Escrever uma carta a uma Criança

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Anos e mais anos que nunca mais me inspirei para escrever, escrever sobre mais absolutamente nada, nada que não fosse melancólico e triste. Mas você reapareceu, sem data prevista, sem pedir permissão, sem dizer oi, foi chegando...
Roubou meu olhar, minha atenção, minha afeição, e por fim, meu coração.
Mesmo que sem intenção(ou não), me cativou, fez-me ver-te diferente, da forma que jamais imaginei lhe ver, reaparecendo após anos em que lhe conhecia(somente sabia de sua existência).
Eu não te notava, não desejava, via-te de forma superficial, e hoje a cada dia que passa te vejo mais belo, mais belo que o mundo, enche meus olhos, minha alma, minha vida de plena alegria.
Algumas vezes respirei fundo, preparei-me para dizer-te adeus, porque a certeza do fim era tudo o que eu sabia e tinha na vida. Mas nunca me veio a coragem, não fui capaz de te deixar, de abandonar tudo antes mesmo de começar, me envolvi, me entreguei, agora é tarde para pensar em desistir.
Me tens, sem correntes, sem posse, sem títulos, sem gritar ao mundo, simplesmente me tens, à ti pertenço.
E não me importa quanto tempo irá durar, não me importa o que a língua podre das pessoas será capaz dizer, não me importa tampouco se o que eu escrevi está bem escrito.
Somente me dê sua mão e esqueça o texto, esqueça as pessoas, esqueça o mundo por tempo determinado de um dia e viva ao meu lado.

Pare de me escrever e mandar mensagens que você não consegue cumprir.
Meu coração está ferido e cheio de grandes mágoas.
Não faça juras para me torturar ainda mais.
Eu preciso de você distante dos meus pensamentos para conseguir seguir em frente.
Já sabemos que não dá certo o nosso amor, e que é querer sofrer mais ainda tentando um novo enlace.
As manchas do passado nunca vão sair de seu coração, serão eternas lembranças para você.
Por mair que seja nosso amor, nada vai mudar o meu passado.
Então melhor que me esqueça de vez.

Quero sair para conhecer o mundo, conhecer novos lugares e culturas diferentes. Eu quero escrever um livro sobre a minha história. Ou talvez uma em que sou a mocinha e que o príncipe encantado vira um sapo no meio da história e, no final, eu me apaixone pelo vilão. Afinal, príncipes não existem mesmo.
Quero mudar meu cabelo, o meu estilo, quem sabe. Cortar e fazer mechas coloridas que realçassem meu tom de pele branca. Quero vencer os meus medos, por mais estranhos e minúsculos que eles sejam, podendo fazer tudo aquilo que eu não imaginaria que conseguisse.

Mais dia, menos dia
Numa hora escrever prosa
era tudo que eu queria
de maneira religiosa
comparar-te à cor da rosa
pois por rosas você ria
eu tive essa garantia
noutra hora escrever versos
conversar sobre o universo
olhando pro céu você escolheria
qual estrela eu te daria
e então poderia escolher
você quer que eu vá buscar
ou nós vamos morar lá?
de tanto que pode escolher
escolheu ficar distante
se pedisse um diamante
escondido na mais alta montanha
minha vontade era tamanha
até lá eu te carregaria
montada num elefante
a vida seguiu adiante
e eu estou só na noite fria
olhando pro céu e pensando
na estrela que te daria
meu Deus, quando imaginaria
que ainda penso em você
hoje em dia
enquanto escrevo poesia.

FILHA
Rick e Renner
Composição: Rick Hoje eu parei pra escrever Alguma coisa assim sobre você E simplesmente me deixei levar Pela emoção de poder lhe falar No dia em que você nasceu Vinda do amor de sua mãe e eu Um lindo presente que o Senhor nos
deu A realidade de um sonho meu E quando você chorou Deus me ensinou uma nova canção Seus olhos de um anjo pequeno Iam se fazendo minha religião Coisas que de mim não saem A primeira vez que me chamou de pai Vou lhe confessar agora minha filha Com você eu aprendi que um homem
tem que ter família 15 anos faz agora É de alegria que meus olhos choram Meu pequeno anjo que agora fascina Para mim vai ser sempre minha
menina Filha onde você vai Pode não sobrar um lugar pro seu pai Mas tenha certeza que eu vou sempre
estar Perto de você onde quer que vá Não é que eu vá te vigiar Não é que eu queira ser seu dono Isso é só um cuidado de pai Filha eu te amo. E quando você chorou Deus me ensinou uma nova canção Seus olhos de um anjo pequeno Iam se fazendo minha religião Coisas que de mim não saem A primeira vez que me chamou de pai Vou lhe confessar agora minha filha Com você eu aprendi que um homem
tem que ter família

Voçe escrever poemas te amor
Frases românticas mas ninguém as ler
A paixão o amor que da no seu coração
Estar aumentado a pessoa que você amar
Não saber que a amar intensamente a beleza não existe
Por que não teria sentido pessoas feias mas quem disse
Que o amor estar na beleza da outra pessoa
nunca amor te verdade só quem amar alem de si próprio
saber o real significado da palavra amor
não adiantar ler livros romântico gostar te
figuras amorosas se não amar de verdade
não saber o que e amor pra que ficar com
a mais bonita da festa si um dia ela ficar feia
e o quanto si amar de verdade você nunca saberá por que a amar
mas o amor que tu sente só aumentar a cada dia
a cada tentativa te fazer uma prova te amor vai ser recompensado
o amor construir a casa e a família
a beleza destruir a família e criar ódio
das pessoas pois buscam amor
nas coisas errada nunca diga pra alguém
que ela e bonita pois muitas são
e poucos sabem que o amor estar por dentro
não por fora a arvore começar
com uma semente pequena que brota da terra
a sua vida toda a arvore passar por dificuldade
Recebendo a ajudar de outros seres vivos pra crecer
e ela não tem coração mas amar de verdade
saber por que amar pois trás o oxigênio
para os seres que ajudou a crecer
não importar se há espinhos nelas ou
não so as que amam de verdade pode fazer a diferença
posso falar uma coisa o amor estar presente em muitas coisas
a beleza atrair mas para pra pensar um pouco
cada um tem o seu lado feio e ninguém quer aceita-lo
mas quem o aceita consegue
fazer sua aparência ficar bonita
posso falar de pessoas e arvore
mas o que conta e que eu te amor que ficar comigo

Nos últimos anos vinha dizendo que não sabia mais escrever sobre sentimentos, que não suportava ler uma palavra que se relacionasse a paixão e que dispensava todas as dicas de leitura que constassem histórias de casais apaixonados. Mas me deparei com uma situação que não tenho outra escolha a não ser escrever; ou ir me matando aos poucos.

Aprendi a guardar meus segredos, porém estão escondidos tão superficialmente, que revelo pelo olhar e pelo sorriso quando enxergo aquele homem. Queria que estivesse guardado a sete chaves.

É uma paixão nova, regada de admiração, respeito e acima de tudo uma vontade de tê-lo por perto sempre. Sabe quando uma pessoa te conquista sem querer, e você esquece os mil e um problemas que isso poderia vir a ter? Eu sei.

Ser independente de qualquer pessoa e sentimento são características fortes em mim, mas ele chegou, e sem nem saber, transformou-me em uma completa dependente de tudo que havia nele. Pela manhã, tarde, noite e madrugada fico involuntariamente refletindo cada palavra que me disse, por mais sem sentido que pareça. E quando deito a cabeça no travesseiro, sorrisos surgem.

Mas ele não pode saber... Ninguém pode. Há diversos fatores que nos impedem de sermos - nós -. Eu não sei onde quero chegar, mas quero. Ele é diferente de todos que já conheci, é como se qualquer coisa que eu fizesse, e se ele estivesse junto, valeria profundamente à pena. Como diria o brilhantíssimo Bukowski: Sentia-me como se estivesse apaixonado por algo que fosse muito bom, mas não sabia exatamente o quê, exceto que estava ali, bem perto.

Estou ciente que isso não vai ser para sempre, provavelmente daqui alguns anos não iremos nem mais nos veremos, mas eu vivo o momento e me entrego a ele. Esse homem é como uma onda de calor com tempo indeterminado para passar, que me aquece e me faz ter vontade de me apaixonar a cada dia.

Portanto, por mais que não pareça, estou sofrendo. Mas é um sofrimento bom... É uma mistura de – faz parte – com - caramba, estou me apaixonado -, e isso já é ótimo. Como novamente diria Charles, “O amor quebra meus ossos e eu rio”. E uma vez aprendi que se te arranca sorrisos, vale a pena.

FRAGMENTO DO INFINITO

Defronte uma folha em branco, tentei escrever algo sobre o amor amigo.

Depois da lixeira cheia de papéis amassados, descobri que os amigos moram em um cômodo no coração com proteção acústica. Apurei os ouvidos mas foi impossível ouvir o que saía de lá… Mas deu para sentir as vibrações! Parecia uma festa, daquelas de arromba, danças em sincronia e coloridos fogos de artifício em composição.

Não fiquei satisfeita e procurei um doutor pra tirar uma “chapa” (eu precisava ver aquilo!)… Mas por mais que eu apurasse o olhar, não consegui enxergar nada de diferente naquele plástico escuro e manchado. Percebi que onde os amigos moram é invisível aos olhos, está tão diluído, faz tão parte da gente que acaba correndo nas veias, explode em sorriso e aquece a nossa alma!

Por fim, faltou-me inspiração e tentei em vão folhear o velho dicionário procurando palavras mais adequadas, e percebi que os melhores e mais queridos amigos surpreendentemente ouvem o nosso silêncio, lêem o nosso olhar, compreendem a nossa distância e ausência, entendem quando desmarcamos um compromisso, quando adiamos um abraço, quando não podemos brindar a felicidade compartilhada… E acima de tudo, são capazes de nos amar quando menos merecemos…

O amor amigo é um mistério para poucos revelado. Um elixir para ressignificar e nutrir a vida e germinar os nossos íntimos terrenos áridos. Amigos são mágicos que nos encantam e envolvem sem coelhos na cartola; são alienígenas que nos abduzem sem espaçonaves tecnológicas, nos levando para lugares recônditos e ocultos… Dentro de nós mesmos.

Concluí então que o amor amigo é um fragmento do infinito: quanto mais você oferecer, mais você receberá…

►Por que Não Falar de Amor?

Não entendo qual o problema de escrever sobre amor,
Não sei por que sou humilhado ao compartilhar uma dor,
Ao repassar um passado, talvez de um relacionamento sem valor
Eu sei que não sou bom em escrever,
Mas acredito que tudo tem um sentido, e um começo
E eu sou um simples aprendiz, que possui o "querer"
Mas talvez eu não leve jeito.

Mas por que eu não simplesmente aceito?
Agora mesmo estou escrevendo um novo texto
Talvez eu esteja à procura de um meio termo
Não sei dizer direito.

Eu acho tão gratificante, terminar a escrita de um texto apaixonante,
Pois os depressivos são difíceis de serem relidos
Mas eu não sei se estou procurando aceitação
Talvez eu tenha escolhido permanecer na solidão,
Mas com a caneta em mãos, tento criar uma solução
Escapar de um mundo caótico, e criar um lugar onde nada seja lógico
Um mundo onde eu seja aceito, onde não sinto medo
Não sei o que aconteceria se eu dissesse aos jovens ao meu redor,
Que eu escrevo textos que me fazem sentir melhor.

Me alegra as críticas construtivas,
Mas tenho ciência dos erros que residem em minha escrita
Não posso dizer que tenho uma desculpa,
Pois minha pouca idade não diferencia com a leitura.

Sinto como se eu não fosse o único,
Que deseja um lugar para se sentir seguro
Ou talvez eu seja apenas mais um louco,
Que não raciocina nem um pouco
E eu pensava que teria a liberdade de expressão quando fizesse dezoito
Porém, talvez, esse tenha sido um pensamento imaturo
Mas continuo descrevendo, em palavras, o que quero para o futuro
E o que eu imagino de um mundo perfeito
Pode ser que, no ato de escrever eu seja leigo,
Mas eu tento, quando tenho o tempo,
Eu me assento no chão, e desenho no papel com a minha imaginação.

Mas por que eu escrevo sem parar?
O que estou querendo conquistar, ou encontrar?
Não sei, posso dizer somente que não é uma tortura
Escrevo com o nascer do Sol, e ao surgir da Lua
Usando e abusando da caneta incessantemente
Suspeito que seja uma doença, que se instalou profundamente.

Eu sou um idiota por escrever? Não sei
Só escrevo o que desejo, o que penso, e o que já passei
Gosto de escrever sobre o amor, e sim, talvez eu seja um sonhador
Ou quem sabe, um garoto perdido, querendo fazer parte,
Pois não me encaixei com a cidade
Talvez esses meus textos só sirvam para ocupar a lata de lixo,
Ou quem sabe, ter meus pensamentos caçados como um bicho do mato
Mas haverá alguém por aí que pense similar a mim,
Não há como pôr um fim em um pensamento viril
Boa madrugada, até logo, vou dormir.

E preta! Hoje estou aqui a escrever, e o motivo? O motivo foi você! Um 31 de dezembro pra nunca esquecer, comida na mesa e celular na mão, escrevendo essas palavras, desabafa o coração. Fico meio chateado pelo tanto que me dou, mas você faz pouco caso, que estranho seu amor.
Quero tanto seu carinho e também sua atenção, demonstrar não é demais quando pede o coração. Mas enfim! Para tudo tem seu tempo e só ele vai dizer, a mudança é um processo que irá acontecer...

QUERIDO DIÁRIO

Querido diário, resolvi te escrever pela primeira vez em vinte anos. Desculpa, mas foi agora em que me vi sem ter com quem contar.
Senti que o dia foi curto, apesar de acordar cedo e não parar um minuto sequer. Vi que tenho pouco tempo. Notei-me aperreada, descompassada, perdida, indiscutivelmente desnorteada.
Eu sempre quis isso. Ser independente, sozinha, dona do meu nariz... Mas e agora? Não entendi ainda o que é pra fazer.
Grana pouca, tempo curto, incertezas me assolam. Olhei para o céu, todas as estrelas sumiram. Certeza que amanhã voltarão como se nada tivesse acontecido, perguntando se tudo hoje deu certo.
Caneta e papel para anotar o "algoritmo" de amanhã, como diria alguém que não está aqui comigo, mas que com certeza ficará muito honrado por ver que agora já sou adulta e que saberei me cuidar, ele acha.
Longe de quem sempre ouviu meus gritos de socorro, mesmo quando eu achava que não precisava de ajuda. Que me apoiaria, sem dúvida... Mas que a vida manteve distante para me forçar a ser autêntica, a lembrar que a barra da sua saia já descosturou há tempos, ou se não, eu já deveria ter visto assim.
-Vai ter um dia inteiro pra mudar muita coisa, pra resolver outras, pra deixar algo para depois. Agora vai ser no seu ritmo, você vai fazer as coisas no seu tempo, como você sempre quis.
Ouvi.
Nesse momento você vai ficar sozinha. Mas de longe tem muita gente torcendo por você. "Vai dar tudo certo", lembra?

Ah!
Quem me dera ter a sorte de te ter
Quem me dera ter a sorte de te escrever
E você ler
Quem me dera ter a sorte de me entrelaçar em seus braços
E ali permanecer

Quem me dera ter a sorte de ter o calor do seu olhar
Sobre mim
Quem me dera ter a sorte de ser a dona dos seus eu te amo’s
E do seu coração
Quem me dera ter a sorte de ser lembrada
Quando no radio tocar aquela velha canção

Ah!
Quem me dera ter a sorte de você ler isso
E sentir
Quem me dera ter a sorte de você ler isso
E ser tocado
Quem me dera ter a sorte de você ler isso
E saber que é amado
Por mim
Pra sempre

Ah!
Quem me dera.

Reflexão diária 22/01/17
Você pode diariamente escrever a história da sua vida, pode optar por fechar -se e não saber como será seu final, pode viver a vida das outras pessoas, eu porém
ainda assim prefiro diariamente continuar a escrever a minha para que num futuro próximo não me arrependa de saber qual será o fim da história.

ESTUDO SOBRE A FALÊNCIA DO ESCRITOR

escrever é religião, é seita que se aceita na crença da doutrina de um que doa seus dedos para serem apossados por demônios vocábulos, sempre prontos a te gritar poemas e contos inspirados pela fé que se devota aos santos versados matutinos. eu perdi os lábios pra rezar, deixei de ir pra missa, não cumpri meus votos, descumpri promessas, apaguei a vela, chutei a santa, cuspi na cruz. de tanto falar, fali. e se esvaíram também as palavras, que sem mim, não se manifestam para dar consulta aos olhos que gulosos, enchiam a boca. se sou fome, culpe aos outros, que devoraram ferozmente tudo o que tinha pra comer. sobraram-me dez dedos desnutridos, que de tão abatidos tropeçam nessas últimas palavras, se arrastam lânguidos tentando alongar as frases, florear o caminho que os levarão a solitude.

Frederico Brison.

Escrever sobre o dia da mulher é tão imbecil,
porque mulher não tem dia, ela tem todos
Falar parabéns? elas merecem um aplauso,
falar sobre o dia da mulher é tão imbecil

Ela não ama apenas num dia,
não batalha apenas num dia,
não perde e vence apenas num dia,
o certo seria então comemorar todo dia
falar sobre o dia da mulher é tão imbecil

Se for pretexto pra agradar, ok
se for pra presentear, ok
se for pra surpreender, ok
mas é preciso um dia especial pra fazer algo a quem não vivemos sem?
falar sobre o dia da mulher é tão imbecil

Hipócrita o que diz parabéns nesse dia mas
no outro já vira cara, já maltrata, já faz uma piada ofensiva;
hipócritas são as que acham que merece algo nesse dia, mas
no outros tudo bem ser tratada como inferior, ser humilhada;
hipocrisia é ter um dia para um ser que deveria ter todos
Discorda? pense então na mulher que te gerou e responda novamente.
Falar sobre o dia da mulher é tão imbecil.

Da Solidão

Sequioso de escrever um poema que exprimisse a maior dor do mundo, Poe chegou, por exclusão, à idéia da morte da mulher amada. Nada lhe pareceu mais definitivamente doloroso. Assim nasceu "O corvo": o pássaro agoureiro a repetir ao homem sozinho em sua saudade a pungente litania do "nunca mais".
Será esta a maior das solidões? Realmente, o que pode existir de pior que a impossibilidade de arrancar à morte o ser amado, que fez Orfeu descer aos Infernos em busca de Eurídice e acabou por lhe calar a lira mágica? Distante, separado, prisioneiro, ainda pode aquele que ama alimentar sua paixão com o sentimento de que o objeto amado está vivo. Morto este, só lhe restam dois caminhos: o suicídio, físico ou moral, ou uma fé qualquer. E como tal fé constitui uma possibilidade - que outra coisa é a Divina comédia para Dante senão a morte de Beatriz? - cabe uma consideração também dolorosa: a solidão que a morte da mulher amada deixa não é, porquanto absoluta, a maior solidão.
Qual será maior então? Os grandes momentos de solidão, a de Jó, a de Cristo no Horto, tinham a exaltá-la uma fé. A solidão de Carlitos, naquela incrível imagem em que ele aparece na eterna esquina no final de Luzes da cidade, tinha a justificá-la o sacrifício feito pela mulher amada. Penso com mais frio n'alma na solidão dos últimos dias do pintor Toulouse-Lautrec, em seu leito de moribundo, lúcido, fechado em si mesmo, e no duro olhar de ódio que deitou ao pai, segundos antes de morrer, como a culpá-lo de o ter gerado um monstro. Penso com mais frio n'alma ainda na solidão total dos poucos minutos que terão restado ao poeta Hart Crane, quando, no auge da neurastenia, depois de se ter jogado ao mar, numa viagem de regresso do México para os Estados Unidos, viu sobre si mesmo a imensa noite do oceano imenso à sua volta, e ao longe as luzes do navio que se afastava. O que se terão dito o poeta e a eternidade nesses poucos instantes em que ele, quem sabe banhado de poesia total, boiou a esmo sobre a negra massa líquida, à espera do abandono?
Solidão inenarrável, quem sabe povoada de beleza... Mas será ela, também, a maior solidão? A solidão do poeta Rilke, quando, na alta escarpa sobre o Adriático, ouviu no vento a música do primeiro verso que desencadeou as Elegias de Duino, será ela a maior solidão?
Não, a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.

Vinicius de Moraes
Para viver um grande amor

Perguntaram-me, se minha inspiração para escrever tinha algo correlacionado à religião.
Respondi que sim!

Minha religião é a alegria e a força de vontade de continuar a seguir em frente.
Nós, seres humanos, temos uma capacidade ímpar de mudar nosso destino, uma pena ficar preso nos dogmas e no materialismo.

(Auto)Biografia Não Autorizada

Escrever uma (auto)biografia já é uma árdua tarefa por si só. Viver é biográfico. Por mais público e notório que se seja, a distinção entre o público e o privado é ou será sempre a distância elementar entre a cozinha da casa e sua latrina.

Os cômodos de uma casa são praticamente a realização da vida de uma pessoa. E é nela, esse pequeno feudo chamado lar, em que escrevemos com sangue, suor e lágrimas os momentos significativos e significantes de nossa estúpida e singular existência.

Talvez por isto, essa distância tão hegemônica à tantos mundos, em que quartos e salas, áreas distintas entre o lazer e o serviço, sejam tão pouco comensais. Um olhar sobre si mesmo recai muito mais sobre nossas mentiras do que sobre nossas imprudentes verdades.

Ao certo e para tanto: verdades não nos interessam. Por si mesmas já desencantam. Desmistificam. Desmitificam. E isto é trágico.

Ser sincero é ser sozinho: egoísta demais para conviver com a fragilidade da existência e sua incompletude.

Caso não queira ser contrariado, por favor: não nasça! Desejas ser perfeito? Morra!! Somente a morte nos torna, retorna, reflete em si, o que por ventura ou desventura é perfeito.

Há quem diga da perfeição divina. Nem nela, aos 120 anos de idade, um homem de bom senso crê.

Não por sua latente companhia. Aliás, de ambos: Eros e Tanatos. Juventude e decrepitude sempre andam juntas. É como saber e ignorância: como necessitamos de justificativas para nos dizermos sãos. Como precisamos tanto da palavra igualdade para nos afirmarmos únicos e tão únicos, tão donos de nós próprios: livres. Encarcerados em uma bolha de ares não respiráveis, mas livres!

E nada como afirmar: o amor é azul! A terra é azul. O mar é azul. O ouro é azul. A morte azul. A chama da vida: o fogo é azul!!

É... A lua, no entanto, é cor de burro quando foge! Ou algo meio insonso, insípido. A lua é sem sal. E tudo sem sal é, na modernidade de nossos pré-tumulares, bom. É preciso iodo. Não etos, atos. Sei lá mais... Em um mundo formatado em óides, úricos e ídricos, apenas os hídricos e hesitantes são totalmente descartáveis para o bem maior da integridade econômica (reciclável) glocal.

O êxito é uma palavra sagrada. Secreta. Guardiã da eternidade. Mãe da sobriedade. Talvez natimorta. Já que o que se revela no hoje o é em sua totalidade. E há que fale sobre sustentabilidade. Vá entender lá o que é isso!? Na antiguidade, e nunca sequer saímos de lá (se é que lá estivemos ou chegamos!?), era a legalidade da escravidão! O que não está longe, mas bem presente! Enfim, nada como ser troglodita.

Outro dia estava lá, debruçado sobre os escombros de si mesmo e solicitando piedades aos transeuntes, o meu precursor: algo de resto entre o preto, o branco e o qualquer coisa chamado de índio. E rio-me quando afirmam-nos cinza. Acaso trate-se da cor: ainda há como escolher entre escuro ou claro; mas tratando-se de ou da existência, resistência, força, qualidade, propriedade, serve ao menos para salgar a caça que sobrar. Acaso sobre.

Falava-se outro dia sobre a fome. Não a conheço. O que conheço possui outro nome. Chama-se estupidez. E nada é tão farta no mundo quanto a estupidez. Estupidez e ignorância são sinônimos da igualdade que se busca e da sustentabilidade que se conquista no “por ora” das horas extras não pagas.

E cobrá-las acaba por ser direito, porém, incoerente. Afinal, a previdência é a previdência. E para ela hora extra não existe. Não conta como tempo de serviço. Ou se conta, onde estão os dez, quinze anos nelas embutidos e consagrados à vã gloria do proletário. Assiduidade. Nada como ser assíduo. Nada como a mais profunda competência. Relevância. Excelência. É bom também! É ser sustentável... No mínimo: auto-sustentável, ainda que imóvel.

Imóvel. Creio bem mais nesta palavra do que na liberdade ou esperança. Um dia foi-se criança. E hoje é-se velho, arcaico, deprimente, descartável – principalmente se não possuir renda ou recursos. E tem-se apenas vinte anos... O que dizer de quem chegou – sobrevivente – aos sessenta, setenta, oitenta, cem...

E sem é uma palavra derradeira. Porém cada vez mais comum. Assim como imóvel. É... O latifúndio venceu: a cova rasa é um direito legal, porém, distante, bem distante do lugar comum. É um imóvel. Como cada vez mais nos tornamos...

O pedágio está nas ruas, nas vielas, nos becos e avenidas, está nas praças, nos concretos e congressos, nas concretudes constituídas no pânico e no medo nosso de cada dia.

É o patrimônio que somos. O legado que deixamos. A biografia. A historiografia real e ampla de nossas palavras, atos e omissões. E tudo é trabalho. Tudo se resume ao servir, ao prestar, ao eficiente e eficaz. Aos meios e recursos recebidos. Às habilidades e competências adquiridas. Ao uso. Usufruto, talvez!? Usucapião, sempre.

Memórias são assim: fragmentos de nossas conveniências.

E como somos tão determinados por nossas inconveniências. Como somos julgados segundo nossas misérias. Como nos espelhamos tanto em dependências.

O mundo não é um mundo de luzes. Ele é constituído e consagrado através da escuridão. O obscuro e o oblíquo são as forças motrizes da existência. Precisamos muito mais dos vícios do que das virtudes... Pessoas virtuosas não nos são úteis.

E no fim desta, assim como as demais, pouco nos importa ser Dante ou Cervantes: de nada ou pouco a prata abasta. Tanto faz perguntar sobre o caminho: “as aves do passado não repousam no mesmo ninho do agora”.

Ter um Deus apenas, não é algo de bom senso.

Falar de amor não é bom. Amar faz bem, só isso. Saber amar é que é difícil: tanto de aprender, quanto mais, ensinar...

Perdão?! Não conheço! Mas esquecer vale a pena.

Vou viajar. É comum ao tempo fazer-se espaço. Na bagagem quase nada levo. O suficiente para uma semana, ainda que a jornada leve décadas. Esteja onde estiver, lá estarei completamente nu. E isto me é bom e sagaz: ser sempre incompleto. Satisfatoriamente, incompleto...

Há sempre uma saída....

Quando Deus toca em meu coração tenho que vir aqui escrever pra você, mesmo não te conhecendo eu sei que Deus te conhece melhor do que ninguém... Ele sabe o que você está passando , Ele conhece sua dor, Ele vê suas lágrimas ... Mesmo que está sendo difícil , NÃO DESISTA, CONTINUE CRENDO NO PODER DE DEUS,
Poder este que pode mudar toda e qualquer situação, poder este que pode arrancar toda dor do seu coração e no lugar dela derramar da Alegria do céu, que vem direto de Deus... Alegria esta que te fortalece mesmo em meio as lutas, que te faz acreditar, que te faz ter esperança... Oro ao Senhor que esta Alegria invada seu coração enquanto você está lendo esta mensagem... que você sinta a doce presença de Deus , te confortando, te consolando ... Te dizendo : Filho não desanime, Eu estou contigo.... No meu tempo Minha vontade se cumprirá em tua vida...
Sim que Deus possa trazer de volta o teu sorriso, e que Ele continue sendo a Tua Força....
amém............
............................ Débora Aggio

É estranho ter que escrever para aliviar dores, sarcasmos, ironias, pesos e energias negativas. É estranho saber que quando você mais precisa das pessoas, é nessa hora, que elas desaparecem. Quando você mais precisa de um olhar, uma palavra, uma visita, é quando as pessoas mais somem, te excluem, te deletam do arco que poderia te fazer bem. Amizade mesmo é quando você necessita dela e ela está ali, independente de tempo, cor, dinheiro, raça, interesse, vento, mar, água, pedra, independente de nada.
Tenho feito cada vez menos pelas pessoas, tenho me entregado cada vez menos, em reposta dessa sociedade egoísta e imediatista. Tenho sido cada vez menos humilde. Tenho perdido cada vez mais minhas principais, melhores, mais sinceras qualidades em reação ao comportamento dessas pessoas. Trago-as ao meu círculo, dou afago, dou atenção, quando preciso delas, levo um não na cara. Um não deslavado, um não desmerecido, um não falso.