Escritor
Reviravolta
Um exaustivo
Sobe e desce
E vice versa.
Segue acima,
Prossegue abaixo,
Degraus disso,
Degraus daquilo.
O impacto dos calçados,
Em madeira, taco compensado,
Concreto, piso emborrachado,
Sortidos revestimentos e tal.
Perdurou assim por um longo tanto,
Antes e após, punhados de anos,
Até que a escada se cansou
De ser solo, chão ignorado,
Prostrado em desencanto,
Estática imutável vegetante.
Esperou um instante,
Levantou renovada,
Um atrevimento repleto,
vibrante,
Chocando paredes e teto,
Saiu dando cambalhotas,
Escada arrojada,
Escada rolante.
No Mesozóico,
Entre Cretáceo e Cretinos,
os Répteis da Pangéia,
trocaram Gondwana por Laurásia
Eu lhe pergunto,
O que mudou entre nós ?
O cara comprava
Seu espaço na caverna,
Com carne salgada
E peles de animais.
Hoje, o troglodita,
Habita um arranha céu,
Ocupando seu espaço,
Com poder e papel,
Ainda vive impunemente,
Procurando paz.
Ainda vivo livremente,
Perseguindo a paz.
Barquinho do amor
(Victor Bhering Drummond)
Peguei o barquinho do amor
Não adianta, marinheiro
Vou fugir desse pardieiro
Quero velejar o mundo inteiro
Me derreter de calor...
Fugi no barco do amor,
Longe de “tiros e assaltos”
Por favor não me pare
Só quero ser um amador
Bem longe da farra,
Da esculhambação
Deixo a ilha da gambiarra
Corro da perturbação
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Aysha
Ainda em sonolência, sentei-me à mesa; emaranhadas mechas ou cachos (impossível determinar com exatidão a essa altura); pálpebras grudentas, rouquidão laríngea, voz mais grave que o habitual; obstruídas vias aéreas, maquilagem em borrões; com tornozelos congelados, contorcida sem edredom, próxima de não sentir os pés, dedos anestesiados; descascando esmalte. Mas o faro apurado, capturando aguçado toda e qualquer molécula de café, pairando sobre o ar resfriado pela estação que mais me agrada. Na cozinha, elevei minha caneca ao status de brinde e brindei, sozinha, ao arrojado inverno, que a primavera repouse agasalhada e confortável, pelo quanto puder, pois nem mesmo meteorologia, astronomia ou horóscopo, juntos, poderiam prever, ainda que nublado, quão fulgurante seria aquele dia.
Na Savana o Selvagem
A Zebra, graciosa,
Velocidade listrada,
Bicromática em P&B;
O Elefante,
Grande paquiderme simpático,
De memória gigante;
A Hiena risonha, gargalha,
Mordisca e abocanha;
O Guinú pasta, corre,
Se agrupa, debanda da manada;
A Cobra rastejante vai coreográfica,
É esguia, escorregadia
E se vira como pode;
O Leão, monarca supremo,
Impõe sua posição
Num rugido ecoante,
O território lhe pertence;
E o Homem, detentor da razão,
Único animal que pensa,
Ser existencial,
Sempre vivendo grandes dilemas.
Extinguiu espécies a esmo,
Matou tudo o que anda, salta, nada,
Flutua, mergulha, voa ou rasteja.
E sendo um humanista,
Ainda lhe sobrou tempo,
Para escrever poemas.
Para Além da Extensão de Meus Atos
Temo, que não possa viver de outra maneira,
Se não na forma de combustível fóssil,
Sou insustentável por mim mesmo.
Só ajo por combustão
E meus derivados são nocivos,
Minhas fontes que não são renováveis,
Tem se exaurido com velocidade alarmante.
Em meu cartel particular,
Promovo commodities especuladas,
Que monopolizam meus recursos,
Em prejuízo daquilo que tenho de melhor,
Causando estragos, irreversivelmente permanentes,
Que abalam o egosistema.
Em meus escombros,
Me escondo
De mim.
Conquanto,
Sou eficiente
Em denunciar-me.
O pior, é que com uma única fagulha,
Pode-se facilmente, gerar a reação catatônica,
Para a extinção final.
Por sorte,
A umidade é elevada
Do lado de cá.
Elma
Uma tarifa salgada, novos reajustes, aumentos, mas não por isso ela seria menos doce. Separava com zeloso cuidado os centavos de troco, cafeteira carregada com elixir poderoso, abaixo de sua janela. Aquela cabine era uma sauna e se mantinha abafando, hoje o dia amanhecera ameno, projetava-se um princípio de primavera, brisa massageando a fronte, o caixa há algum tempo vinha emperrando. Na rádio tocava algum lançamento internacional, de algum artista, cujo nome ela não pronunciaria com clareza, a cancela desregulada motivava um cansaço extra. O expediente seria longo naquela réstia dominical, mas a amazona veterana, determinada, mantinha-se concentrada no resumo da ópera. alerta, Tinha feito promessa pras crias, quando chegasse jantariam pipoca com suco de polpa e enfim, quem sabe, terminariam aquele quebra-cabeça de duas mil e trezentas peças.
Primeiramente saiba,
O que vem a seguir é irrelevante.
Deixe as quedas serem catastróficas
E as perdas revelarem-se abundantes.
Poema sobre Cereja
Faça-me um favor,
Apenas silencie, emudeça.
Estou farto de desafios,
Da vasta e incontinente
Diarreia moral.
Escala de Ascensão ?
Num mundo onde jamais
Houve equilíbrio na balança,
Como é possível pronunciar
O termo merecimento.
Que diabos é isso ?
Eis o resumo,
Do que vivi até agora.
Desta sacada em diante,
Só quero os frutos,
Desejo exclusivamente, retorno.
Cansei de investir para nada.
Pegue seus obstáculos,
Degraus, metas e objetivos,
Enrole-os com carinho,
Entroche-os, reto corrugado adentro.
Pois quem vos fala é torto,
Deslocado, repulsivo e indigesto.
Chega de preparação,
Basta de embrulhos e embalagens,
Daqui pra frente, só quero a polpa,
O recheio e a cobertura.
E uma única vez,
Ser a Cereja.
Olhava as crianças brincando
com os pássaros na calçada
e não conseguia distinguir
de quem eram as asas
Raquel
(sorria exagerada)
Entre sem bater,
Sorria exagerada,
Curta mentalmente,
Partilhe.
Aprecie sem moderação,
Seja, quando e como quiser.
Você me indagou,
Se era amor.
Respondo
Com plena convicção,
Que não era.
O que sinto por você,
Ainda não foi nomeado.
É a verdade
Que você deseja ?
Meu bem,
O sentimento
Jamais precisou
De reciprocidade.
Talvez,
A lição mais valiosa
Que o tempo nos ensina,
Tem a ver com
A relatividade da ausência.
Não é necessário estar, para ser.
Você me perguntou,
Se é amor.
Respondo,
Com plena convicção,
Que não é.
O que sinto por você,
Ainda não foi batizado,
Pela psicologia, filosofia ou pela fé.
Levo uma vida sossegada, viajando pelo mundo, cortando fronteiras e acelerando pela estrada.Carregando a riqueza de uma nação,tudo isto na carroceria de um lindo caminhão,levando fartura do Sul ao Norte, sempre pela estrada no comando de um belo o "trucão". Ser caminhoneiro é algo que mexe com a minha emoção, é a minha alegria e este sentimento está guardado lá no fundo, dentro do meu coração.
Estive pensando e cheguei a conclusão do que seria maneiro, talvez se preocupar com o outro, ajudá-lo em um momento de desespero. Ficar ao seu lado, também acompanhá-lo em um choro verdadeiro.
Lutar junto com ele se for necessário, salvá-lo de algum perigo corriqueiro, ser irmão, ser parceiro.
Viver aventuras, correr riscos como se estivesse em um filme estrangeiro.
Dar gargalhadas, tirar um sarro das manias do amigo bagunceiro.
Conhecer várias meninas, mas se o meu amigo sozinho ficasse naquele dia,não teria sentido entrar em desespero.
Estaria com ele na maior algazarra, rindo de tudo isto, fazendo a maior "zoeira".
Creio que vivendo assim, mostraria ao mundo o que é ser fiel, ser mano, Brother, irmão e amigo verdadeiro.
Nasceu em uma manjedoura, bem no ranchinho dos animais de ternura, um menininho lindo, que emanava de seu olhar, amor, paz e alegria pura. Juntos e ao seu lado, estavam seus pais admirando o menino Deus com enorme fé, eram eles: Maria e seu marido José. Guiados também por uma estrela, que cortava o deserto refletindo magnífica Luz, três Reis Magos iam seguindo, com presentes de carinho oferecidos ao menino, chamado Jesus!