Escritor
Algumas pessoas vivem desta ilusão, tentam te humilhar, te deixar inferior, pisam nos outros sem dó, sem compaixão, elas acham que têm este poder... Fazem isto de forma explícita, algo que todos nós podemos ver...
Te olham de cima, mesmo estando ao seu lado, no mesmo nível de igualdade perante a vida...
Triste é a ilusão deste ser sem noção, sem sentimentos, sem coração...
Este alguém talvez conseguirá atingir o seu objetivo, apenas se abaixarmos a cabeça e compactuarmos com esta imaginação.
Pois de fato, ninguém é melhor que seu semelhante, o que mudará, será apenas o preço do caixão, ao final desta caminhada, teremos o mesmo destino, iremos todos repousar abaixo do chão...
Ennoê
Por fim, não há razões reais,
Que me permitam,
Afastar-me de você.
Para tal, venho por meio desta,
Rebuscada tentativa falha,
Rascunhar em linhas vagas,
Percepções, poéticas consumações,
Que até então, pouco pude compreender.
Ennoê, não há razões reais
Que nos façam embrutecer.
Ennoê, as decisões tomadas
Serão consideradas para esclarecer,
Os aspectos sadios adicionados a mim, Por estar diante de Ennoê.
Espectros sombrios,
Apaziguados por nossas orações.
Poéticas consumações,
Que permitem, aproximar-me de você.
Ennoê, não há razões reais
Que nos façam embrutecer.
Poéticas consumações,
Permitem, aproximar-me, Ennoê.
Mesmo que nada tenhamos,
Ainda teremos nós.
Uma porção de insistência,
Cercada de resistência
Por todos os lados.
Tristeza Oculta num Sorriso Púrpura
Uma pose inovadora
A cada enquadro,
A insensatez projeta
Algo irrefreável.
Caretas reveladoras
Num autorretrato,
Somos o resultado
Deste incidente planejado.
Ardilosa, perspicaz,
Astuta, encantadora,
A Tristeza Oculta num Sorriso Púrpura.
Torrentes de acusações
Infundadas,
Cafunés em subsequentes
Saraivadas.
Nossas birrentas
Carícias dolorosas,
Atestam a teimosia
Da inconveniência reprimida.
Vem raivosa,
Destemida ruidosa,
A irromper,
Com a Tristeza Oculta num Sorriso Púrpura.
Na torrente esmagadora,
De saraivadas indefensáveis,
O dilúvio se apresenta desnutrido, Enquanto a arca é dedicada
Ao supérfluo imperial.
Esplendorosa,
A vertente talentosa,
A dissolver,
Com a Tristeza Oculta num Sorriso Púrpura.
Dominique
Saiba que nunca seremos
Tão felizes quanto fomos,
Nestes cinco minutos antes do agora
E nos cinco minutos posteriores a este.
De onde vem a proibição
Que nos é imposta ?
As regras para apreciar algo ?
O instinto há de se revelar.
Por que isso é aprovado
E aquilo jamais será ?
Existe um limite determinado
Para declararmos nossos amores ?
Justifique-me o fato, de sermos
Impedidos de amar deliberadamente.
Dominique, nós nunca seremos
Mais felizes do que nós fomos,
Nestes últimos cinco minutos
E nos cinco minutos seguintes.
Preciso amar de maneira vasta,
Esta é minha necessidade vital,
Minha improbidade emotiva.
Julgue-me com severidade,
Me afogue nas tuas convenções,
Mantenha-me abaixo do nível,
Daquilo que se apresenta como aceitável.
Aponte todos os dedos para mim,
Teus preceitos, preconceitos,
Pretéritos tão pouco perfeitos.
Meu futuro não pertence a estas paragens,
O karma transgressor,
Desobedece os dogmas inquestionáveis.
Amo você e não por este fato,
Amo-a mais que às outras,
Nem às outras de modo particular,
Em teu prejuízo.
Dominique, nós nunca seremos
Mais felizes do que nós somos,
Nestes últimos cinco minutos
E nos cinco minutos seguintes.
Na Terna Brandura do Cárcere
O Último Avo de um Amor Extinto
Em qual formato desconexo,
Depositamos desta vez,
Encharcadas expectativas ?
Quão afastados de nós mesmos
Pudemos chegar, sem ferimentos
Graves ou pesares terminais ?
Vislumbres precisamente balizados,
Experimentos da farta engrenagem,
Tudo estaria certo, exceto por nossa
Irrecuperável disposição à auto sabotagem.
Falências agendadas
Com antecedência,
Decompostos em
Nossa compostura célebre.
Resta-nos septos pútridos,
Hábitos promíscuos
E a terna brandura do cárcere.
Arrepios raivosos percorrem
Cada processo das vértebras,
Pálpebras aplaudem frenéticas,
Cãibras confirmam o torpor faminto.
Esquadrinhando o dorso
Que outrora partilhamos,
Teu ventre aquece em expansão,
O último avo de um amor extinto.
Pálpebras aplaudem frenéticas,
Cãibras confirmam o rubor retinto.
Teu ventre aquece em profusão,
O último avo de um amor extinto.
Na Terna Brandura do Cárcere,
O Último Avo de um Amor Extinto
Antes que os Mares Sequem
A inércia preservada
Num percurso severo,
Sugada repentinamente
Por tua ofuscância.
Qual a motivação
Desta ansiedade sufocante ?
A sensação de que
Necessitamos cumprir algo.
Nosso compromisso
Não se aplica a isto.
Deixar de ser
O lugar comum,
A obviedade.
Esgotado, desértico,
Frutiferamente liquidado.
Chegamos ao ponto central
De toda causa de amedrontamento.
Eis que o causador descobre,
A verdadeira substância
Por trás de tudo.
A inspiração acaba.
E o grito por socorro
Ainda habita a garrafa,
Tragada pelo oceano.
Mas hão de resgatá-la,
Antes que os mares sequem.
A Fluência de Jana
(ou o Chamamento)
Por aqueles negros belos
serrilhados olhos redondos,
Vindos dela,
Vívidos,
Determinados
A ver.
Seria exatamente aquele momento,
Sobre o qual ainda não havia falado,
Não precisava,
Devido a tua tamanha precisão,
Fazia-se preciosíssima,
Em tua influência permissiva,
Propiciando particularismos,
Que sob quaisquer termos,
Sei que não soariam pretenciosos.
Então o desafio é arremessado
Em direção ao Rimante.
Era tudo pelo que ele ansiava;
O chamamento.
Que seja fluente quando percorra
E que deslize fluindo enquanto existir.
Epifania qualquer ainda que Cesariana
Se eu pudesse nascer novamente, Gostaria de ter nascido poesia.
Não soneto, limerique ou haicai,
Apesar de apreciar a brevidade.
Gostaria de ser um prolongado
E magistral poema épico,
Em versos livres.
Escrito obviamente por uma Poetisa. Poetas, desconhecem a imaculada poeticidade.
São audazes amadores, neste campo de saberes,
Dominado inteiramente, pela sensitiva feminilidade,
Munida de empírica coragem inexaurível
E hipertrofiada na expressividade e sinestesia.
Se eu pudesse nascer de novo,
Gostaria de nascer POESIA.
É mesmo uma pena,
Mas causa alguma vale a vida.
Eis a vida.
A única causa
Que realmente vale a pena.
Quarteto para Cordas Bambas
Sinceramente, não tenho a mais rasa noção, de como fomos atirados, nesta conflituosa e elevada ponderação, sobre temas, que até então não haviam sequer esboçado, uma breve coceira, em meu recipiente craniano. Me foi marcante, o ecoar da voz ressonantemente sedutora e excitatória de Renatinha, através do corredor que antecedia a sala de reuniões. Simultaneamente, em tom esbravejante, de profunda severidade, na antessala, Grazi especulava com excessiva convicção, o quão produtivo, era utilizar a centrífuga, para secar, seus pares de tênis recém enxaguados; ao passo que Cláudia, em toda tua cordial exposição de pontos de vista, afirmava não ser prudente, tal método de secagem dos calçados, pois isto reduziria drasticamente a vida útil dos mesmos. Gabi, não dava a menor importância, para nada, daquilo tudo, e mantendo o tradicional diálogo interno para consigo, só conseguia pensar em maneiras infinitas, de como não estar ali.
(Se por um acaso,
Nem todos quisessem)
Viver para sempre
Desprenda-se,
Da ideia de
Céu E Inferno.
Descole-se,
Do Paraíso,
Tártaro ou
Repartição,
Satisfação ou
Punição perene.
O maior triunfo,
Que podemos obter
Com a Morte,
É o fim,
Definitivo,
Da Estupidez.
Quase um Bóson de Higgs
Admito aqui,
Diante deste
Colisor de Hádrons,
Uma ampla pretensão,
De exclusivamente embriagar,
Os espaços vagos
Em minha mente,
Com majestosas imagens;
De um vívido passado,
Prum suposto futuro,
Descompromissado.
Que de anteontem
E do instante-em-diante,
Tudo seja presente.