Esconder
Às vezes, ter muita segurança, na verdade não passa de pequenos disfarces para esconder medos.
O ruim de ser forte, imponente em armaduras invisíveis, é que quando nos despimos e desmontamos aos poucos, sempre há uma plateia que irá assistir o cair e levantar em diferentes momentos.
Não entendem que somos feitos para dizer o não dito, para caber no desmedido, para começar, para acabar e de novo recomeçar...
E isso nunca vai ter fim.
Há esta coberta do domingo, que está a me cobrir, a me esconder! Do que? De quem? Essas wilmices de ver a vida, através das "janelas" concretas e virtuais. Para cada renúncia há a "Decisão", palavra do Latim DECISIO, do verbo DECIDERE, "resolver", literalmente "cortar fora, extirpar".
Domingo é sempre assim... é o dia das decisões. Daquelas que surpreendem! Os sentidos nascem, o olhar foca em buscas, como se existisse o dobro do tempo, apenas para isso! Parece simples assim, mas esse dia possuí o "dom" de impressionar! Pode ser pelo sabor diferente no viciante café, um novo passar de faca na manteiga, a música ou a mesma música com a nota mais intensa, a letra mais instigante, ou o texto que minha alma acordou para ler, o filme em cartaz! Do evangelho à última "fantástica" notícia, do checar das redes sociais, o dia de descanso passa a ser da labuta de decidir!
De tanto ver as pessoas "cortando" entre o açúcar e o adoçante, escolhi também o último, por ser mais saudável. Outro dia, admirei ouvir em alto tom: Café sem açúcar! Poderosa decisão sobre a minha bebida favorita e viciante! Hoje, aposentei o adoçante na estante! PERDI-O!!! O frasco quase cheio! Escolher é perder, sempre! A única escolha que não posso fazer é entre a vida e a morte, isso depende do tempo que me resta, e isso eu não sei, mas as decisões posso tomá-las agora! Já! Aqui! Mas se há uma decisão, há duas ou mais opções...sempre irei perder o que deixei! Mas ganharei o que escolhi!
Portanto, o que escolhi, pode não ser a melhor alternativa, entre o que tinha no passado, ou que pode vir no próximo clicar, posso desistir de todas as opções, dependendo do último wathsapp! Do novo contato no Facebook à imagem do estreante seguidor no Twitter...
Falar é fácil, penso aqui com meus botões! Pois, entre o que corto, para brotar nesse "arvorecer" e a tão angustiante decisão, há a renúncia. Fica algo a desprezar, anular, como: entre o adoçado e o puro, o poema ou a prosa, o dia ou a noite, o esquecer e o recordar, entre o amor e o nada! Mas, se tratando do amor!!! Há esse sentimento!!!... As coisas não dependem das nossas decisões e sim do machado certeiro alheio. Nesse ato que está o martírio, em ser par e retornar a ser ímpar! Ou pior, de ser a opção deixada na estante! A escolha pelo amor, resta a outra também escolher o nobre amor!
Quando você não está no plano decisivo amoroso, basta respeitar a opção, mesmo havendo o resignar-se, pois quando se tem muito o nada é vão. As relações buscam uma paz, um caminho, o que ficou da árvore, é a decisão, essa, estará coberta de vantagens, que firmará sua vida. Estando na solidão ou amando.
Em romance é isso: entre mim e ti! Escolho eu! Se você me faz mais feliz do que já sou, será feliz comigo, será "A Escolha! Mas tenho o orgulho e a vaidade bestas de ter deslindado, tentarei confirmar recorrendo ao escritor Pablo Neruda, para apresentar aqui versos sobre o que nos causa desconforto, ao analisarmos, como "os outros" verão nossas sentenciadas decisões Mesmo com contrariedades sociais e até familiares, o amor será o vencedor, presente nessas três palavras "E desde então"... E, lógico, vivido, nas enigmáticas reticências, deixadas pelo chileno.
"Talvez não ser,/ é ser sem que tu sejas,/ sem que vás cortando/ o meio dia com uma/ flor azul,/ sem que caminhes mais tarde/ pela névoa e pelos tijolos,/ sem essa luz que levas na mão/ que, talvez, outros não verão dourada,/ que talvez ninguém / soube que crescia/ como a origem vermelha da rosa,/ sem que sejas, enfim,/ sem que viesses brusca, incitante/ conhecer a minha vida,/ rajada de roseira,/ trigo do vento,/ E desde então, sou porque tu és/ E desde então és/ sou e somos.../ E por amor/ Serei... Serás...Seremos..."
Nossas escolhas, certas ou não, só o Srº Cronos dirá, apenas a vida responderá, pois elas jamais foram realizadas apenas por nós, as respostas estão no que fazemos, para isso, precisamos de tempo, para integrar as decisões na vida, por isso a coberta do domingo é tão interrogativa, de aquecer meu frio o coração, independente se sou, ou serei: Quem vai ficar? Quem vai partir? Quem vai chorar? Quem vai sorrir?! - Epa!Isso é Raul!
Não devemos esconder nossas felicidades,
devemos dividi- las com aqueles
que por nós ficam felizes, tão somente.
Máscara de ferro
Pois de tanto esconder sua cara,
Já pensou ser nova personagem.
Ocultou-se sob rica plumagem
E sob nova armadura me encara.
Ao querer passar do seu limite,
Abusou do meu franco apoio,
Separado do trigo foi o joio,
A audácia tudo lhe permite .
Mas topei com a indiferença.
Ser trigo ou joio, agora pouco importa,
Se a única saída for a porta.
A ferida foi mais funda do que pensa.
Causadora de todo meu desgosto
Foi a máscara a lhe esconder o rosto!
... por favor, felicidade, para com esta brincadeira de se esconder de mim! Para com este joguinho de vai e vem, que eu não ando bem! Sabe a tristeza? Pois é, meu bem, ela tem vindo ocupar o seu lugar, e eu que nunca te encontro, tenho passado a me entregar... então para com isso, sua boba! Para antes que eu te esqueça de vez ... para com esse joguinho sem fim, antes que eu desista de você...e de mim!
Você sempre vai sorrir para todas as fotos, mais a máscara que está no teu rosto nunca vai esconder o que está dentro do seu coração. As noites sempre vão chegar trazendo a prova do que estamos realmente sentindo um pelo outro.
Dito isto...
Sou tão simples e verdadeiro, que ao me esconder do medo, me insulto ao destempero e a fala audaciosa.
Não faço bem o papel de anônimo ou cantante apaixonado.
Prefiro a lingua solta ao verbo e o coração aberto, mesmo que ao entento, eu veja o porquê!
Mas assim como as falas, nem tudo é entendido ao ponto que se explique.
Os amores nem sempre são razões e as razões nem sempre cantam versos.
Apenas acontecem, sem "porquês" ou perdão, aos pobres e incorruptíveis corações.
A dessintonias e descompreensões das palvras, trazem o caos da linguagem.
No entanto fazem sentido aos emotivos sentidos das paixões.
Mesmo que vagas as emoções, nunca serão insignificantes, tendo em vista as passageiras ilusões ou se assim melhor dizer, "alusões", aos transgressivos amores, que nos ensinam a sangrar por sangrar.
Pela simples e terna ou "eterna" afetuosidade do apego incondicional e real.
Por mais que os anjos ditem negatividades, eis que somos jovens ao princípio de entender e ao conhecer.
Somos o que nos torna fortes ou despedaçados.
Isto nos cabe ao sentir ou não.
Uma devasta cor do silêncio e um enorme vazio a nos cercar.
Somos pó e apenas isto?
Sou apenas um rapaz simples de coração.
Apenas mais um mais um rapaz.
Amar, sentir, viver, sorrir, chorar e sofrer ou simplesmente me esconder? Do que vale todo ouro do mundo se não podemos sentir o
verdadeiro brilho, íntimo de duas almas buscando a felicidade? São tantas dúvidas que me fazem questionar a própria existência, minhas
crenças, medos e princípios. A única certeza que tenho nesta vida, é a grandiosidade do tempo, nele me apego e sufoco, na esperança
de que um dia as coisas sejam diferentes.
Tentei ocultar verdades, esconder palavras, disfarçar amor...mais não deu, meus olhos me entregaram .
Na copa o Brasil vai colocar em prática o poder da maquiagem. Disfarçar a pobreza, esconder os viciados em drogas, ocultar a falta de saúde, cobrir a violência e fingir que tem educação!
Tento esconder minha tristeza no sorriso já não consigo, mas fingir que sou feliz realmente já nem sei quem eu sou!