Era
Ela tinha medo do escuro, mas não tinha medo de amar. Ela era assim: medos bobos e coragens absurdas.
Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um batimento cardíaco. Como segurar algo completo e completamente vivo.
Eu sabia da possibilidade de voar... Eu sabia que era apenas uma questão de tempo pra me atirar das alturas... O que eu não sabia, é que o primeiro passo para se voar longe, é aprender a ter os pés no chão!
Sozinha nos trilhos eu ia,
coração aos saltos no peito.
O espaço entre os dormentes
era excessivo, ou muito estreito.
Paisagem empobrecida:
carvalhos, pinheiros franzinos;
e além da folhagem cinzenta
vi luzir ao longe o laguinho
onde vive o eremita sujo,
como uma lágrima translúcida
a conter seus sofrimentos
ao longo dos anos, lúcida.
O eremita deu um tiro
e uma árvore balançou.
O laguinho estremeceu.
Sua galinha cocoricou.
Bradou o velho eremita:
“Amor tem que ser posto em prática!”
Ao longe, um eco esboçou
sua adesão, não muito enfática.
Eu me lembro que ainda muito jovem li as memórias de Goethe. Goethe era um sujeito que achava que nós deveríamos cumprir todas as nossas obrigações para com a sociedade. Porque nós temos de ser superiores a ela, não inferiores. Se nós consentimos que a sociedade nos marginalize e nos derrube, então nós seremos seus escravos.
Eu tinha muita amizade com o doutor Juan Alfredo César Müller. Ele era um sujeito goetheano. A ética que ele seguia era a do Goethe, baseada em três coisas: o homem deve ser digno, prestativo e bom. O dr. Müller era a encarnação dessas três coisas, era digno, prestativo e bom. Você não pode fugir das suas obrigações sociais. Claro que, às vezes, você as cumpre imperfeitamente. Mas você não pode fugir delas, porque se você fugir, você se enfraquece. E se você se enfraquece, você torna-se uma vítima inerme da pressão. Você tem de se esforçar, tentar fazer o máximo para que seja mais forte do que a pressão da sociedade, não mais fraco, jamais uma vítima.
Goethe fala de sua ética do trabalho em seu livro de memórias "Poesia e Verdade" e nas "Conversações com Goethe", escrito por seu secretário, que teve a prudência de anotar os diálogos que tinha com Goethe nas conversações do dia-a-dia e que eram jóias.
Quando eu era garoto, eu não sabia o que queria ser quando crescesse. Os adultos sempre perguntam isso para as crianças. Eu nunca tive uma boa resposta, não até aos vinte e oito anos. Até o dia em que eu conheci você. Foi aí que eu soube exatamente o que queria ser quando crescesse. Eu quero ser o homem que faz você feliz.
" Quando um simples ollhar arrepia, uma voz embriaga, um sorriso encanta...aí, já era ! Existem duas em mim: uma é mulher a outra, criança. Uma sabe que não é possivel, a outra acredita ser, tem uma que brinca e a outra que tudo leva á sério, uma canta, dança, a outra sabe que a vida não é apenas sonho, ilusão, desejo, sedução. Uma tem quarenta e seis, a outra, dezesseis ! Neste jogo de sentimentos e emoções uma será vencida e a outra vencedora. "
Sininho não era tão má. As vezes era muito boazinha. Mas fadas são tão pequenas que só sentem um sentimento de cada vez!
A mulher era tão feia, tão feia, mas tão feia que São Jorge quando a avistou, deixou o cavalo, a espada e saiu correndo.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A vida da gente é como o tempo...
Basta um vento qualquer de contratempo e o que era azul fica nublado de repente.
Mas a recíproca também é verdadeira...
Um vento bom carrega as lágrimas da gente e um céu se abre azul
Queira ou não queira.
Eu percebi que a beleza não era uma coisa que eu poderia adquirir ou consumir, que era algo que eu tinha que ser.
O amor era uma atitude. Uma predisposição natural para se ser a favor de outrem. É isso o amor. Uma predisposição natural para se favorecer alguém. Ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa.
Em uma noite qualquer
Meus pensamentos foram de encontro a você
A minha vontade era sair correndo ao teu encontro
Mesmo que apenas para te olhar e expressar meus sentimentos
Mas a lua com sua sabedoria me dizia apenas para esperar
E no impulso da saudade os olhos encheram de água
Apenas nas lembranças e na esperança de estar com você agora.
O trabalho era atrapalhado, às vezes por minha falta de jeito, outras de propósito, para desfazer o feito e refazê-lo. (...) Mas os cabelos iam acabando por mais que eu os quisesse intermináveis. (...) Desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa.