Escrevo e parece que não Leio
Leio um livro em branco.
Sem letras, sem palavras.
O discurso é reticente
e não me diz nada.
Não diz nem cala.
Geralmente não leio os meus próprios textos.
Nem lembro o escrevi ontem.
Hoje tenho uma nova sensação de tudo que assisti em meu pensamento.
Cada vez que leio , me imagino dentro da história ,choro ,fico alegre,até com raiva . Não vejo o livro como apenas um pedaço de papel ,mas sim como um portal , um portal ,para um novo universo ,onde as palavras são a minha guia ,e a imaginação a minha estrada.
Só leio até o fim os livros que não gosto. Todos os outros ficam por acabar, vivos, pulsantes, na estante.
Eu já não leio os meus inimigos discretos que tanto estiveram no comando da minha vida;
Sem ameaças e sem direção meus heróis se despedaçaram entre si exaltando um amor inventado;
Sei que só funciono se alguém me dirigir, mas preciso que me consertem;
O caminho mais fácil nem sempre é melhor do que o da dor;
As vezes leio lamentos
ouço pessoas em prantos
tristes sem amor
lamentando a vida
Nas entrelinhas
parecem pedir ajuda
casadas...
namorando...
descasadas...
outras até solitárias
agonizam...
choram pelos cantos
pedindo conselhos
lamentando esse momento.
A vida nem sempre é perfeita
falta amor...
falta carinho...
falta todo tipo de mimo
muitas delas
sofrem caladas
pedindo ajuda a quem pela vida passa
alguns estendem a mão
outros dizem:
infelizmente não tenho tempo
outros ainda:
não te conheço
por sorte temos amigos
anjos que entram em nossa vida
e ajudam neste caminho.
(Fouquet, maio 2010)
Confesso que sempre leio as palavras derradeiras. São combustível para a descrença que habita no desencanto; é o recesso do canto.
Réminiscence d'une fable existentialiste
Se leio o absurdo da voz que me devora
Se saio aos rodopios praguejando meus pares
Jogo-me no cancro ferrugem em feridas em brasa
Se olho o tempo voltando do nada
Despedaçando meu destino confinado
Calado nervoso me disperso
E na escuridão do abismo me choco
Impassível às avessas abestalhado cansado insípido
E no nada me refaço já que a ruína já foi um palácio
Nenhuma gravidade nos fatos
Cotidiano suspenso no espaço
Mas tudo fica sólido onde passo
Com pés pesados atados às ervas malditas
Soslaio mirando o funil das larvas trementes
Maltrapilho indigente deslizado presente
Aos zincos perambulo na noite infame
Mandrágoras sussurram meu nome
Turbinado clarão de espasmo movediço
Marejado sofrer eterno cambalear na beirada do caos
Cripta da saudade degela as epidermes necrosadas da alma
Decrepitudes bestiais inflamam as galeras no arraial
Silêncio agora lá no ermo do espaço
Desdobrado decadente esticado no varal das miríades
Esse trunfo salutar e também atado em chaga enferma
Prostrado arcado e desfolhado a míngua nas paineiras
Vertiginoso destino arremessa-me á tambores tachibanas
Aos gritos abissais emergido as crateras do acaso
Ass: Λάδι Βιώσας
Dou o melhor de mim, estudo, leio. Tento seguir todas as regras que o sistema moderno nos intitulou.
Final de semana lindo:
Leio sempre votos entre as pessoas de um lindo final de semana. Fico imaginando como será isso, como um final de semana pode ser lindo?
Talvez no sábado o sol sacuda muito brilho dourado sobre todos e fique mais quente, esquentando toda gente e ardendo em brasa, pra ver se acaba ou minora qualquer sofrimento.
Quem sabe a lua venha, em alguma hora tardia, dançar no céu com supremacia, a pele macia coberta por um véu que esconda suas reentrâncias, favorecendo circunstâncias amorosas em sua fase cheia? Quem sabe cada mulher vire sereia e conquiste seu homem com um canto mágico, que não seja trágico e sim suave e acalentador, que seja melodia em forma de amor.
Talvez o domingo seja diferente e que cada um reinvente o seu, de preferência sem preguiça, tédio ou reclamação, que haja vocação pra muita alegria. Será que todas as flores, com seus aromas e cores, vão enfeitar esse fim de semana lindo? E os sorrisos nos rostos, vão permanecer até o final? Ninguém será capaz de praticar o mal? Os animais estarão abrigados, serão acariciados e terão os apetites saciados, assim como o bicho homem? Imagino um final de semana lindo assim, com criança sorrindo, com amigo recebendo o outro e dizendo: bem-vindo, fique a vontade! Imagino falta de vaidade exagerada, esquecimento do ego, imagino o orgulho cego de fora dessa festa, trancado em alguma fresta escura. Será que nesses dois dias haverá mistura de gente de todos os tipos, de todas as tribos, sem preconceitos, pessoas dos mais variados jeitos, mas todas com o propósito de por beleza não só sobre a mesa mas também em todo o final de semana?
Eu imagino um assim bacana, culminando com uma chuva de estrelas cadentes, presenteando as pessoas carentes com seus desejos justos atendidos, e cupidos, disparando flechas sem economia, em perfeita sincronia.
Final de semana lindo, pare de ficar rindo e perdoe minha euforia, me deixei levar pela poesia.
Ah, utopia...
Quanto mais estudo e leio sobre a Psicanálise, mais descubro que em sua totalidade, os estudiosos e Psicanalistas dedicaram-se ao estudo da Psicanálise em busca da solução para suas própria neuroses ...
Reconheço a minha inutilidade na mudança do meu país, pois quanto mais eu leio e assisto reportagens sobre corrupção mais anestesiada e olhando para o meu umbigo eu fico.
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