Escrever
As vezes quero muito escrever, mas não vem as palavras certas nem a inspiração para externar os meus sentimentos.
Queria poder colocar em palavras belas, as emoções belas que tenho. Tenho certeza que é muito mais fácil falar de decepções a falar do amor, da paixão, da saudade. Acho que isso vem da minha prática em falar coisas negativas.
Mas aqui estou, em uma manhã de domingo, batalhando para encontrar uma tradução do que estou sentindo. Mas não vem nada, apenas frases feitas, nada original.
Imagino que esse sentimento é tão novo e bonito que caso se concretize em um papel, não será o mesmo, então preciso mantê-lo dentro de mim, secreto, belo, diferente de tudo que já senti.
Quero escrever do meu jeito, sem atenções para normas de gramática e conformidade com estrofes ou versos, só quero expressar o que sinto de uma forma simples e singela; só quero dizer simplesmente TE AMO!
Às vezes escrever não é fácil, você tenta imaginar algo, derrepente some tudo e torna tudo difícil,
Então quando tudo achar é melhor escrevê-lo rápido. Porque pode nunca mais lembrar igualmente ao inicial.
Músicas de amor que eu ouvia
Sumiram do rádio e eu busquei
Um tempo pra escrever algo pra ti
E acho que eu encontrei
A música de amor que eu queria
Cantar pra você e mais ninguém
Sempre que eu quiser você aqui
é só voltar e dar o play
O que você faz? Escrevo sobre amores que jamais vão dar certo.
O que você faz? Faço ela escrever sobre o que julga sentir por mim.
O que vocês fazem? A gente acompanha e sente, se emociona e dá vontade de falar umas verdades para ela e entender ele .
"Até que não tenhas mais forças para escrever, quando a última batida do meu coração acontecer... o último sopro do meu pulmão ditará a última palavra a ser dita ou escrita com a emoção de quem ama a vida."
Eu posso escrever milhões de textos durante a minha vida toda, posso fazer descrições que nem existem, posso viver intensamente sem ao menos querer, posso cantar a mesma música uma vida toda, posso descrever os mais simples sentimentos e, ainda assim nada explica o que eu sinto. Eu poderia te escrever um "eu te amo"... mas seria tão falso quanto, quando você me diz que vai cumprir algo.
Então paro de tentar escrever coisas que já parei de sentir, porque não posso afirmar mentiras inventadas.
Não me diga o que fazer daqui para frente, não me diga o que pensar, sentir, escrever. Não tente controlar meus passos, guiar meus sonhos. Não tente mudar meus planos, continuar inventando enganos, criando ilusões machucando corações. Não tente ser algo que você não é, querendo viver uma outra pessoa. Não tente viver por algo que você pensa que é concreto, não tente ser esperto o tempo todo. Não continue fazendo as mesmas coisas, criando maneiras de fugir de quem você é, de quem você é quando está comigo. Não tente mentir em relação ao que sente, só para querer o bem de outra pessoa. Nem sempre querer o bem do outro, é o certo. Nem sempre o outro quer ser ajudado. Não desta forma. Não tente esbarrar nos seus erros milhares de vezes, só para achar alguém que te entenda do jeito que você quer ser entendido. Mude, seja, acredite em você, custe o que custar. A vida é composta de mudanças, o coração é apenas uma excessão no meio de várias escolhas, os sentimentos são apenas prisões em que vivemos condenados à anos. Não viva em vão, por que acredita apenas em ocasiões. Não viva pensando no passado, não me esqueça... mesmo que pensar em mim, continue sendo uma tortura constante.
agora menina? Como que eu faço para te ajudar a sair dessa? Escrever não vai te ajudar. Escrever vai piorar, amar outro vai fazer comparação aos outros. Não ligue mais para meninos, isso vai se sentir como na última vez, a traição. Aí Menina, pobre de você. Pobre de você que ignora o que sente e se sente, escreve e não diz. Pobre de você que pensa que ele se importa, mas ele não se importa. Ele quer ser feliz com a vida que escolheu e você o pertuba com isso. Meu cérebro só me diz coisas horríveis.
Eu queria escrever um texto diferente. Mas não consigo. O sentimento é o mesmo. Vem estação, vai estação. Vêm meninos, vão meninos. Vem cor de cabelo. Vai cor de cabelo e fica a mesma coisa de sempre. O amor. Às vezes, gostaria de ser uma mulher bem resolvida e não ficasse tão na dúvida. Mas sou apenas no fundo, uma menina. Mimada. Mas sou menina. Com defeitos e não acredito tão mais na magia que esse sentimento que muitos odeiam trás. Eu escrevo os textos mais errados, tentando salvar uma vida e um amor. Mas não salvo. Eu engasgo nas frases e não vai. Mulher decidida não seria assim, ou seria? Sou mil mulheres em uma só. A que sofre. A que ama. A que acredita no amanhã. Mas dentro de mim ainda existe a que odeia o Amor.
Não tenho vontade de te escrever. De gritar, ou até reagir. Coitadinha. Diz o meu cérebro. Coitadinha nada. Daqui um tempo passa. E se não passar? Não passou. Não se pode tudo que quer na vida. São 264 horas. E assim a gente segue. Acreditando que o que eu sinto é maior que qualquer coisa. E se eu não sinto mais? É. Você não sente. Meu cérebro responde. Eu sinto sim. Não importa bem o que. Nem aonde. Nem para quem. Mas eu sinto.
O impacto das nossas palavras é muito forte, até mesmo pra nós dois. Porque além de escrever o que espalha, sentimos o sacolejo todos os santos dias.
Rebeca
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Sem palavras
E eu que não sou de falar muito,
resolvi escrever aquilo que penso e não falo,
porém não sei se aquilo que penso e não falo,
seja algo relevante a ponto de ser escrito.
Vou deixar minha mudez falar mais alto.
Vou ficar escondido atrás da cortina invisível do anonimato,
com a minha visível quietude, sem infringir a lei do silêncio.
Porque se fosse para eu falar mais e ouvir menos,
Deus me daria duas bocas e um ouvido.
E para não deixar o dito pelo não dito,
vou recorrer a um velho dito popular:
“Quem diz o que quer, ouve o que não quer”
Ou como diria um poeta amigo meu:
“É melhor ficar quieto, para não falar nada”
Tem certas coisas que não sei dizer
e como não sou de falar muito, fiquei...
Sem palavras.
02/04/2013