Escadas
AUTOAJUDA: Não se desce - nem se sobe - escadas com as mãos nos bolsos, você pode esquecer onde elas estão.
Onde a Falsidade fizer morada
eis que Irei pontualmente
pular as janelas
descer as escadas
para nunca mais voltar.
Caminho a seguir
Escadas de negro
Não vejo o fim
Não sei se subo
Ou rastejo
Se rastejo vou sentir
Se subir vou elevar
Neste céu eu quero tocar
Nele quero respirar
Sentir o que nunca senti
Disfrutar da paisagem
Onde ninguém conseguiu
Onde darão as escadas
Será que aguento a subida
Ou terei que permanecer de noite numa nuvem
Onde será quente
Para este meu sonho de menino
(Adonis Silva)09-2018)
Você sem mim
Pelas escadas do apartamento eu espero acordada
As horas passam por mim
E eu não sinto mais nada
Quero fugir pelo buraco da fechadura
E te vi outro dia com alguém
Mas, eu queria mesmo era me dar uma surra
Quero fugir pro além
Fui feliz ao teu lado
Só não sabia disso
Meu mundo está machucado
Mas, não morri por isso
Parabéns pela tua nova vida sem mim
Sinto inveja, sinto raiva
Não sabia que te deixar eu ficaria tão infeliz assim
Todos apagaram as luzes e foram dormir
Continuo sentada sozinha
Mas, meu maior desejo é só fugir
Sair desta vidinha
ESCADAS
Sangrando,
Eu subo um lance de escadas,
Na pressa eu não olho,
Não vejo quem está na calçada.
O coração coitado,
Parece que vai sair pela janela,
Pulsa a mais de mil por minuto.
O pulso vai ficando lento,
E eu vendo a minha vida passar,
Fracionada.
Vejo-me menina,
Vejo-me sendo amada.
Meus olhos rasos d'água,
Com medo de desaguar.
Quase morrendo,
Tremendo por dentro,
Derramando-me por fora,
Sem ter o que fazer,
Fico,
Não vou embora.
Esquinas, becos, escadas e ladeiras.
Dorme a sorte, cai a tarde, levanta cedo, menos conta menos julga.
Estrada confusa. Rota de fuga.
Futuro trato. Desembaraço.
Vai ideia vai vc vai firme.
Q história todo mundo conta
contra tudo. Alguns pagam por todos.
Minuto de silêncio pra apagar memória. Enquanto pensa anda.
Qualquer lugar está distante
pra quem ñ quer ir.
Partir partiu. Nunca a metade.
A outra parte sumiu. Sumiu quem viu. Quem o dono da rua nesse momento. Certidão ñ tem foto.
Compromisso depende da irmandade. Tem quem diga nada ñ.
Vou andando. Moto carro caminhão.
Vou andando.
Trem barco avião estrada passo direção.
E depois e depois.
Quem pergunta o q sabe,
vai ouvir mentira.
Se sabe também.
Vou andando...
Olhos de ressaca
minha deusa negra quando anoitece
desce as escadas do apartamento
e procura a estátua no centro da praça
onde faz o ponto provisoriamente
eu fico na cama pensando na vida
e quando me canso abro a janela
enxergando o porto e suas luzes foscas
o meu coração se queixa amargamente
penso na morena do andar de baixo
e no meu destino cego, sufocado
nesse edifício sórdido & sombrio
sempre mal e mal vivendo de favores
e a minha deusa corre os esgotos
essa rede obscura sob as cidades
desde que a noite é noite e o mundo é mundo
senhora das águas dos encanamentos
eu escuto o samba mais dolente & negro
e a luz difusa que vem do inferninho
no primeiro andar do prédio condenado
brilha nos meus tristes olhos de ressaca
e a minha deusa, a pantera do catre
consagrada à fome e à fertilidade
bebe o suor de um marinheiro turco
e às vezes os olhos onde a lua
eu recordo os laços na beira da cama
percorrendo o álbum de fotografias
e não me contendo enquanto me visto
chego à janela e grito pra estátua
se não fosse o espelho que me denuncia
e a obrigação de guerras e batalhas
eu me arvoraria a herói como você, meu caro
pra fazer barulho e preservar os cabarés.
( ... ) A casca
Descendo escadas
entrando na trajetória
negando a alma
imposta à casca
tão fraco e impotente
insuficiente
quando o rio te leva e desagua
ninguém é tão forte agora
seguindo o paralelo
negando os fatos
roendo as sobras
de piedade
tão fraco e impotente
insuficiente
quando o rio te leva e desagua
ninguém é tão forte agora
Em mil novecentos e antigamente...
Projetei-me!
Sai calmamente e consciente...
Desci as escadas...
Era cedo!
Chegando lá, sabia que não precisava de chaves.
Pois me projetei!
Fui ao seu quarto simplesmente fiquei o observando.
Não me contive e cheguei mais perto...
Você estava num sono tão profundo...
Eu me aproximei e o beijei...
Você sorriu! E me olhava com tanta ternura...
Sem noção, deve ter achado que era sonho.
Foram segundos!
Mas era real!
Eu me projetei! Conscientemente!
Os melhores sedativos da alma humana são as escadas rolantes que nos levam as mais variadas vitrines, da qual a financiamos com a nossa alma em caras prestações que saborosamente envenenadas consomem lentamente nossa e todo tipo de vida existente, mas também mantêm tudo suficientemente vivo até a chegada dos novos herdeiros dessas escadas, e assim envergonhados de nós mesmos, escondemos em nosso último suspiro de sanidade, todos os nossos vazios, na tentativa de convencer os novos visitantes sobre a importância de viverem esse fantástico legado sem sentido.
O mundo está cheio de religiões que desejam construir escadas para que a humanidade suba até Deus. Infelizes dessas religiões, porque não somos nós que vamos até Deus. Ele que desce e vem até nós. Não somos nós que o amamos primeiro, ele que toma a iniciativa divina de nos amar e se entregar por nós numa cruz! Precisamos revisar o ensino sobre o Evangelho, não é o homem que vai até Deus, não é o homem que conquista as bênçãos divinas. Deus que vem, Deus que nos abençoa porque ele quer. O Evangelho genuíno, não é "nós fazemos", mas a Trindade fazendo em nós!
SOBREVIVER
Nas paredes de pedra calcária da entrada
Esvoaçamos já pelas escadas de fragas
Acorrentamos os nossos nomes na hera
Inventamos traços onde nós nos amamos
Concordamos nas palavras como se fossem
De um último adeus, de um último comboio
Que partiu para longe sem, sem ti, sem mim
Janela de casa que dava para o florido jardim
Sente-se o cheiro de alcatrão numa velha canção
Ignoramos as sombras fingindo as mentiras soltas
Como uma voz que sussurra na secreta passagem
Olhar das minhas pálpebras num belo vestido roxo
Sobrevivemos a tudo a todos com coragem infinita.
QUINTAL DO MUNDO
Descidas, escadas empurram
empurram pés, pelos degraus
degraus da vida arfa o fôlego
fôlego, cheira, no quintal.
Quintal... Inicio do mundo
mundo fundo, sempre enterra
enterra o corpo sob terra
terra que devora a treva.
Treva, leva o peito seu
seu leito de água e mar
mar de bruma que empurra
empurra eu seu velejar.
Velejar pela verde vida
vida ventos, panos finos
finos trato de um futuro
futuro passos de menino.
Antonio Montes
Meu chinelo
Acordei hoje e não achei o meu chinelo
Desci as escadas até a caixa do meu gatinho
E o bicho ainda estava dormindo
Dessa vez ele não roubou
Dei-lhe um cheiro e voltei
Voltei para o quarto
Sentindo nas solas os pelos do bichano
Procurei nas caixas de sapato
E na casa em todo canto
Achei moedas, remédios e pirulitos
Em sigilo dirigi ao quarto de mamãe
Forçando a porta para cima enquanto empurrava
Senão ela dava apito e minha mãe gritava
Caso perdido
Tropecei num tamanco e caí na cama
Mas ela acordou foi com o próprio espirro
Era pelo de gato aquilo!
Então bem rápido perguntei:
-“bom dia mãe, viu o meu chinelo?”
-“se cê num sabe eu que sei?”
Ok... Agora sei que está perdido
Se nem minha mãe viu, sumiu! rsrsrs’
Fui para a cozinha
Esquecendo que descalço estava
Um pão, tomate, mussarela e azeitona
Um café bem forte e fico à tona
Subo pulando para o terraço
Lá chego e piso numa poça d’agua
Que cocegas nos pés mais engraçada
Sinto o leve vapor subir
De uma geada que passou (de novo) de madrugada
E o Sol aquecendo me lembrou de espreguiçar
O vento leve batendo me fez assoviar
Os pombos juntando me fizeram migalhar
Alguma coisa de tudo me fez sorrir
Meu gato veio, espantando os pombos
Depois ficou bem no meu pé esquerdo
Achei que precisava de um calçado
Mas só fui acordar naquele terraço
Descalço
Então eu sigo as escadas e chego a porta. Ela da visão ao jardim que trás ao final do dia o cheiro. Seu cheiro. Não que você tenha cheiro de flores e plantas, mas a pureza da natureza me remete a pureza do teu cheiro em meus momentos de lembrança. Aquele cheiro da tua pele que me trazia pra perto de você, assim como o jardim que atrai as borboletas em um final de tarde primaveril. Caminho por esse jardim tocando, cada flor, cada folha assim como tocava cada pedaço do teu corpo, corpo este semeado e cuidado pelo tempo para o jardineiro apaixonado que você me tornou. Fecho os olhos, o velho piano toca dentro da casa abandonada. Casa que você me tirou com minha vontade de sentir suas pétalas, me salvou da escuridão da casa triste. Ando em meio às flores, ando até que o jardim acaba. Desespero-me. Olho pra trás. Não há casa. Não há jardim. Apenas uma fotografia. Olho e uma lágrima escorre como um orvalho. Nela estou eu, beijando uma mão assim como cheirando uma flor.
Quando subir as escadas da evolução espiritual, poderá sentir algum cansaço, desânimo e tristeza, ao chegar no piso superior do conhecimento maior, poderá encontrar novos desafios q sempre levarão à grande alegria, enfim, saiba q não voltar às escadas abaixo e persistir nas subidas, encontrará uma magnitude sala onde os vencedores, comemoram entre si a Ceia eterna de Cristo