Era
Sempre consegui esconder meus sentimentos através do sorriso, sabe? Era só sorrir e pronto, estava tudo bem. Por dentro, a dor me consumia, mas ninguém precisava saber. Então, eu sorria...
Era tudo tão perfeito
um tanto quanto surreal
bruxas e belas princesas
unicórnios no quintal
onde andavam de mão dadas
chapeuzinho e lobo mau
e então a gente acorda
tudo volta ao seu normal
bruxas queimam na fogueira
princesas só no carnaval.
Antes disso, minha vida era uma página em branco. O velho eu que chorava, agora ficaria feliz em me ver.
O certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundezas. Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma.
Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.
Um brinde à vida. Pois quando menos esperamos, Deus nos manda algo que era muito mais que imaginávamos, que esperávamos. Algo tipo: você.
Sonhei que era uma borboleta, e quando acordei vi que era um homem. Agora não sei se sou um homem que sonhou ser borboleta, ou se sou uma borboleta que sonha ser um homem
Se era disso que se tratava o amor, eu não queria me apaixonar. Não queria ser um idiota que não pode ver o que a outra pessoa precisa, cego pelas minhas emoções. Eu queria estar lá para a pessoa que eu amo até o fim.
Amizade acaba? Não, não acaba. Se acabou, não era amizade. Ou até era, mas o amigo às vezes era só você!
Mas agora era diferente. Era saudade ao lado, falta ao vivo, era o medo da perda. Era a perda ao lado, ao vivo.
“Eu não me dava conta que a única pessoa que podia preencher o vazio que eu sentia era eu mesma. Era meu próprio abraço. Isso é o mais importante”