Escrevo e parece que não Leio
Cada poema, cada poesia que escrevo é de você; são saqueadas do teu corpo, roubadas...é teu olhar que me canta, tua voz ! São teus olhos que me tocam, é teu silêncio que escondido me fala; teu desejo oculto, proibido...que cala. É da tua boca que extraio meus devaneios, do que não diz...do que eu falo !
As vezes me perguntam por que a maioria das minhas frases são tristes... Bom... Por que eu escrevo o que estou vivendo, e a felicidade não me dá inspiração para escrever algo,pois ela está sempre em constante transformação no dia a dia. Vocês talvez não se dão conta, Mas o estado natural é a tristeza e para afastarmos ela sempre temos que está fazendo ou ter algo que desejamos....Já parou pra pensar que você nunca está totalmente satisfeito (a)? Então agora eu te pergunto porque que o nosso estado natural é a alegria?
Às vezes, quando ergo a cabeça estonteada dos livros
em que escrevo as contas alheias e a ausência de vida própria,
sinto uma náusea física, que pode ser de me curvar, mas que
transcende os números e a desilusão. A vida desgosta-me
como um remédio inútil. E é então que eu sinto com visões
claras como seria fácil o afastamento deste tédio se eu tivesse
a simples força de o querer deveras afastar.
Vivemos pela ação, isto é, pela vontade. Aos que não
sabemos querer — sejamos gênios ou mendigos — irmananos
a impotência. De que me serve citar-me gênio se resulto
ajudante de guarda-livros? Quando Cesário Verde fez dizer
ao médico que era, não o Sr. Verde empregado no comércio,
mas o poeta Cesário Verde, usou de um daqueles verbalismos
do orgulho inútil que suam o cheiro da vaidade. O que
ele foi sempre, coitado, foi o Sr. Verde empregado no comércio.
O poeta nasceu depois de ele morrer, porque foi depois
de ele morrer que nasceu a apreciação do poeta.
Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser.
Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e
não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem
qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se o não ficarem
ali ?
"....escrevo versos as vezes extraordinários,
mas em geral totalmente ordinários,
sou um poeta comum, pardal e não canário,
meus poemas voam sozinhos,
a procura de um caminho à qualquer ninho,..."
Quase, ainda não!
Faz tempos eu não escrevo nenhuma poesia
Não consigo organizar as palavras com sintonia
Divago em pensamentos sem nenhuma magia
Alimentando minha alma com monotonia
Nem com o trago do cigarro eu me trago
Nem com o sopro do vento eu me embalo
Nem no silêncio da noite eu me acho
Nem no canto das cigarras eu viajo
Diante de mim, por mim e em mim
Reflito o marasmo que eu me permiti
Clamo o poeta que sucumbe nos trilhos
Incrédulo, desvairado, acuado e solitário
Que compadecido renasce em mim
E é por ele que eu não me calo.
Ou as pessoas mentem, ou gostam realmente do que escrevo. Importante é que um ou outro seja abençoado e sinta-se bem
Sempre que escrevo, oro. Sempre que oro, peço sabedoria ao sábio Senhor para que as palavras saiam do meu interior com vida e encontrem lugar em qualquer pessoa que ler, a fim de produzir algum efeito. Que tal efeito seja bom, e o ajude-o a ser diferente.
Ás vezes quando escrevo, a caneta chega a falhar... Igual eu falhando quando tento acertar, merda!
Mais um parágrafo, talvez sem nexo, como eu e você juntos no passado, dois burros sonhando com um futuro, um furo no peito. Não é vontade e nem saudade, eu te esqueci, o cara do pra sempre se tornou o cara do só nunca.
Ao doce o sal
Não escrevo em pares e muito menos por partes. Escrevo à mansidão o seu pequeno recato. À insuficiência a sua grande abadia. Ao contriste os galhos secos de uma linda árvore. Às pessoas comuns o excepcionalíssimo momento atual. Agora é a hora de afofar as lágrimas nas gotas de água que caem do céu e nos afogam pouco a pouco como aquelas preces que nunca chegam a serem atendidas.
Seria muita arrogância minha dizer que escrevo sozinha!
Ai de mim sem os Anjos que sempre me alumia !
Não escrevo baseado em vidas alheias .
Sou muito permanente ,profunda e inteira pra isso.
Cuido da minha e isso já me basta !
Minha poesia nasce numa travessia interna
e quando navego silente em meus tantos.
Vem de dentro pra fora !
Por isso ela flui naturalmente ,
navega levemente e vem vestida
com muita essência .
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