Escrevo e parece que não Leio

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Falo menos do que escrevo,
e escrevo menos do que faço.
Convém ao homem sempre fazer mais do que falar.

Eu escrevo para ser entendido;
Se fosse para as pessoas entenderem outra coisa
além daquilo que eu escrevi,
eu não me daria ao trabalho
de escrever absolutamente nada;

Comigo não existe essa história
de eu ser responsável pelo que eu escrevo,
não pelo que você entende;

Sou responsável pelo que eu escrevo sim,
e co-responsável pelo o que você entende, também!
Então se eu escrever cachorro
querendo que isto signifique cachorro,
o mamífero de quatro patas,
não vá você entender cavalo;

Se você entender cavalo
quando eu quiser dizer cachorro,
ou eu devo emendar-me e escrever de modo mais claro,
ou você deve procurar aprender a ler e interpretar direito
= senão, as duas coisas!

A função da comunicação é fazer-se entender,
embora existam muitas pessoas
que prefiram se desentender.

Quanto mais escrava
mais escrevo
pra libertar essa mulher da vida
que me habita.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

"E eu escrevo um parágrafo e corro pra ver se tem e-mail. E eu escrevo uma linha e corro pra ver se tem mensagem de texto. E eu não escrevo nada e também não corro, apenas deixo você chegar aqui do meu lado, em pensamento. E me pego sorrindo, sozinha. E me pego nem aí para todo o resto. Mas sabe o que acontece enquanto isso? Enquanto eu não me movo porque estou lotada de você e me mover pesa demais? O mundo acontece. O mundo gira. As pessoas importantes assinam contratos, ganham dinheiro. As pessoas simples lutam por um lugar na condução, um lugar no mundo. Estão todos lutando. Estão todos ganhando dinheiro. Estão todos fazendo algo mais importante e mais maduro do que suspirar como uma idiota e só pensar em você. Eu tenho muita inveja dessas pessoas maravilhosas, adultas, evoluídas e espertas que conseguem separar a hora de ir a uma reunião de condomínio com a hora de desejar alguém na escada do condomínio. A hora de marcar o dentista com a hora de engolir alguém. A hora de procurar a palavra “macambúzio” no dicionário com a hora de se perder com as suas palavras que de tão simples parecem complexas. A hora de ser inteira e a hora de catar meus pedaços pelo mundo enquanto você dá sinais desmembrados. Eu não consigo nada disso, eu me embanano toda, misturo tudo, bagunço tudo. A minha única dúvida é se sou a única idiota a fazer isso comigo ou se sou a única idiota a admitir que faço isso comigo."

O que te escrevo não tem começo: é uma continuação. Das palavras deste canto, canto que é meu e teu, evola-se um halo que transcende as frases, você sente? minha experiência vem de que eu já consegui pintar o halo das coisas. O halo é mais importante que as coisas e as palavras. O halo é vertiginoso. Finco a palavra no vazio descampado: é uma palavra como fino bloco monolítico que projeta sombra. E é trombeta que anuncia.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Eu escrevo para fazer existir e para existir-me. Desde criança procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pbatistoi

Eu escrevo pra nada e pra ninguém. Se alguém me lê é por conta própria e auto-risco.

Inserida por continuetowrite

Minha autocrítica a certas coisas que escrevo, por exemplo, não importa no caso se boas ou más: mas falta a elas chegar àquele ponto em que a dor se mistura à profunda alegria e a alegria chega a ser dolorosa – pois esse ponto é o aguilhão da vida.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Autocrítica no entanto benévola.

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Inserida por thaseries

Não sou compositor mas escrevo essas canções pra dizer o que penso.

Inserida por darlanpunk

Não tenho pretensão nenhuma de ser mestre de nada.
Escrevo apenas o que sinto, o que vivo, o que penso.
Se você gosta, fico contente. Se não gosta, só lamento.;D

Inserida por AugustoBranco

Escrevo e parece que não sei ler o meu eu.
Escrevo e não toco minha alma.
Paro,e sinto falta de chorar atraves das palavras.
Não tenho certeza de nada, mas sei que minhas frases adormecem minha dor.

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Para quê pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

Mario Quintana
Quintana de Bolso. Porto Alegre: L&PM Editores, 1997.

Não sei exatamente o que dizer. Por enquanto minha mente está uma confusão. Nesse lugar eu me descubro, enquanto escrevo, vou falando comigo mesmo sobre o que realmente sinto e que não poderia dizer em outro momento. As palavras vão saindo tão facilmente, o que não acontece quando estou comigo a pensar na vida.

Escrevo poesia deitada no vento.
É que antes preciso respirar o seu efeito.

Escrevo por que sofro
Escrevo por anseios
Escrevo pela vida
Escrevo por seus beijos.
por que tanto me perguntas
o motivo que escrevo.
Eu escrevo por que amo,
sem motivos com desejos.

Ingenuidade

Beija flor és tão bela
Que me fascina!

Nostalgia, euforia

Fico indeciso
Com a nostalgia
E a euforia
Não sei se escrevo noites
Não sei se escrevo dias!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Sorrisos e Lágrimas

A vida é feita de sorrisos e lágrimas
Sorrisos porque está um dia bonito,
Ou por apreciar-mos a natureza,
Ver-mos a felicidade de uma criança,
Ter-mos amigos,
Por fazermos alguém feliz,
Por sermos amados,
Ou amar-mos alguém…
Isto da vontade de sorrir para vida!!!
As lágrimas podem ser de alegria
Mas habitualmente são de tristeza
Nutrida e guardada no nosso coração
Por causa dos acontecimentos dramáticos
Que acontecem no mundo,
Como os desastres naturais,
A fome
A guerra
A violência,
Ou por se perder um ente querido,
Ter-se desgosto amoroso,
Uma critica de alguém especial,
Que nos toque no coração…
Em especial as lágrimas de saudade
De momentos especiais passados
Com amigos
Com amores
Familiares
Estas lágrimas são as mais puras
E a sensação mais tocante que alguém pode ter
Pois a saudade é uma mistura de alegria com tristeza
Por isso não te esqueças de sorrir
Mas também não tenhas medo de chorar…
Vive a vida!!!

es especial

Tu es a estrela que me guia
a luz que me ilumina
o calor que me aquece
e o frio dessaparece!

És quem me faz sorrir
por vezes chorar
mas tentas logo
me reconfortar...

Contigo sinto-me bem
contigo quero estar
es o bom amigo
que para sempre quero guardar!!!

Procura a tua felicidade

Tem coragem e não te prejudiques
Pelos erros dos outros
Porque isso não te trará felicidade!
Olha de outra forma para vida
Sei que por vezes parece sombria
É como estar num túnel sem fim…
Mas se seguires em frente
Uma luz se acendera1
Não percas a esperança,
Acredita em ti,
Tu és capaz,
Não desistas!
Luta contra tudo e todos,
Para alcançares
A tua felicidade!
É certo que não vai ser fácil,
Mas tens que continuar…
Cais uma vez ao chão?
Levanta-te!
Tornas a cair?
Uma mão se estendera
E ajudar-te-á a levantar
Ou então palavras certas te diram
Para te animar
Para te dar força
E a tua viagem ao encontro da felicidade!
Essa viagem é só tua
Pois ninguém ta trará
Ate ti!
Não desanimes, descambes na melancolia!
Procura a tua felicidade….

Boa sorte!

Inserida por escrevooquesinto