Escrever
Muitas pessoas se perdem em meio há um rascunho, e esquecem de passar a limpo sua verdadeira história.
Ando meio em dúvida, se sou o que escrevo ou se escrevo o que sou... Ou mesmo, nem uma coisa e nem outra.
Publicar uma poesia é o mesmo que tomar uma decisão de tornar público aquilo que você guardou para si e tinha vergonha de mostrar.
Sei que alguém já disse: É quando escrevo que me sinto livre". Contudo, essas palavras preenchem minha alma e não tem como não repetir palavras tão sábias.
“Por que a mim não escreves? {2}
-
Por que a mim não escreves?
Por que, por que não escreves?
Nesta essência não te inseres?
Sentes que sou-me o nada?
E tal nada não alimenta o que queres?
Queres a vida de forma vasta?
Por que a mim não escreves?
Por quê? Por quê? Por quê?
Tens inspiração em falta?
Que falta somente a mim,
Que dás aos outros, completa,
Como se fossem dignos de ti.
Por que a mim não escreves?
Por que, tais letras, sufocas?
Uma carta como outrora
Sílaba esmagada pelo tempo
Que descreve uma maldita história
Que frágil como uma brisa do vento;
Eu não quero que me escrevas
Como quero… Como quero…
Algo que transforme esta treva
Em teu conto dramático eterno;
Eu não quero que me escrevas
Só quero… Somente quero…
Ser a protagonista que inventas
A sofrer em cada trecho mero.”
“Por que a mim não escreves? {1}
-
Por que a mim não escreves
Se te escreves ao respirares?
Se te respiras então escreves
A cada segundo em que vives
E se não vives tão vorazmente
Escreves à solidão e à tristura
No silêncio que lhe persegue
Em meio ao sono que amargura
Escreves quando pensas
Em alimentares teus vícios
E se escreves para todos eles
Para que o existir seja longínquo
Por que a mim não escreves?
Se não lhe sou tão precipício
Se não lhe causo um sentir abismo
Não me escreves por sentires
Sobre mim o mais puro vazio
Sobre esta lacuna, inda assim
Tu poderias escrever-me
Ou contando-me os teus motivos
Do por quê a mim não escreves.”
O bom texto gera reações fisiológicas, borbulha dentro do peito, inquieta, instiga os sentidos e faz com que quem lê queira saber mais: mais sobre o conteúdo, mais sobre o autor....
Vou escrevendo sem pensar as vezes serve para mim ou para outros, o que importa é que as palavras não sejam só jogadas sem objetivos ou alvos, que sirva pra alguém se não pra mim.
Se eu escrevesse um livro sobre a minha vida.
muitos mocinhos...
iriam ser os verdadeiros vilões nessa história.
"Abro o Word, coloco a musica em volume ambiente, suspiro fundo. Mas, nada sai. A pagina em branco fica me encarando, porém, eu não consigo entender, já que eu tenho tanta coisa a dizer, a desabafar. O silencio parece invadir minhas atitudes, sinto-me no mudo, mais com muita coisa a dizer. O silencio me domina."
Você gosta do que eu escrevo?
Então você gosta de mim.
Pois eu sou todas essas palavras digitadas.
Todos os pontos e vírgulas colocados.
Eu sou o lado doce dos amores amargos
que passaram.
Sou tudo isso . E só percebe quem me lê.
Como proceder numa situação
que pede que nossas lágrimas rolem?
Engula as lágrimas, e escreva.
Desabafe pelas palavras.
As palavras são uma infinita solução.
Servem para exaltar e afundar.
Servem para consolar e degradar.
Então, use as palavras a seu favor, escreva.
Escreva quando estiver feliz ou triste.
Nunca deixe de escrever.
A escrita te auxilia na vida, nas escolhas.
A escrita é sua solução em meio a depressão.
Quem escreve se livra de toda opressão.
Então, escreve e não deixe que o medo, te impeça
de viver, ou te impeça de escrever, porque para mim
escrever e viver, resumem meu ser.
A inadequada palavra veio à garganta e eu a prendi. A inadequada sílaba veio à língua e eu a cortei. Dei-me a arte de negar os versos que me rasgam a pele, que me encurralam entre a verdade e a nostalgia de um tempo sonhado. A palavra teima em sair e, fugitiva, encontra na transpiração a fuga do cárcere cruel em que a coloquei. Pondo-se por fim a evaporar, deixando com face de horror o meu silêncio.
E parece que nunca é a nossa vez, parece que todo mundo é chamado e a gente continua ali, de pé na estação. Estamos invisíveis, ficamos paralisados, o coração batendo rápido. Quando será que as coisas se desprenderão dessa corda manipulável para cair em nossas mãos? Quando será que os esforços, pedidos, gritos e lutas terão algum valor? Ou será que o mundo continuará a pisotear os nossos sonhos, sem nem mesmo parar para analisá-los?