Escrever
(...) e chegou o dia em que ela cansou de tanto se doar e foi embora. Entendeu, afinal o que entendera lá atrás, mas, teimosa que é, prosseguiu na maratona diária de trazê-lo para seu mundo.
Ele não a desejava, era certo. E ela deveria aprontar-se para outros convites para nascer de novo, até partir em uma embarcação capaz de suportar seus vendavais...
Uma vez o Sambista João Nogueira escreveu: Ninguém faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação.
Ele tinha toda razão. Quando decidi começar escrever sempre tinha uma inquietação pessoal que me movia a juntar palavras para criar algum sentido, no início era agoniante falar sobre coisas íntimas e pensamentos que pareciam ser só meus.
O tempo passou e eu pude vê que aqueles sentimentos, idéias e pensamentos não eram só meus, eles indentificavam outras pessoas, eles eram de fato realidade ou verdade para aqueles que se propuseram a compartilhar, aqueles que se identificavam com cada palavra que eu escolhi juntar para da sentido a uma idéia.
Escrever para mim é a arte de da sentido as coisas, dar a voz para aqueles que não conseguem se expressar, ser a letra de milhares de sentimentos alheios que são tão meus quanto deles.
Eu me indentifiquei muito com a escrita de coisas.
Hoje é a coisa que mais me deixa feliz!
Apesar de postar em redes sociais meus textos, eu não faço isso em busca de likes e muito menos em ser famoso.
Eu busco aqui mentes que compartilham da mesma idéia que a minha, pessoas que se indentificam com meus pensamentos; Vê que aquele tempo que gastei pensado no que escrever ser partilhado por gente que eu nunca nem vi é gratificante e motivador e ainda mais vê que não fizeram isso só por educação ou como ajuda para divulgar, mas por que realmente tocou ele(a) por aquilo que eu escrevi me enche de satisfação.
Não sei até quando terei inspiração para inspirar outros, mas uma coisa é certa; Enquanto tiver razões para escrever e descrever eu farei das palavras o caminho para vários por quês que ainda não existem de forma escrita.
Se existe algo que eu posso afirmar e que jamais poderão dizer ou usar contra mim é que eu nunca julguei, nem jamais vou julgar um escritor pelo que ele escreve, o gênero literário que ele escreve, o tema que ele escreve. A não ser algo que desrespeite ou faça apologia ao desrespeito dos direitos humanos... Pois não dá para concordar com isso.
Cada um escreve o que quiser.
Para cada favor parece que as pessoas cobram um crédito, uma nota promissória que nunca será esquecida. Juros sob juros nas contas da felicidade
Ao sonhar ou imaginar, somos verdadeiramente livres e inconsequentemente honestos.
Encontrei na escrita um local seguro pra conversar e me comunicar. Arte é voz, é luz. Confluência.
O que desanuvia e bombeia, todos os dias.
Mesmo tão íntima -ou por vezes tão nós- intento que, na interpretação pessoal, da vivência e experiências de cada um, seja colo e aquele abraço quentinho, o que recebo no que me inspiro e me reconheço.
Prazer, meu nome é Mariana.
“Porque lentos demais em acompanhar os pensamentos que céleres voam, quedamo-nos quase sempre impossibilitados de captá-los e descrevê-los com exatidão se nos propomos a escrever. Do lúcido e bom escritor se poderia dizer que é o homem comum, com algo a mais que o distingue: a capacidade de voar na esteira das próprias ideias, dominando-as, conduzindo-as, sem perder-se nos labirintos do ego.”
Nós somos destinados a ser quem somos, fazer o que fazemos e saber o que sabemos mas, só porque as linhas já foram escritas não quer dizer que não podemos reescrevê-las.
Dê mais importância para a sua vida e a torna perfeita, seja os olhos dos que não vêem e uma inspiração para os que são incapazes de compreender.
Flertar com o erro é algo viciante, ele nos deixa mais experientes e nos tornamos mais maduros. Por vezes, o erro costuma bater na mesma tecla, até parece algo cíclico. Há quem diga que se pode escrever – aqui leia-se errar – certo em linhas tortas, o torto ou o erro se torna prazeroso, de certa forma. O que me intriga nesta caminhada é a marca indelével que a caneta é capaz de fazer ou quem sabe a intensidade que eu coloco ao escrever, ao rabiscar, ao desenhar. O papel a qual tanto escrevo é sensível para tantas tentativas de erro e acerto. A tinta indelével com força de expressão, de tanto focar em uma única situação, acaba por perfurar a penumbra daquilo que um dia foi forte. Perfuram-se os papeis! Um buraco se abre e me dá acesso para outra dimensão. Será se ali estaria o lugar o qual eu poderia flertar com o acerto? Este buraco negro que me consumiu ferozmente está me mostrando que aqui o vácuo da intensidade é bem melhor quando é escrito com emoção. Nesta outra dimensão todos os meus erros tornam-se, automaticamente, em acertos. A dimensão do jogo da intensidade prevalece nesse emaranhado de flertes escondidos atrás do desenho feito com a tinta indelével da minha força de vontade de viver o acerto que um dia julguei que era um erro. O que seria dessa dimensão sem os tão sonhados erros que nos fazem melhores a cada linha que pintamos do lado de cá? A resposta está no erro que não pintei ainda.
Nem todos conseguem alcançar o que o poeta escreve, porque vem de dentro de um amor tão profundo e puro que o profano, de muitos humanos, ignora-o, não o compreende e jamais o sente. Pois o amor é o sagrado em sentimentos que cada um - e poucos - consegue carregar em si. Se eu tivesse o dom de escrever, escreveria em mil letras soltas de emoção, o que de amor por ti pousa em meu coração. Mas não sei escrever, embora sinta o que os poetas descrevem. E é desse amor sagrado que construo o meu relicário de palavras vivas como marcas de um poema inusitado.
Eu levo a vida da melhor maneira possível e sou muito feliz! E...sou responsável pelo que eu escrevo e não pelo que você entende.
Me entender não é fácil, falo pouco, mas falo o idioma do meu mundo, se eu disser (A) não precisam escrever (Z), basta soletrar, as metáforas não são tão importantes quando me conhecer é o bastante, saber minha história e trajetória, minhas teorias só servem para mim e de forma alguma quero que vivam o que eu penso, nem que vivam o que eu vivo, mas tirar o melhor do que escrevo pois isso sim faço para todos.