Escrever
Poema do nosso amor…
(Nilo Ribeiro)
O poema do nosso amor,
nasceu dentro do peito,
é delicado como pétala de flor,
por isso ele foi feito
é um poema eterno,
nunca será esquecido,
no coração eu preservo,
pois ele é definitivo
o poema do nosso amor,
agora será desfeito,
pois ficou somente a dor,
ela machuca dentro do peito
não vou mais escrever,
pois, mais nada importa,
depois que perdi o prazer,
nada mais me conforta
um poema perfeito,
outro não vou compor,
escrito com todo respeito,
o poema do nosso amor…
Fala, escreve, grita e, ainda assim, é possível não ser ouvido. Não há melhor jeito quando não há mínimo interesse.
Deus, sempre, escreveu, escreve e escreverá por linhas certas; quem entorta as linhas somos nós mesmos, abestalhados!
"Ela seguirá o destino de alguém, ele a conduzirá sobre suas convicções e ilusões. Até o momento em que ela perceber que como autores, devemos escrever nossa própria história..."
Dá- me uma pena que te escrevo um verso.
Antes que se deite o dia, e levante-se a noite tereis diante de ti todo o meu senso,
Meu riso,
Meu sonho,
Imenso.
Sem os nossos educadores
Versos não escreveria,
Sem os orientadores
Essas palavras alguém não leria,
Sem estes instrutores
Ninguém recitaria,
Sem nossos professores
A poesia não existiria.
Às vezes eu queria amar alguém tanto quanto amo a letra de Stop Crying Your Heart Out do Oasis. Assim como amaria flutuar em nuvens de quadros impressionistas.
Às vezes me flagro cantarolando com um violão invisível entre os braços. Eu desconheço os acordes. Mas ele os conhecia.
Ah, ele! Todos os clichês do amor cabiam nas suas sete notas. Ele repetia os refrões enquanto fitava o dia nascendo através da janela. Seus dedos brincavam em meio ao caos. Nunca começava antes do primeiro cigarro. Criou as suas próprias regras.
Seu violão era a sua máquina de escrever. Compositores são poetas que a vida esqueceu de presentear com a arte do silêncio. Os seus sentimentos têm tons e harmonias; pausas e bis.
Eu me acostumo! Mesmo sabendo que não duraríamos mais do que um álbum inteiro do Pink Floyd. Serei mais uma história, mais um balançar de cordas. Terei cinco estrofes e dois refrões. Meu nome vai ser ocultado. A canção irá servir como uma recordação boa para alguns; insuportável para outros.
Enquanto isso - do outro lado da cidade -, estarei me reestruturando aos pouquinhos.
Eu só preciso do barulho que vem do meu peito para estampar o papel. Eu só preciso lembrar-me do cheiro de cigarro mentolado para naufragar no mar branco das folhas. Porque poetas são compositores sem ritmo. Meus dedos são ágeis, assim como o músico nas cordas. Minha alma grita, pois precisa. Meu coração ritmado cria todo o tipo mirabolante de melodias.
Eu o conheci no meio das minhas incertezas. Nossos bloqueios criativos se atraíram. Esse era o nosso nível de igualdade. Um não era superior ao outro, havíamos cicatrizes iguais.
Não é o que dizem? Por onde passamos deixamos um pouquinho da gente. Pessoas que assinam as nossas peles; carimbam as nossas vidas. Eu sei que na vida dele muitas outras se tornarão canções pelo que não deu certo. E voltaremos ao recomeço, uma vez que o ser humano tem a necessidade de pertencer. Seja a uma música, a um poema ou lembrança.
E ele é todo sentimento. Eu sou toda pedra. Ele sempre viveu todos os momentos; fumou todos os cigarros; cantou todos os refrões. Mas aprendeu a duvidar das palavras e dos poetas. Nós queríamos ficar juntos, ao mesmo tempo em que todos os versos diziam ao contrário.
Mas eu nunca o amei!
Mesmo ficando com a mania de curtir os álbuns dos anos 70, de criar regras, de anotar as coisas em um bilhete na geladeira para não esquecer o que fazer. Mesmo esperando silenciosamente o fim do primeiro cigarro, em seguida o pigarro seco e, por fim, os graves e agudos do violão. Eu não o amei nem quando fiz o meu melhor poema dedicado aos amores que perdemos no meio do caminho. Ou os caminhos que perdemos em meio aos amores ilusórios.
Ele nunca soube me dizer o que era impressionismo, eu nunca quis aprender a tocar violão. Ele não gostou dos meus poemas; eles eram indecisos - porque lua em libra é o meu segundo nome. Eles eram tristes, pois eu sabia que nunca seria o seu Wonderwall, do mesmo modo em que ele nunca seria aquele que poderia me salvar.
Nossos mundos colidem, nossos karmas se cumprimentam como velhos amigos de uma vida cansada. Por isso preferi amar Stop Crying Your Heart Out do Oasis. É mais fácil. Aceitável.
Assim como a música, tivemos o nosso tempo cronometrado. Assim como um poema, seremos eternizados em pequenas estrofes do passado que resignamos.
“Aguente!” – diz a música – “Não se assuste! Você nunca mudará o que aconteceu e passou...”
E isso me conforta até a próxima manhã, sem ninguém cantarolando refrões na janela...
Os pelos do leitor se arrepiaram, ele ficou muito reflexivo, chocado, mal conseguiu dormir pensando no texto lido, daí tive a certeza que a minha literatura tinha atingido seu principal objetivo
Minha deusa de 1,65cm
do Colorado
que canta blues
compõe soul blues
escreve poesias
lê artigos
e ama documentários nacionais,
não me escreveu hoje.
Enquanto pedaços
cósmicos de mim sobram no edredom
penso que pode ser isso
e aquilo
devia ter dito isso
e não aquilo.
Foy Vance
Feel For Me
e aguardo
algum sinal.
Penso em seus olhos
negros
puxados de pincel,
[eu me prenderia fácil neles
como uma mosca do oeste
distraída e
sua aranha.
Ninguém nessa cidade
tem aqueles olhos.
São dela esses pares.
Fios coloridos
e me sinto
pateticamente
igual
querendo engoli-la
como uma pílula
e sentir
todos os
seus efeitos
colaterais.
E me entorpeceria,
eu sei.
Se ela ao menos me escrevesse.
Dormir é para Betinhos
Yoga é para capacitados
Leitura é para intelectuais
Escritura é para quem tem o intelecto apurado.
Eu pratico yoga e escrevo!
Existe vários tipos de poetas, os que escrevem por hobby, os que querem dinheiro, alguns atenção, e tem eu. Escrevo para expulsar a solidão que não possui gratidão. Escrevo oque sinto pois não sei demostrar como todos, já as palavras saem de mim como um perfeito refrão.
Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Eu gostaria
Para escutar tudo o que você tinha a me dizer e não teve coragem
É tão difícil enquanto estamos vivos
Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Para escutar todas as canções que você vai cantar
Faz tanta vergonha enquanto estamos vivos
Por que a morte é tão difícil
Mas solta as amarras dos que ficam vivos?
A morte não é poesia.
A vida de quem fica.
Mas quando eu morrer
Como eu gostaria de voltar
Para receber sua visita
Descobrir como você conseguiu
É tão complicado tempo enquanto estamos vivos
Quando eu morrer
Eu gostaria de verdade de voltar
Para escutar as suas recordações
É tão difícil lembrar enquanto estamos vivos
Mas quando eu morrer
Eu não vou poder voltar
Então escrevo isso
Para que quando eu morrer
Você saiba que de alguma forma eu sei
Se amar é sobre gostar, porque tenho tantas palavras odiar? Se sorrir é expressar o que eu sinto, porque sento em um canto e choro mais que rio? Se você estivesse aqui, talvez eu pudesse respirar. Aquilo que profiro, quase nunca é o que quero falar. Quem sabe você seja o meu lar?
O professores quando escrevem na lousa, escrevem, porque já aprenderam. Assim escrevem os professores, assim escrevo eu.
A diferença entre ler uma crônica esportiva e um paper sobre quantificações do efeito Helmholtz–Kohlrausch?
O texto técnico é maçante. Não porque o assunto não seja interessante, mas porque o pesquisador não possui uma linguagem acessível para comunicar suas ideias. Ou porque o trabalho está ininteligível, indecifrável, impenetrável. Quem melhor do que o Kant para explicar suas ideias? Qualquer professor de filosofia do ensino médio ou escritor de "filosofia-no-bolso". Talvez não TODO PROFESSOR DE ENSINO MÉDIO.
Difícil é escrever fluido e cirúrgico, empático e simples sem deixar a exatidão. Difícil é ser um Darwin. Sua escrita é quase inigualável para despertar ideias em pessoas que estão envolvidas com a ciência e que exercem o esforço adequado para envolvê-las. Embora um texto intrincado não seja sinônimo de complexo. Sempre há uma tentação de justificar a própria incapacidade de entender algo afirmando que não é possível entender.