Escrevo e parece que não Leio
Escrevo apenas aquilo que vivo,
que penso, e que sinto,
sem preocupação com estética, com rimas,
com floreios, nem mesmo com a gramática.
Escrevo, pois, como me vem à alma e coração.
E se por vezes algo sai errado ou não agrada,
é porque minha alma não pode agradar a todos,
e meu coração não acerta sempre.
Tudo que escrevo sobre o amor é verdadeiro... vem do coração ...vem da alma. É um amor que ainda resiste... como chuva de verão!
Eu posso brincar com tudo
Com as palavras que escrevo
Ou com moedas que derrubo
Posso brincar de esconder os sentimentos
Das pessoas que me olham
Ou de olhares bem atentos
Posso brincar de ser criança
Sem pureza, muitos menos inocência
Amando lentamente, ou apaixonado na indecência
Posso ser um brincalhão
Ser taxado de idiota
Ou um covarde sem ação
Um rosto de sério
Perturbado pelo tempo
Trazendo em si, mistério
Acorrentado com o vento.
Um ano atrás, eu escrevia uma carta de amor. A que escrevo nesse momento, é de ausência.
Escrevi, falei de amores, dei presentes, recebi, beijei, fui beijado.
Agora, onde tua mão ocupava, o que ocupa, é um copo de vinho, vinho ruim, barato. Minha companhia são as letras e pensamentos.
Onde teu corpo ocupava, existe um vazio. Onde preencho com coisas que nem eu mesmo explico.
Não tenho a companhia de meus pais, não tenho a mesma casa que ias, como morada.
Meu olhar já não é o mesmo, minhas feridas são ainda maiores.
Todo dia encosto minha cabeça no travesseiro, sempre parece úmido, deve ser das lágrimas que não derramei. O cobertor parece cada vez mais curto, durante a noite. Minhas poucas horas de sono, são piores do que ficar acordado.
Todos os dias, meu rosto demonstra o cansaço e a inquietação.
Mas como disse, um ano é muita coisa.
Nessa data, ano passado, devo ter escolhido mais um filme para assistirmos. Você já estava aprendendo a não dormir, durante eles. Devo ter ficado irritado, quando cochilou.
Não lembro dos detalhes, nem dos presentes, nem de nada. Pois essa pessoa que você passou a data, ficou aí.
Cinderela!
Sei que hoje em dia é estranho, e que deve ser meio brega!
Mas pra ti eu escrevo para minha linda Cinderela!
Com seus olhos azuis e cabelo cor ouro.
Com toda certeza eu sei! Você é o meu maior tesouro!
E pra sempre Cinderela eu vou te dar! O maior amor do mundo!
O maior que você pode Imaginar!
Te Amo!
EN-CANTA-DOR
E quando olho,
E vejo que não sou eu,
Que escrevo,
E sim é Deus soprando no meu ouvido,
E dizendo " Vamos brincar de poesias" ?
Quando escrevo,
Não descrevo meu sentimentos apenas,
Falo do meu silencio também.
E ele tem sindo cada dia mais profundo,
Que me falta até palavras.
Gosto de escrever,
Ainda mais sobre vida,
E colocar vida, no que escrevo...
Gosto de falar de sentimentos,
Do que sinto... Do que vejo... E desejo,
Escrever, nem que seja,
Por terapia ou prazer,
E mesmo sem talento, continuar escrevendo...
As minhas prosas e poesias
Quando escrevo, minha alma se alimenta,
Coloco ali muito de mim no papel,
Mais a minha alma anseia está nos versos,
Como se cada letra realmente,
Matasse a fome que ali ela exaspera.
Como se ela tivesse continuação,
Para quem a leram...
Escrevo pra mim humanizar como pessoa,
As palavras bonitas só tem sentido,
Caso seja para tornar pessoas melhores.
Escrevo no tempo,
Passado, presente e futuro.
Sempre tem um pouco de mim,
No que descrevo no papel,
Às vezes foi algo que já vivi,
Sentir e amei e me fez mudar.
Outrora são meus pensamentos,
Delirante a cerca do amanhã,
Cheios de planos e desejos.
E muitos ( mais muitos dos meus sonhos )
Saltitantes e mirabolantes.
Mais gosto de escrever mesmo,
O que estou sentido no momento,
Minhas decepções e minhas lutas,
Minhas doçuras e encantos,
Sobre minha fé e devaneios,
Minhas bobagens e meu amor brega.
Na verdade gosto de me ler.
Pois quando escrevo,
Falo de mim, da vida e de sentimentos.
Vejo hoje como um momento único,
Com certeza meu maior presente!
Com um lápis escrevo meus sentimentos...
Com uma faca me corto pelos sentimentos que tenho...
Sentimentos nem sempre são bons, principalmente os meus;
morrer não adianta pois não quero morrer com lembranças de uma vida ruim...
Vou procurar um motivo para sorrir e dai poderei morrer...
Como uma lembrança boa esquecida no tempo...
Palavras machucam mais que cortes...
Escreva seus sentimentos e não se corte por eles!!
Um dia me zombaram na rua dizendo que eu escrevo coisas viajantes e que tudo que eu escrevia era ilusão. Respondi você nunca vai entender o que eu escrevo se não pode sentir o que eu sinto.
Penso no que escrevo para contemplar-te, pois cortejar-te-ei com exatidão
Para que possa me guardar no coração e é lá que nascem sentimentos
De perfeição nas quais iluminam todo um caminho;
Eu escrevo como quem beija.
Um beijo longo, demorado, carinhoso.
Um beijo desses de língua.
A língua se movimenta lentamente
e me permite um gosto
ao mesmo tempo do outro
e de mim mesma.
Do outro que me encontra
neste texto
e do que há em mim que permite o encontro.
Eu escrevo como quem vive.
Assim, simples,
fazendo um texto de vida,
na vida.
Às vezes, penso,
afinal, que texto é esse que eu produzo?
Que vida é essa agenciada
pelo sabor das palavras compartilhadas,
sussurradas, como um afago?
Quem é esse outro que me encontra
e quem sou esse eu mesma que se expressa,
que se entrega...
Nesse delicioso beijo de língua?
Nesse movimento que, afinal,
eu mesma provoco?
O gosto vem do meu movimento mesmo
associado ao movimento do outro.
Quando escrevo, eu me inscrevo.
Fica também o meu gosto
no gosto da língua do outro.
E isso me remete a não querer parar de escrever. Nunca.
(Maria Luiza Cardinale Baptista)
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