Escrever
Já não sou parte,
Da sua história.
Cabe você ser,
O próprio autor .
E rescrever
Sua própria história.
Escrevo
como quem pede um abraço e convida um vizinho
como quem perde o passo e busca um novo caminho
como quem pede auxílio e se asfixia com o ar
como quem vive em exílio e se afoga no mar
como quem se liberta e também se disfarça
como quem se desperta e não se diz farsa
como quem se soma e reparte foi mas nunca partiu
como quem na terra foi marte e da arte pariu
Escrevo enfim, para conversar com a morte
e perfumar-me de incenso, quem sabe, azarar a sorte
e não morrer de silêncio
Escrevo por compulsão. Sempre foi assim.
Por isso, agradeço muito, quem tem a paciência de ler.
Literalmente, eu não seria nada sem vocês, meus amigos/leitores.
Gratidão.
(Soninha Varuzza - Santo André - SP)
Ser poeta é carregar a missão
doada pela vida ao nascer
pois já vem com poesia no coração
antes mesmo de saber escrever
Depois do evento da internet, não há mais gente humana: só pseudo-semideuses.
Duro vai ser quando acordarmos e descobrir que não somos inteiros, mas, apenas semi...
A vida é um livro em branco, que vamos escrevendo a cada dia, você ficaria feliz em lê o livro da sua vida?
Arte
indubitavelmente é a base da minha existência ------ costurei-me diversas vezes sob todos os tipos de arte, se hoje escrevo aqui é porque todas as vezes que jurei não aguentar mais, a arte me salvou.
Você perdeu sua namorada. Não quer comer, não quer respirar. Você chora o dia todo. Mas você escreve. Você se tornou um poeta.
Poeira de poesia!
— O mais belo lugar é o caderno de poesias
— Nele se escreve sem medo
expondo os segredos
— Se estamos a beira do mar
— As ondas parecem nos abraçar
— No balançar das águas, ouvimos a brisa sussurrar, doces melodias que conseguem fazer lágrimas rolar
— Palavras chegam, como se estivessem a mergulhar, ou pairando no ar
— Acompanhadas de golfinhos ou estrela-do-mar
— Elas sempre irão chegar
— Tudo se transforma em poesia
— Caravelas, água viva
— Mesmo sabendo que os caminhos são árduos, e que existem pedras no caminho
— O poeta segue a poetizar
— São pássaros saindo do ninho
— Está no sorrir e no chorar
— No sofrer e no amar
— Quem tem sensibilidade, sente poesia no ar… Em qualquer lugar!!
Poema- Escrevo
Escrevo todos os dias.
Quando estou na escuridão,
Quando estou no frio, sem o aquecer da luz
Sem meu coração fazer-te minha própria luz,
Quando contemplo e reflito a vida
Para eu como poeta, escrever é não só desabafar ou palavras
Coloco em palavras sentimentos, e emoções tirados de cápsulas
Faço não só eu sentir o poema, faço o próprio poema ganhar vida
Não respiro por mim
Respiro por mim e pelo poema
Deixo os sentimentos para escrever o poema vir do vento
Do vento do sul ou do norte
Do leste ou oeste.
O poema é para mim como Deus pros judeus
É como o sorriso de uma criança que contém e nos dá a pura esperança
É como anandamida do chocolate
É a porra da pura serotonina
Meus textos não se limitam aos estados do tempo, nem a consciência que irá recebê-los. Não escrevo para causar dor, dúvida, tristeza, falsa declaração, ou, até mesmo entendimento, apenas escrevo por escrever e isso basta-me. Talvez esse seja o segredo, escrever pelo sentir, e entender que nem todos os textos precisam de dedicatória.
“Há quem fale pelos cotovelos. Acho que escrevo pelos cotovelos.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
“Todo livro é um processo que o resultado impresso esconde.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
VERSOS E AMARGURA
.
Se de mim retirassem os enganos
Em mim apenas acertos restariam
Seria um poeta de versos levianos
Que como bolas de sabão se esvaziam
Prefiro ser alguém cujas conjecturas
Correm o risco de trazer amarguras
Do que ser um ser vivo sem opinião
Prefiro que me calem com mordaças
Do que ao me ouvirem achem graça
Por repetir os gracejos da multidão.
.
Prefiro ser chamado de subversivo
Do que receber afagos dos opressores
Porque tais afagos só são oferecidos
Aos fracos em troca de favores
Com os quais traem a sua dignidade
E ganham uma falsa felicidade
Como troféu para a covardia
Prefiro ter a honra da clausura
Nos frios porões da ditadura
Do que a desonra na democracia.
.
Se de mim retirarem os versos
Ainda me restarão os pensamentos
Que voarão na amplitude do Universo
Montados nas costas do vento
E baterão à porta de Deus
Que atendendo ao apelo meu
Mandará uma forte tempestade
Formada por poesias agudas
Que caindo regarão as mudas
Que aflorarão como liberdade.
“Uso o texto como uma muleta para o pensamento. Penso-me enquanto escrevo. Acalmo-me.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
Escrevo,
não só sobre mim,
mas pode ser sobre ti,
sobre nós,
sobre a vida,
sobre o mundo,
ou, de repente,
porque me veio à mente.