Era
Talvez era melhor eu te dizer o quanto ficas linda com o cabelo desse jeito, ou quando mexes inofensiva com a ponta do dedo nos teus caracóis. Mas isso seria demais, então prefiro ficar aqui a olhar para a tua beleza.
O celular tocou, era uma mensagem. O conteúdo era pequeno, dizia apenas “saudades”. Olhei o remetente e sorri de canto,mas não pelo motivo que você está pensando. Meu coração, quase parado lá dentro, sorriu comigo e disse: Que engraçado.Eu nem lembrava mais de você.
Eu te amei mais do que a mim mesma...
Tudo era para ti...
Você era o meu mundo...
Mais você não viu...
Que eu fazia os seus dias mais fáceis...
os seus caminhos mais rápidos...
Em nenhum momento quando me magou..
Lembrou de nada que eu havia feito..
Me julgou por um único ato,e por este ato
foi apagado tudo o que fiz de bom...
Você não me amar, isso não era novidade..
Mais ser cruel comigo,isso é imperdoável..
"Minh'alma vagava pelas sombras do destino.
O sorriso triste da solidão era minha companhia,
Quando o doce som de sua voz ela reconheceu...
Mas quis o destino que voltássemos a andar por suas sombras,
Enquanto isso deixo meu rastro de sangue até achar o caminho de volta para teus braços."
E quando me dizem para eu ser forte,
aí é que eu esmoreço
Lembro-me que você era meu norte, meu suporte,
meu endereço.
E quando me dizem que é preciso suportar,
logo eu enlouqueço...
Lembro-me que você era minha força, minha coluna,
meu recomeço.
Meu Porto.
E quando me pedem para levantar,
eu me desconheço,
já não consigo sustentar esse alto preço.
E quando me pedem para não chorar,
entro em desassossego,
porque tudo sem você me traz muito medo.
Dói de mais quando quem menos espera se afasta sem ao menos dizer o porque ,você era a única que eu conversava meus segredos ,porém você se foi...
Fim de tarde...
Era assim,
eu sempre conseguia enxergar,
um belo céu azul
entremeado de nuvens brancas.
Elas lembravam tua mão carinhosa
afagando meus cabelos.
O tempo passou e borboletas,
resolveram ocupar o espaço também.
O vento, se despediu e ficou ali,
somente uma brisa leve
para garantir o frescor
que um final de tarde pedia.
Senti teu perfume
quando sentou ao meu lado,
me abraçou e falou dos teus sonhos.
Era tudo encantado,
foi assim que imaginei
e ficamos no silêncio
que falava por nós.
Levantamos, e lado a lado,
caminhamos durante um tempo.
by/erotildes vittória
O PATINHO, FEIO!
Era a primeira vez que ele entrava em uma roda de poker, dinheiro tinha as pencas, era o suficiente para o final de semana, poderia sair com a namorada, ir a um cinema, teatro, jantar e tudo o mais. Estava bem fornido, e aquela noite que ambos sonhavam, e que já havia tantas vezes se prometido, até a decisão dela, estava marcada para o dia seguinte, ela teria prova na universidade, não iriam sair, e tudo ficara adiado por vinte e quatro horas.
Um pouco possesso, um pouco desiludido e se sentindo só, saíra para jogar com os amigos, ela havia concordado nisto. Entre risos e sorrisos seus companheiros haviam lhe dito que iriam jogar a leite de pato, lhe pareceu ofensivo, mas não sabia o que era então foi logo que pediu para ser a dinheiro, afinal isto ele entendeu as palavras, e gostava de decidir e fazer sobre o que entendia, mas seu orgulho lhe impedia de perguntar sobre o que não sabia.
As cartas iam e vinham, com as apostas; algumas vezes ganhavam, outras perdia, mas não se preocupava, havia guardado no outro bolso o dinheiro da noitada, e jogavam apenas o resto do seu salário. O patrimônio dispunha oscilava conforme, seu pai dizia as cotações na bolsa, mas o jogo era outro...
Moral da estória terminou a noite com o dinheiro da noitada, e uns poucos caraminguás que lhe sobraram para passar o mês. Até aquele momento, sobre o calor do jogo, não havia percebido o drama, a tragédia que havia se metido, só agora, só no seu quarto, é que tinha a sensação da encrenca que havia entrado.
Pensou em não pensar nisto, mas o porvir não lhe permitia. A única forma de passar o mês era abrir a mão daquela noitada, ou contar a ela...
Não poderia imaginar, que mesmo se ele abrisse mão, ou adiasse tão esperado evento, ele teria que explicar o porquê, o desmascarar sem razão iria levá-lo a complicações maiores, do que ele poderia imaginar.
No dia seguinte, como havia pensado desmarcou o evento, e como única razão foi: a falta de dinheiro. O que Lee não imaginara é que ela se recordava que dois dias antes ele havia recebido.
O clima foi horrível, teve que explicar o inexplicável; ela pôs em dúvida tudo, sua fidelidade, sua honestidade, até sua masculinidade, um caos! Preferiu brigar a ter que se humilhar perante ela, só que ele não esperava a longa semana que viria.
Foi horrível, não teve com quem falar seu carinho não recebeu, e tudo foi com um gosto amargo na boca, de que o culpado de tudo isto era exclusivamente ele. Isto chegou quase a um delírio, mas conseguiu marcar de falar com ela.
Ele cabisbaixo, ela ainda maluca de ódio do ocorrido, ele ia a seu encontro, e sua autocrítica era tão grande, que do piscar do sinal de seta do carro à frente ouvia: o-tário, o-tário...
Decidiu, encontrou-a e contou tudo a ela, ela só disse: que feio, patinho! Doeu na alma, mas a ela não perdeu, e aquela noite esperou o mês que vem, e, lógico: sem poker!
Era dia, tua ausência vem me trazendo impaciência e agonia. Vesti minha roupa leve e saí mundo a fora, pra ver se tiro o estresse dessa saudade que me afoga. Vou até o meu destino; encontro um lugar calmo, chão verde e flores cor de vinho. Me deito aflito, como quem pula de paraquedas, observando o céu, vejo um lindo plano de tela. Vi nosso último beijo, já não se sabia de quem era as lágrimas caídas no chão, sua partida foi precoce, partindo meu coração. Sei que você sente minha falta, é visível tua vontade de voltar pra casa. A vida precisava nos separar? o que me resta é apenas esperar. Só quero dizer que ta difícil... não vejo a hora de brindar contigo, dizer te amo e me fazer de abrigo. ''Por AMOR, vou longe; até escrito de traz pra frente.''
Antes
Eu era só um copo...
Emborcado, sozinho
Cheio de vazio
Beijando o solo
Agora
Sou um cálice...
Aos cacos, esguio
Repleto de vinho
Vertendo em teu colo.
Era uma vez um machão, um homem forte e viril...
Quando se apaixonou ficou como um cordeirinho. Fim!
"Ai, o encanto vai embora e você percebe que o encanto era tudo e esse tudo é pouco, pois ficou faltando tanta coisa ........ faltou tudo, pois esse TUDO não era nada........"
Como pode, Senhor, antes meu mundo era tão largo, abrangente, decadente e agora meu mundo se estreitou tanto; ele é seleto, cheio de aflições e sobrenatural.
Como pode abrigar a Tua grandeza em uma pessoa tão ínfima e diminuta como eu?
" era uma vez duas meninas. Elas eram amigas e se amavam muito. Porém uma delas era dona de passarinhos. E tinha um vestido que estampava bem isso. Um vestido lindo, que a outra pobre e solitária menina admirava e sonhava em ter um.Um dia a menina rica prometeu que o vestido e todos os passarinhos seriam da menina pobre, dizendo a seguinte frase: Próxima vez em que eu te ver, te dou o vestido!
A menina pobre ficou feliz então e espera fielmente o dia em que verá a menina rica de novo, para só assim ser completa: livre como os pássaros do vestido que um dia viu e sonhou em ter igual''
Texto escrito em 1994 em um livro de biblioteca em Campo belo - MG
A casa da esquina
A casa ficava logo na esquina. Não era uma das melhores, ficava em terceiro lugar no quesito pior decoração. As folhas do jardim estavam completamente queimadas do Sol, as flores e plantas mortas. O telhado estava meio quebrado, algumas janelas sem vidro, uma parte do muro caída... O criador da casa resolveu que deveria aluga-la, pois ele não poderia e nem teria condições de mantê-la. Mudou completamente a decoração da casa, cuidou do jardim, deixou em perfeito estado e logo tratou de colocar a placa de “Aluga-se”.
A casa se tornou a mais bela de todo o quarteirão. Impossível passar sem nota-la! Muitos até tinham medo de perguntar o preço por medo de ser muito caro e assim como o criador, não conseguir mantê-la. Até que apareceu o primeiro interessado. Conversou com o criador. Prometeu manter a casa em perfeito estado, cuidar como se fosse única, como se não existisse casas melhores que ela. O criador resolveu mostrar o lado de dentro da casa. Mas que bagunça! Paredes arranhadas, escada quebrada, lâmpadas quebradas... Um caos. Logo o interessado tratou de desistir. Mas e as promessas? Que promessas? Adeus.
O criador ficou bastante chateado, achou até que não deveria mais mostrar o lado de dentro da casa antes de receber a primeira parte do aluguel. Nada feito... Segundo interessado. Não prometeu nada, apenas disse que queria passar uns dias. O criador bem que tentou fazer com que ele ficasse por bastante tempo, mostrando somente o lado de fora da casa e contando vantagens sobre a mesma. Mas o interessado não mostrou nenhum interesse. Antes mesmo de entrar, já tinha desistido, pois havia encontrado uma casa melhor.
Cansado de receber pessoas sem interesses verdadeiros, o criador resolveu demolir a casa. Muito emocionado, enquanto preparava os explosivos, o criador pensou que sua escolha em alugar a casa era a pior que já teve. Quem iria se interessar por uma casa que só era perfeita por fora, que por dentro era um verdadeiro caos?
- Por que chora? –Perguntou um desconhecido.
- Não consigo alugar minha casa... Não consigo melhora-la. –Respondeu o criador.
- Mas ela é tão perfeita! Olha como ela é linda, olha o jardim com as mais belas flores! Que varanda aconchegante!
- Não, meu caro amigo... A beleza de minha casa só se encontra por fora.
- Posso dar uma olhada por dentro?
- Sim pode. Mas vou logo avisando: Lá dentro é um verdadeiro caos, você não irá gostar. Os pisos estão quebrados, paredes arranhadas, vidros espalhados por todo o lado... –Disse o criador enquanto soluçava em prantos.
- Bom... Não posso concordar porque ainda não sei como é lá dentro.
O criador com muita vergonha abriu a porta principal. E assim como havia dito, a casa estava um caos.
- Hummm. Como você é dramático. Sua casa continua sendo perfeita para mim. Nada que uma varridinha e alguns acabamentos não resolva. Quer saber? Eu quero sua casa. –Concluiu o desconhecido.
- Mas ninguém se interessa por essa casa quando a vê por dentro! –Disse o criador inconformado.
- Eles não ficaram com a casa porque não a virão com o mesmo olhar que eu. Essa casa era pra ser minha há muito tempo...