desprezo
é uma habilidade poderosa.
No entanto,
A ternura,
diante da grotesca
truculência bestial,
é a única e definitiva arma
indestrutível da qual
dispomos.
Amar demanda tempo
e dedicação.
e o apreço
é uma habilidade poderosa.
Viver
é triunfar sobre a escuridão.
Michel F.M. - Pairar Incansável da Fênix Sublime ©