Errar

Cerca de 3555 frases e pensamentos: Errar

Velocidade é a bola da vez. Não sei bem se é isso, mas não tenho mais tempo para errar. Há alguns meses, numa mesa-redonda em Belo Horizonte, o professor Eugênio Trivinho (PUC-Santos) falava em "dromoaptidão". Nunca mais me esqueci. Ele fala difícil, a platéia de estudantes de graduação em Comunicação ainda não sabia o que fazer com aquelas palavras. Muita gente riu baixinho, pensou logo no dicionário. "Dromoaptidão" era um conceito que Trivinho desdobrava ali para aquela "galera". E era mais ou menos a aptidão que nós (e os próximos habitantes desta Terra) devemos ter para lidar com a velocidade.

Além do professor de Santos, capítulos de livro trazem pesquisas sobre o tal do "tempo real" e a perseguição de um intervalo cada vez menor entre os fatos, os fatos e as idéias, os fatos e os textos, os fatos e o jornalismo. Uma correria que aparece na vida de todo mundo das mais variadas formas. Gerações que se sucedem e ficam sem o que fazer cada vez mais cedo.

A geração dos meus professores universitários fazia doutorado aos 45-50 anos. A minha geração é de doutores antes dos 30 ou pouquíssimo depois. Inventou-se, para dar conta disso e manter a "linha de corte", o pós-doutorado. E deste se pode ter um, mas é pouco. Há jovens estudiosos com cartelas de dois, três ou quatro, antes dos 40 anos, uns dentro e outros fora do país.

Vou pelo mesmo caminho, mas não sem me perguntar: para quê estou correndo tanto? Onde vou parar? Para quem quero falar o que eu aprendo? Turmas cada vez menores? Poucos indivíduos que querem fazer carreira na ciência? Embora haja vasta comissão de ressentidos que vão mal na profissão ou que apenas repetem a crítica infundada àqueles que fazem da pesquisa a profissão (muitas vezes a vida), é nisso que este país se fia, com o pouco que ele é, para atravessar camadas e camadas de ignorância reverberada até por quem estuda.

Em todas as grandes universidades deste país (não estou falando de faculdades), há equipes grandes de pessoas de variado nível de formação questionando, examinando, estudando e propondo o que se faz do lado de fora daquelas cercas. Em qualquer região do Brasil, pessoas dedicadas ao conhecimento (e não apenas à informação replicada, muitas vezes mal replicada) fazem seminários para ver o que é possível para melhorar isto ou aquilo.

Fico observando aquelas equipes da Engenharia de Materiais. Eles têm de pensar em tudo, no presente e no futuro, e de fato alteram as perspectivas do que acontece dentro de nossas casas. Ou aquela turma de jaleco branco que acaba de passar por ali. São biólogos e vão almoçar. Um pouco mais cedo, estavam discutindo alguma coisa sobre meio ambiente. Os cientistas da Computação estão ali trancados resolvendo o que fazer com a pesquisa de um tal ex-aluno de doutorado que inventou algo muito importante para isto ou aquilo. E a turma da Faculdade de Educação entregou hoje cedo as matrizes que direcionarão o ensino de Matemática nos próximos anos, se os professores deixarem.

E para quê corro tanto? Para ver a banda passar. Para chegar na frente. Para que minha vida aconteça à minha revelia. Para que meu filho tenha um futuro bacana. Para ter grana. Para aprender coisas que pouca gente sabe. Para contribuir. Posso dizer tanta coisa para me justificar, mas prefiro ficar cansada. No final, estaremos todos vizinhos nas mesmas covas. Para quê correr?

Uma moça me contava, há duas semanas, a experiência de morar no exterior. Não em Londres ou em Nova York, mas em Moçambique. Antes disso, fez um estágio no interior da Amazônia e depois concorreu a uma vaga na África. Lá, não tinha quase onde morar. Pegou malária duas vezes. Depois de três anos, resolveu voltar para o Brasil porque ficou grávida. Não fosse isso e teria curtido mais a missão. Dizia ela: "Aprendi muito com esses povos. Lá você dizia ao cara para pensar no futuro, guardar a comida, conservar o peixe e ele dizia: para quê?". Quando ela argumentava: "Para você ter um dia melhor amanhã". O africano dizia: "Mas aí eu posso ter um dia melhor hoje". Caça, pesca, coleta. Isso mesmo, vida de quem está, não será. E se for, melhor.

Ela dizia isso e sugeria a alunos de Letras que concorressem a vagas oferecidas por agências nacionais de fomento para viagens ao exterior. Não para Milão ou para Lisboa, mas para Moçambique ou para qualquer outro canto do mundo onde não haja uma vida, no fundo, muito parecida com esta. Ela dizia isso e refletia: correr para quê?

Não quero viver da coleta. Não sou caçadora e nem estou preparada para o "carpe diem" dos filmes americanos ou dos poemas árcades, mas bem que eu queria um descanso. Não este descanso falso dos finais de semana que começam no sábado à noite. Não a pseudoparada dos que dormem de dia. Ou a noite exausta de quem trabalha sem parar. É isso o que se tem feito. Eu queria o descanso de viver este dia do moçambicano sertanejo. De quem não conhece, simplesmente não sabe o que é, o celular, a televisão, a caixa de e-mails ou a luz elétrica. Impossível.

Faz tempo que a velocidade vem mudando de jeito. Não por conta da internet, que esta é apenas a etapa que nos soa mais fresquinha. Desde o telégrafo, o trem a vapor, o telefone. Desde que a distância pareceu ser relativa. Desde que os burricos que atravessavam montanhas pararam de trabalhar. O tempo vem sendo manipulado. As pessoas vêm delegando suas reflexões e seus desejos a outras. Se gostam ou não, se querem ou não, se são ou não, tanto faz. Terá sido tudo uma imensa onda de práticas meio espontâneas.

Sem ler sobre o assunto, mesmo sem freqüentar aulas de "Análise do Discurso", seja de que linha for, é possível parar para ouvir os ecos de tudo o que se diz. Aqui, neste Digestivo, é possível ler uns textos que ecoam outros; tantos que expressam bonitamente a conversa do boteco, com mais elaboração, é claro; outros tantos que conversam entre si e nem sabem. O que importa é saber o quanto estamos presos a uma rede invisível de sentidos que já vêm meio prontos. Uma teia de relações que já chegam feitas. Uma onda transparente de significados que carrega os ditos e os não-ditos. Sem ter como escapar. Os dizeres estão sempre presos a outros, mesmo que não se saiba se alguém já disse aquilo antes. E principalmente por isso.

Pensar deveria ser a coisa mais importante de tudo. Da vida em família, da escola, da convivência. Saber pensar deveria ser a habilidade mais almejada de todas. Antes de saber envergar roupinha de marca ou saber inglês, antes de conhecer música ou ler Machado de Assis. Antes de ser "do contra" ou de apoiar a "situação". Pensar deveria ser obrigatório. Não sei pensar. Não aprendi direito. Antes que eu consiga (porque eu até tento, há quem nem isso...), vêm logo essas redes de sentidos me carregando. Que antídoto há para isso? Pensar de novo, ler mais, conhecer os textos (falados, inclusive) que já rolaram nesta correnteza e tentar ao menos me localizar. Saber que ecos tem minha voz. Pensar de novo e assistir aos efeitos do que eu disser.

Em 2002 eu tinha um blog. Ele era até conhecido. Fazia resenhas e entrevistas com escritores. Depois me cansei dele. Hoje tenho preguiça dos blogs, assim como de outras coisas e pessoas. Lá no meu blog era assim: eu mal pensava e já havia escrito. Muitas vezes funcionava. Mas isso não tem a menor importância para mim mais. No blog, no site, na mesa de bar, a velocidade eclipsa uma série de coisas mais importantes. Muito do que se escreve é de uma irresponsabilidade exemplar. O Digestivo já foi texto de prova de vestibular várias vezes. Imagine-se o que isso ecoa nas práticas de muitos lugares? Parece bobagem? Não é. Muito do que se toma como verdade é irrefletido, bobo, superficial, reelaborado, tolo, restrito, mas se quem escreve só faz escrever sem pensar, imagine-se o que fazem os que apenas lêem, e lêem mal?

A velocidade com que as coisas podem ser feitas e ditas tem trazido à luz o que deveria ficar guardado em tonéis de carvalho. Há produtos da cultura que jamais, esteja a tecnologia como estiver, sairão dos barris antes do tempo. Ainda bem.

Inserida por Scutasu

Todo mundo erra em algum momento da vida, e nós também podemos errar! Por isso, devemos estar sempre pronto a perdoar todos que por um momento de infelicidade nos atingiu. Sei que em algumas situações a palavra perdão soa até como ofensa para quem foi afligido. É a primeira palavra que o ofendido risca do seu vocabulário, porém quando se consegue buscar forças do interior e perdoar a quem o ofendeu, desde é claro, que haja arrependimento do ato, o perdoador sente o efeito duradouro deste ato divino.

Inserida por 81024673

Se você não quer errar, fique longe do erro.

Inserida por sthefanysentiu

Errar uma vez é humano, errar duas vezes é humano, errar três vezes é humano... Burrice é não aceitar cada erro e se arrepender dele.

Inserida por Guitalo

Não desista se errares, errar é um ato humano e é com eles que aprendemos.

Inserida por FelypeLopes

Vou subindo as montanhas da vida
Sem medo de tropeçar
Sem medo de cair
Ou sem medo de errar

Se eu cair, cairei no abismo
Um lugar vazio,
E sentirei um deserto dentro de mim
Um vazio enorme e sem vida...

Tenho que subir para a superfície
Ou irei ficar amargamente magoada
Abismo é tão sem vida, sem amor
Tenho que superar esse vazio...

Agora chega o tempo de atravessar o deserto
O tempo de lamentação e de lágrimas
A dificuldade aumenta, e o aprendizado ainda mais
E logo o deserto torna-se num vale verde

Estranho que quando estamos no topo da montanha ou da vida
Não produzimos frutos, nem quando estamos no fundo do abismo.
Só quando estamos no deserto, aumentando a sabedoria e o entendimento.
Por cicatrizes, ou por erros, aprendemos muito mais...

Inserida por OfMusic

Errar na tentativa do acerto é louvável. Errar ao pleno discaso é deplorável.

Inserida por danilodjb

Deixar alguém livre para errar é bom, você pode se surpreender ao constatar que as escolhas do outro eram mais certas do que você acreditava.

Inserida por GuatacaraPituna

Aprendi com os erros que não errar é melhor
com os amigos que nem todos são sinceros
com o trabalho que fazer o que gosta é o que te faz feliz
comigo mesma: Achar a saída pra não se perder.
Aprendi a não me magoar, menos ainda guardar mágoas
aprendi a lutar e me defender muito bem do mal !
Só não aprendi a derrubar ninguém para alcançar vitórias.
Luto, venço sem precisar que meu adversário esteja no
chão.
Vencer é encarar o vencido de pé, olho no olho !

Inserida por LeoniaTeixeira

Espero que suas cicatrizes sirvam para te lembrar de não errar novamente.

Inserida por joaojunior90

A vida me ensinou que errar é o início da caminhada, acertar é a continuação, e tentar é a linha de chegada do sucesso.

Inserida por franciscoerivan

“Não tenho medo de errar. Nem de perder. Tenho medo de ganhar sabendo que fui injusto.”

Inserida por bem-dito

Já parou para pensar nas coisas que você deixou de conquistar, por medo de errar?.

Inserida por eduardobmfm2

Mesmo no erro, eu quis errar.
E se não deu certo, mesmo com dor eu vou me recuperar

Inserida por CosmeHenrique

Todos iram notar quando você errar
e quando você vencer ninguém ira perceber
pois não estão se lixando para sua VITORIA
MAS Estão TORCENDO para sua DERROTA.
e o único Jeito de você não ser
RIDÍCULO é agradecendo a
DEUS E FALAR '' TUDO DEVO A ELE ''

Inserida por AlineTudeia

Eu comecei a errar quando concordei com aqueles que diziam que você, não era o melhor pra mim.

Inserida por anarosacartaxo

A vida é difícil pra quem se mantém a ser abaldo pra quem insiste em errar pra quem não sabe viver pra quem só sabe chorar.

Inserida por Reflexoesdavida

Escreva seu futuro há lápis para não se arrepender e errar no seu futuro .

Inserida por VidaEternameteFeliz

Aprenderemos sempre mais com os tropeços que com os acertos. E é sem medo de errar que vou vivendo, o acerto me acomoda nas ruas do destino, e o destino já está tão bem escrito que a vida sabe bem de cor

Inserida por MaelAzevedo

Fazer oque é certo em meio de tantas facilidades para se errar requer muita disciplina e força de vontade.

Inserida por Fabianegomes