Escravidão
Apegar-se às coisas materiais, e ainda se desdobrar para ter muito mais, sem conseguir se satisfazer.
Esta é a fórmula da verdadeira escravatura da alma e do espírito.
Não se esqueçam que estamos por aqui apenas como estagiários neste tempo a espera da determinação do Criador para seguirmos em frente e para o infinito de Sua morada.
Neste resgate só levaremos o que realmente faz parte de nossa essência.
(teorilang)
Sou negro estou preso no tronco do preconceito que é onde sofri de todos os jeitos homens, mulheres e crianças sem compaixão fui arrancado da minha terra e luto pela abolição da escravidão,nós só lutavamos pela nossa liberdade mas fomos mortos sem do nem e piedade. Mas um fato impuro era o abuso que as escravas sofreram e não podiam reagir pois pra elas corriam o risco do amanhã não existir
"Mal os homens tinham descoberto a troca e começaram logo a ser trocados eles próprios"
(Origem da Família - citado em História da Burguesia Brasileira)
A medida, porém, que a exportação do algodão tornou-se o interesse vital desses estados, o negro foi sobrecarregado e a consumação de sua vida em sete anos de trabalho tornou-se parte integrante de um sistema friamente calculado. Não se tratava de obter dele uma certa massa de produtos úteis. Tratava-se de produção de mais-valia ao máximo - História da Burguesia Brasileira
Não era justo, ela achava, o modo como os espertos dos homens usavam o sentido de responsabilidade de uma mulher para escravizá-la na prática.
O proibido é um sentimento viciante, hedonista, egoísta, inconsequente, imoral, perverso e raramente terá volta. Uma vez que todo aquele que o prática naturalmente corromperá seu senso mental, moral, espiritual, se tornando uma presa e escrava de seus devaneios, anseios e saliências.
"Os poderosos pregam a moral da ordem e da obediência, que atende bem aos interesses de uma hierarquia, levando os dominados a sentirem a culpa do desacato. Os dominados pregam a moral da esmola, da chantagem emocional e da tentativa de fazer o poderosos sentirem culpa pelo poder. Seus medos se tornam os gritos revolucionários, as teorias de conspiração, os castigos eternos e seus vícios. Seu heroísmo e valentia não passam de tentativas de assalto; a exaltação do crime, da rebeldia e da fraqueza como virtude. Uma forma de dizer ao dominador: 'posso me sacrificar por algo, pois nada tenho'".
"A principal dinâmica que existe na luta pelo poder é justamente a existência do fraco. Ele é tão importante que produzir indivíduos submetidos e frágeis é o centro de toda culturalização humana. O forte sempre estimula o fraco a amar sua fragilidade e alimentá-la como uma espécie de heroísmo e abnegação. Os mais fortes não controlam com base no bem e no mal, mas com base no controle em si mesmo. É tudo uma questão de graus de força e não de virtudes morais determinadas".
Aleph K. Wagner
(A Lei Natural do Domínio).
A moral é a cartilha sobre andar na linha dada ao dominado. Os dominadores não são obrigados a atender às expectativas boas ou más de sua massa de escravos. Quando o dominador pratica a imoralidade privadamente isso não desregula a ordem, já os dominados, se puderem ser vigiados até mesmo na privacidade assim o serão.
MINHA ESCOLA, MINHA RUA...
Minha escola não tem carteiras, não tem ordem,
Tem vidas em desordem,
Lousa sem escrita
Lâmpadas sem luz…
Minha escola tem livros sem leitura,
Cantina sem alimento,
Nome sem patrono,
Pintura sem cor, móveis sem aconchego…
Minha escola tem estudo sem aprendizado,
Pagela sem frequência,
Aula sem vivência,
Caderno sem linhas e pautas, mentes sem crítica…
Minha escola tem pátio sem alegria,
Banheiros sem privacidade,
Professores sem vocação,
Formatura sem diploma…
Minha escola é a rua,
É suja,
É o caos,
É fria,
É lama,
É o analfabetismo,
A escravidão,
A condenação!
Ingrato é quem começa viver a esperança de comer manjares e reclama pelas saudades das cebolas da escravidão!
Não ousem pensar que estes obstáculos impedirão nossos anseios!
Nenhum passo atrás, carregamos o antídoto para todos os males, pois somos filhos daqueles que sobreviveram ao frio, fome e a dor...
CHIBATAS MODERNAS
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Que o fluido do trabalho
Seja o suor e não a lágrima
E que nas mãos haja calos
Ao invés de marcas trágicas
Causadas pela aplicação
De condições que não
Preservam o trabalhador
Transformando o que deveria
Ser uma fonte de alegria
Numa grande usina de dor.
.
Que o trabalho seja uma ponte
Para conduzir quem se dedica
À conquista do horizonte
Onde o seu ideal habita
Mas que jamais seja um muro
Entre o presente e o futuro
Por isso eu proponho
Que o trabalho sempre seja
Garantia de alimento para a mesa
E de estímulos para os sonhos.
.
Que haja líderes e não feitores
Com novos métodos de tortura
Que fazem dos trabalhadores
Vítimas de uma escravatura
Na qual disfarçados escravos
Se julgando livres são alvo
Da ambição desmedida
Da minoria abastada
Que com invisíveis chibatas
Produz visíveis feridas.
PELOURINHO
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Bate na palmeira o vento
E o negro por um momento
Julga ser a brisa do mar
Mas percebe muito tarde
Que são brancos covardes
Que vieram para lhe buscar.
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Sem se despedir da família
Sob gritos que o humilham
Vê distanciarem-se os coqueiros
E num barco com outros tantos
Prisioneiros em pleno pranto
É levado ao navio negreiro.
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São centenas de nativos
Transformados em cativos
Homens, mulheres e crianças
Que no porão do navio
Passam calor, fome e frio
E perdem a noção da distância.
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Os que se mostram valentes
São presos com correntes
E obrigados a se calar
Pois com crueldade desmedida
Não relutam em lhes tirar a vida
Os lançando ao frio mar.
.
Ao serem tratados feito bichos
Não entendem a razão do sacrifício
Pelo qual estão passando
Será maldição dos orixás
Ou os demônios vieram nos buscar
E para o inferno estão nos levando?
.
Depois da árdua viagem
Os de maior força e coragem
Chegam ao porto estrangeiro
E aquela estranha gente
Falando numa língua diferente
Os troca por algum dinheiro.
.
Vão para lugares variados
Os de sorte se tornam criados
Mas os demais que a elite avassala
Têm como destino os açoites
E as delirantes noites
No duro chão das senzalas.
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O cepo, o tronco e a peia
Lhes tiram o sangue das veias
E a sua resistente dignidade
Os grilhões e máscaras de flandres
Lhes derrubam o semblante
E eles sucumbem à saudade.
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Muitos veem nos pelourinhos
A única alternativa e caminho
Para fora da vida trágica
Pois o escravo que é forte
Encontra na própria morte
A chance de voltar à África.
TUPI
Um dia meu pajé me disse: - Pequeno, não te ilude com o japu'ŷ do homem branco, recompensa fácil é como o veneno da cobra. - Eles são bons comigo meu Pajé - Disse eu. Meses depois, fiquei com o seu cocar enquanto colocávamos os restos de sua terra no vaso ornamentado, pois o homem branco muito se irritou e de nós tirou tudo o que a sagrada terra nos deu, mesmo sendo nós de Butantan. Espero um dia ver Tupã descarregar seus trovões e nos dar o que nos é de direito novamente.
A lei Áurea abriu as portas das senzalas e largou o povo negro (analfabeto, doente, assustado, com ódio, com medo, com dor, sem saúde, sem um teto, sem onde construir um teto) para perecer.
“Enquanto a política triunfar como aço ganancioso, ferro maciço de desigualdade, uma gente, um povo, o Brasil estará aprisionado na desumana grade da escravidão.”
Giovane Silva Santos