Escrita

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Escrever é uma espécie de poder sobrenatural. Como ver os mortos ou fazer levitar os móveis da sala.

Não há como agradar a todos, porque esse livro mítico com um final que todos querem não pode existir - vocês querem coisas diferentes, cada um de vocês. A única coisa que posso fazer, à luz desse fato, é escrever uma história honesta da melhor maneira possível.

O tempo que se "perde" a ler, nunca se desperdiça.
Acrescenta-nos.
Somos sempre mais... depois do último livro, lido

Será que a reforma ortográfica da língua portuguesa fez tantas mudanças assim?
Ou é moda escrever errado nos dias atuais?

Qualquer poder humano pode sofrer resistência e ser mudado por seres humanos. Resistência e mudança em geral começam na arte, e muitas vezes na nossa arte: a arte das palavras.

Escreve-se para não ser solitário e por amor aos outros; se você não tiver essa solidariedade, é bobagem escrever.

O meu “problema” talvez seja a compulsão. Escrevo, tenho de escrever, é o que me dá vida. Talvez eu não seja um grande escritor. Mas sou um escritor.

Certas situações confortáveis são desconfortáveis, e sendo o mundo literário de momentos de inclusão e exclusão, o jeito é ficar alerta. E isso significa o quê? Trabalhar.

Escrevo, relato minha indignação, meu medo, meu protesto, porque essa é a minha luta.

Em primeiro lugar eu escrevo para existir, eu escrevo para mim. Eu existo no mundo e a minha existência repete-se nas outras pessoas.

Mesmo que distante

Trilhar um longo percurso
Na busca da essência.
Vê-la distante, e acompanhá-la.
Assim… Querer-lhe perto

Em cada momento.
O desejo faz parte de quem
Tanto se quer, e quando
Se quer, vai na busca

Vou partir… – em sua busca,
Somente não sei qual destino tomar.
Não desistirei em momento algum.

Lá, em algum lugar a encontrarei
Para matar a minha sede
E a minha angústia.

Valter Bitencourt Júnior
Passagem: Poesias, 2017

Eu me sinto muito mais confortável escrevendo do que dizendo as coisas. Eu gostaria de poder viver a vida inteira no papel.

Tem frase que flui naturalmente, outras levam tempo para amadurecer. Há aquelas elaboradas, mas as que eu prefiro, são as que trilharam o caminho do coração.

'EM BRANCO'

Não quero passar a vida
como uma página em branco.
Não!

Quero escrever e pintar a minha história
usando das cores que eu tenho direito.

E ter o direito de criar outros personagens,
e até resgatar os que ficaram no passado.

Passados a limpo também serão os meus rascunhos,
que tanto me ajudaram a planejar cada parágrafo.

Traçando o risco,
virando a página
e arriscando um novo rabisco.

Sem apagar nada
pois a borracha eu não usarei.

Deixarei que as letras borradas sinalizem:
posso reescrever qualquer linha, qualquer traço.

As vírgulas? Eu vou usar e abusar delas.

Para que todo o instante seja um sopro de vida
e em cada curva eu tenha a certeza
de que o ponto final do meu livro
está longe de chegar.

Se for só isso
Então não vai ser
Só vivo se for tudo
Pouco não é viver.

Estórias, tal como a comida, perdem seu sabor se cozinhadas com pressa.

De todas as atividades, amo ler e escrever. As outras eu suporto.

Sou uma eterna estudante,
amante da literatura e das artes...
adoro escrever crônicas
como me aventurar pelo mundo dos contos
e me perder e me encontrar na doçura da poesia.

Não faço jornalismo para apresentar, faço para escrever

Joyce, acho mesmo que não seja legível – não é certamente traduzível em chinês. O que é que se passa em Joyce? O significante vem rechear o significado. É pelo fato dos significantes se embutirem, se comporem, se engavetarem, – leiam Finnegan's Wake – que se produz algo que, como significado, pode parecer enigmático, mas que é mesmo o que há de mais próximo daquilo que nós analistas, graças ao discurso analítico, temos de ler – o lapso.

Jacques Lacan
Seminário 20, A função do escrito, p. 51