Escrever Entrelinhas

Cerca de 48 frases e pensamentos: Escrever Entrelinhas

Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica Mas já que se há de escrever...

...Mais

Já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.
(Para não esquecer)

O melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas.
(Água viva)

Tudo acaba, mas o que te escrevo continua. (...) O melhor está nas entrelinhas.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Entendo as entrelinhas, penso páginas, e escrevo linhas.
É louco, dizer tudo escrevendo pouco.
E mesmo, que escreva devagarinho,
quando a carga é pesada, a caneta rasga o pergaminho.

De nada adianta escrever entrelinhas para quem mal lê as linhas.

A Escrita

Escrevo,
pois só assim eu me conheço.
Entre as linhas, observe as entrelinhas,
nem sempre lerás o que sinto,
muitas vezes,
na maioria,
somente o que escrevo!

Escreva nas margens,
nos rodapés,
entrelinhas.
Mude livremente o enredo,
sua estória
você redige dia a dia".

Eu te dedico as minhas linhas. Eu te escrevo nas entrelinhas. Entre-tortas. Entre-minhas. Eu te sinto entre o suspiro e a pausa de um texto. Entre as reticências. A exclamação. No meio da frase. No início de um escrito. Entre o início e o meio. Entre saudades e afeto. É lá que você fica. É de lá que você me envia uma infinidade de coisas. De sentires. De gostares. De estares. De seres. Deve ser por isso que eu nunca te escrevo no fim.

Não é somente escrever; é depositar sentimentos nas entrelinhas.

Depois de tantas entrelinhas, talvez seja a hora de escrever os passos certos.

O verdadeiro sábio consegue escrever nas entrelinhas da vida a palavra humildade.

Difícil escrever, quando as palavras ficam presas nas entrelinhas, difícil falar, quando as palavras ficam presas no olhar.

⁠SEM ESBOÇO...

Escrevendo a vida...
“nas entrelinhas”...
sem linhas... só estrelinhas...

À mão livre... coração livre...
corpo livre... alma livre...
só nos livros... livre...
Sem margem... marginalizada...
sem esboço...
no calabouço?
Máscara a ferro e fogo?
Que nada... uma máscara
cheia de riso e poesia ...

⁠Não tente ler as entrelinhas das linhas que escrevo.
A compreensão pode estar depois das reticências.

"Escrever-lhe-ia um poema se o pudesse
Ler as entrelinhas apenas para ti
Poder amar-te sem ponto final
Garantir seu cheiro em meu ambiente
Sentir o roçar da pele como uma sinfonia
Como teclas do piano
A mais doce harmonia ao coração
Transbordando felicidade e mel
Tornando-se preto e turvo
Agora afogando meu ser sem salvação
Permitindo gritar-lhe uma morte silenciosa
Um adeus pelo vento
Que chega intocado
Como a mais bela harmonia ao coração"

Inserida por Leticia-Camargo

Escrevo porque preciso colocar minha dor nas entrelinhas.

Inserida por martasouza0808

Entrelinhas de meus neurônios, muitas frases para dizer, mais ainda sou capaz, em ousadia escrever.

Inserida por Claudiokoda

Nas linhas da vida é onde vamos escrevendo a nossa história. Mas é nas entrelinhas onde vamos vivendo o melhor.

Inserida por leandromacielcortes

Mania de ler entrelinhas e escrever a própria história, ato simples: Papel, lápis e borracha. Apesar que alguns borrões agente nem apaga, parece até que a vida é um rascunho, adora textos grandes e tramas neuróticas, porque é intensa e ponto... Final? Não, ela não se dá bem com renúncia. Então enche a vida com três pontinhos. Esses repletos de incertezas e alguns recomeços.

Inserida por nathaliamoretti

Entrelinhas


Meu refúgio é escrever, sei chorar não é o bastante, ponho-me então a rabiscar.

Minhas horas são cruéis, os meus dias tão penosos, passam lentos, vagarosos, posso até a cor contar.

As lembranças me invadem, meu sentir me faz penar, pouco a pouco me recordo dos momentos lindos todos, que contigo segredei.

Olhos vêem a minha falta, me perguntam quem sou eu, logo sentem a saudade de alguém que em mim nasceu.

Minha face amarga e triste me entrega aos homens maus, me retratam de alma pobre, por amar o natural.

Se me nota logo a vista, que dizer do meu lugar, minha cama, meu sossego, meu colchão, meu lamentar.

Tem o cheiro da tristeza que comovem até os anjos, todos ficam assombrados, tantos gritos de socorro, voz alguma ouve ao lado, ninguém pode me ouvir.

Quem me pode ajudar? Meu socorro há de vir.

Cada linha rabiscada, cada letra torta e feia, diz de mim, do meu tormento, me entrega aos malfeitores, dos que odeiam sentimentos.

As palavras me denunciam me definham, me envolvem, me deparo com a arma, que me mata, me devolve.

Não adianta mais mover, não me deixa encontrar-me, o meu ego, minha falta, sou do medo, sou do nada, sou as letras, entrelinhas, vagarosas mal lembradas.

Érwelley C. de Andrade ALB/DF.

Inserida por erwelley