Era
Sofrer sem remédio
Eu não temia o frio quando entrei na água gelada
Pois o que eu sentia era tão pior
Que não havia espaço para mais nada
Nenhuma outra percepção de dor.
Querer não é ter.
Ás vezes o silêncio fala mais alto.
Quando eu deitar quero estar tão exausta
Que não consiga mais pensar em nada.
Dormir me tira da realidade.
..e ela
que nem santa era
ajoelhou para rezar!
É que tem horas
que Deus faz falta
e até quem duvida
começa a acreditar!
Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado.Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa.
DESILUSÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um dia ele percebeu que de ambos, era só ele quem propunha. Fora sempre assim. Nenhuma proposta era "de lá pra cá". Só de "cá pra lá". Nunca teve uma chance de responder. Dizer sim ou sim, como sempre seria, mas dizer. Ser solicitado por ela. Ficar envaidecido pela procura. Ter sua vez de ser cortejado.
Foi assim que outro dia resolveu trocar de margem. Remanejar os extremos. Ficar em silêncio e ver no que dava. Tinha esperança de que o silêncio faria "vir de lá" o que sempre "foi de cá". Jurava em seu íntimo que aquilo não era uma disputa, mas achava que ele mesmo nunca dera uma chance de ser o alvo; a caça. Era sempre o caçador.
O tempo se foi. Ele foi se deixando. Sua espera ganhou brio, quando percebeu que nunca "veio de lá" qualquer convite. Nenhuma proposta; solicitação. Ela não o amava; correspondia ao seu amor. Não o queria. Cedia generosamente ao seu querer. Até então, estava sempre ali. Provisoriamente ao seu alcance.
No fim das contas, ele não a tinha. Era tão somente contemplado pela preguiça do seu não... pela esmola do seu sim.
Dez de mil...
Era ali,
no cantinho do quintal
onde brincavam
muitas crianças felizes.
Chamava-se,
rua da casinha nova,
número, dez de mil.
Guardavam segredos,
falavam de seus medos
de suas travessuras,
mas nunca mencionaram
o motivo desta numeração.
O que todos sabiam,
era onde moravam crianças
que alimentavam pássaros
com asas quebradas,
até que pudessem outra vez,
voar livremente.
Era ali também,
a casa da vontade de brincar
de pular corda, de cantar
e de contar histórias
que acabaram para sempre,
guardadas na memória
de cada uma delas.
by/erotildes vittoria
segunda-feira, 17 de março de 2014/12:11:22
Satanás era o cara e quis ser tudo, enquanto que Jesus era tudo e quis ser o mais desprezado dos homens para nos salvar.
"Sabe, certa vez eu lhe disse que você era a minha oitava maravilha do mundo (pode até ser pra sociedade), mas eu me enganei ao dizer isso, e como fui idiota, você é, pra mim, a primeira maravilha do mundo, pois nada nesse mundo se compara à beleza que há em ti, beleza singela, doce, graciosa; mais brilhante que ouro e mais firme diamante bruto... Além de possuir formas alucinantes. Você é uma mulher na expressão e na arte, sobretudo mui agradável, como uma tarde ensolarada no Hawai; e digo mais... Não há nada no universo a se comparar ao teu delicado e estonteante sorriso de múltiplas formas com desenhos de nuvens sob as sete cores do arco-íris, o que diga-se de passagem, está sobre todas as maravilhas que na terra há, portanto, você não precisa de palácios nem de mordomos, precisa apenas de um homem que te faça rainha, e que seja capaz de te olhar e ver a substância pura, indescritível e perfeita que brota da luz do teu radiante olhar... Aquela luz que ofusca a minha visão ao te ver, e que põe o mundo inteiro aos teus pés.
Eu me pergunto se aquela era nossa hora exata. Se era o momento certo dos olhos se cruzarem. Se era onde deveríamos ter nos encontrado. Se, por um acaso, não teria sido melhor ter esperado outros tempos, anos, vidas. Quis que fosse assim. Queria a vida que nos deparássemos um com o outro nessa situação. Era ali, era o agora pra gente, e foi onde tudo deveria, sim, ter começado.
As experiências que a gente trazia na bagagem eram o de menos, mas pesavam ao mesmo tempo. Quando se pensa em construir algo pra frente – um future – tendemos a achar que o passado não importa. Claro que importa, tem que importar! Foi essa minha história que me trouxe aqui. Foi nessa esteira de emoções e sensações que vivi meus primeiros tudo. E cada relacionamento novo é a chance de viver o primeiro que durará até o fim dos dias.
Dizem que o que mede do momento não é a sua duração, mas sua intensidade. Quero, portanto, deixar marcado aqui, mesmo parecendo pouco tempo (perto de tudo que queremos gastar juntos), que cada segundo valeu. Cada dia que pude dividir alguma alegria contigo valeu. Cada oportunidade de ver seu sorriso, sentir o teu gosto ou simplesmente te olhar. Cada coisa valeu.
Que bom poder te mostrar que o amor é entrega, é reciprocidade, é se sentir bem, é tratar bem quem a gente gosta, é união, é um compromisso leve que a gente leva da melhor forma pra nós. Sempre pensando nos dois como unidade. Somos um. Já não há jeito de falar de mim sem me pegar lembrando do bem que fez ao meu mundo. Sem contar a transformação que causou.
Hoje, os que torcem por nós sabem e querem que possa ser permanente esse bem que a gente se faz. Ontem, eu nem imaginava que poderia ser tão feliz assim. Amanhã, tudo que eu realizar quero dividir com você ou construir com você. Era ali, naquele momento, naquela troca de olhares, com aquelas histórias pela metade e um interesse surgindo. Éramos dois. Somos um.
Uma vez eu caminhei, em busca de um amor achei que era impossível, achei que era ilusão.
Eu pensava em desistir mais sua existência me fazia persistir, às vezes eu me perdia e me desesperava, tinha hora que eu até chorava.
Mais sempre que eu parava sua voz eu escutava, meu coração vibrava e ate se machucava, mais eu sempre continuava, sabia que se eu seguisse o sol seus raios me guiavam, pois você era o sol que eu sempre procurava. De noite as estrelas eu olhava e a noite fria me torturavam, mais sempre via nas estrelas seu olhar que me encantava.
Eu passava nos rios e minhas lagrimas eu deixava, e as águas sempre me mostravam, para seguir em frente porque nos espelhos de suas águas você eu encontrava.
Segui o sol a lua e ate as águas, mais eu ainda estava triste porque você eu não achava.
Andei por vários dias e vários anos, e horas ate pensava em ir embora
Até ver um sinal agora, quando cheguei eu não acreditava, naquele lindo anjo que eu olhava, seus raios me invadiram e me inundaram de paixão, quando eu te vi senti amor no coração, eu não sabia como me aproximar, La eu via o brilho da lua a imensidão do mar.
Hoje eu conseguir entender, o anjo que eu queria ver, você salvou minha existência, saiba que valeu a insistência de prosseguir e nunca desistir de te procurar, porque anjo da minha vida eternamente irei te amar!
Às vezes tudo que eu queria
era apenas não ser eu
e nem ter esta vida que Deus me deu
e nem ser do jeito que fui feito
ser qualquer outra pessoa
e portanto, ser perfeito e gente boa
pois todos defeitos do mundo
existem apenas em mim
mas se eu não fosse eu
seria eu, de qualquer jeito
este ser humano ridículo e imperfeito
por melhor que fosse feito
então, talvez as coisas sejam assim
e tudo que posso dizer ao mundo
e que, se algo der errado
podem pôr a culpa em mim.
Por muito tempo andei fingindo que não tinha mais um coração, já nem me lembrava direito como era sentir ele disparar por alguém, me afastava de qualquer tipo de relação ou sentimento. Mas agora me lembro o porque de tanta proteção, ter um coração dói. Ter alguém com quem se importar além de si mesmo machuca. Faz perder noites de sono, borra a maquiagem.
E eis que de repente, ele era diferente.
Aquela armadura brilhante não eram
apenas folhas de papel alumínio, enfim.
....................................
Sentimentos
Em uma bela noite
Que me lembro de generoso
Um profundo sentimento sentiu
Era bondoso e um tanto impetuoso
Não sabia o que iria acontecer
Mas sabia que iria sofrer
E dentre várias coisas
Tenho certeza que uma aprendeu
Aprendi a chorar de verdade
E logo disfarçar-me a alegrar
Será que é pecado falsidade
Apresso – me a parar
Já não tenho tanta razão
Como á noite, teve essa paixão.
A inteligência está na mente
E não em uma grande sensação.
Ando tão feliz agora
Toda a mágoa foi embora
Pressinto em um destino
Que és suave como um hino
Me disseram uma vez que eu não era capaz, eu até acreditei, mas quando consegui vencer meu medo, provei que fui capaz de ir mais além.
Quando eu disse para ti me deixar em paz, não era pra ser com a tua ausência, mas sim com a tua presença.
Desde sempre fui muito atrapalhada. Sabe, era uma criança que toda hora caia no chão, raspava o joelho na parede áspera, batia a testa na porta, cortava a perna na quina da escada, enfim, vivia sempre machucada.
Tudo bem, criança é assim mesmo, precisa de toda essa adrenalina pra crescer. Só que além de ser travessa, eu era (ainda sou) teimosa. Ah, quantas vezes minha mãe falou: “menina não cutuca essa ferida, vai ficar marcado”, “para de arrancar as casquinhas”.
O problema era que eu não escutava a minha mãe e, confesso, adorava puxar a proteção que o meu organismo produzia para tapar a ferida. Eu ficava admirada e vivia me perguntando, como aquilo era possível.
O tempo foi passando (eu ainda continuei caindo), só que eu já não cutucava mais as casquinhas. Aquilo que a minha mãe dizia começou a fazer sentindo. Passei a ter vergonha das minhas pernas, pois estavam todas manchadas.
Uma vez fui para a escola de bermuda. As outras crianças começaram a zombar de mim. Lembro-me de escutar “Ah que pernas finas e perebentas”. Depois disso não usei mais vestidos, bermudas e condenei as saias. Só deixava as pernas respirarem dentro de casa.
Por conta deste aprisionamento poupei meus cambitos das tardes de sol. O resultado são duas pernas brancas.
Comecei a perceber que com o tempo, as cicatrizes que eu carregava nos braços foram desaparecendo por conta do sol, mesmo assim, não libertei os membros inferiores do corpo humano. Eu ainda tinha vergonha e continuava a preferir as calças.
Dias atrás eu refleti. Essas marcas são lembranças do que eu vivi, não são motivos para eu me envergonhar. Muitas delas vieram a partir das buscas de aventuras no quintal, outras foram produtos de coisas ruins, mas que eu superei e cicatrizaram. Enquanto eu não deixá-las “livres”, elas continuarão ali. Não que eu queira esquecer, mas tenho que começar a me alforriar deste trauma.
Sábado passado usei uma bermuda pela “primeira vez” depois de muito tempo, na frente de pessoas que não eram meus familiares. E sabe qual foi à sensação? De ter saído de uma masmorra, onde eu mesma me acorrentava.
Me deu bateu uma saudade dos velhos tempos em que a gente se falava todo dia... Minha madrugada era a única parte boa daquele mês de janeiro... Você era a parte boa... desculpa se estou sendo inconveniente, mas é que tô sentindo uma vibe boa aqui... Tô rindo à toa pensando em ti...