Era
Era um dia frio de outono e sob as cobertas ela se escondia. Lia um livro, ou melhor tentava escrever um. Passado e presente, agora não fazem mais sentindo. Por um minuto ela despenca do alto da macieira e chora. Chora por ter sido cega quando poderia ter enxergado. O corte é tão profundo que ela definha, pouco a pouco. Sem esperança? O que será da vida agora não importa, é só mais uma peça esperando para ser encaixada no quebra-cabeças. Não é certo estragar a vida de ninguém, mas é ela que está estragando sua própria vida. Talvez, quem sabe seja só uma fantasia de garota em sua cabeça. Mas, e se tudo fosse diferente, não só dessa vez, como da última vez? Há pouco tempo ela estava tão certa de quem amava, e agora tem a leve impressão de que trocou os papéis entre seus cavalos do xadrez. Aonde existe amor falta paixão, e aonde há paixão falta o amor. Nós aprendemos a amar, mas e a se apaixonar? Ela sabe o que é certo, mas o certo está fora de cogitação agora. Mergulhar fundo em algo que é incerto causa um pouco de pavor.Tudo estava tão certo que parecia loucura. Loucura foi ela ter percebido tarde demais. E, quando ele perceber ela parecerá uma outra história…
Era como um desabafo, eu precisava vomitar todas aquelas palavras, uma por uma sobre alguém, precisava tirar o sufoco que habitava meu ser. Disse tudo o que pensava, aliás, fui muito além disso. Eu apelei dizendo tudo o que me sufocava, ela simplesmente bateu a porta e foi embora. Desde então, percebi que o silêncio é melhor do que muito grito por ai. O eco da batida da porta soou o palavrão que eu nunca quis ouvir, adeus.
O Apocalipse Angelical
Brasil! Era assim que costumavam chamar meu país de origem. As ruas do que um dia veio a ser a cidade de São Paulo estavam repletas de destroços,sangue seco e sujeira; em verdadeiras ruínas desde a batalha final entre humanos e anjos enviados pelo grandioso Pai, para pôr fim à sua criação.
Poucos sobreviveram ao que ficou conhecido como “Apocalipse Angelical” e os que conseguiram manter suas vidas a salvo abandonaram aquela cidade manchada de vermelho férreo, procurando abrigo em alguns raros lugares onde a fúria angelical, por algum motivo desconhecido, não conseguia alcançar.
Mas isso não desanimou a humanidade, muito pelo contrário. Movidos por um sentimento de revolta e compaixão, eles lutavam bravamente pelo direito de permanecerem vivos. No céu, aeronaves de combates da Força Aérea Brasileira lutavam bravamente abatendo os guerreiros alados, mas a luta parecia em vão, pois, para cada alado abatido, oito surgiam em seu lugar
A fórmula da juventude (vale a pena ler)
Dona Gertrudes, 92 anos, era uma senhora elegante e bem vestida. Estava de mudança para uma casa de repouso, pois o marido com quem vivera 70 anos havia falecido e ela ficou só. Depois de esperar pacientemente por uma hora na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando uma atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.
A caminho do seu novo quarto, a atendente ia descrevendo os detalhes, inclusive as cortinas de tecido florido que enfeitavam a janela.
- Ah, eu adoro essas cortinas – disse ela com o entusiasmo de uma garotinha.
- Mas a senhora ainda nem viu seu quarto – disse a atendente.
- Nem preciso ver – respondeu ela – Felicidade é algo que você decide por princípio. E eu já decidi que vou adorar! É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Eu tenho duas escolhas: Posso passar o dia inteiro na cama reclamando das dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo, ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem. Cada dia é um presente. E enquanto meus olhos abrirem, vou focalizá-los no novo dia e também nas boas lembranças que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira dela aquilo que você guardou. Portanto, lhe aconselho depositar muita alegria na sua Conta de Lembranças E como você vê, eu continuo depositando.
- Dona Gertrudes, a senhora tem a alegria de uma jovem! Como consegue? – pergunta a atendente.
Com um sorriso, ela abre sua carteira e dela retira um pequeno papel e entrega à moça, dizendo:
- É simples! Eu conheço a Fórmula da Juventude. Eu mesmo a desenvolvi. Tome, fique com ela!
A atendente então lê o pequeno papel, que continha a seguinte mensagem:
A fórmula da juventude:
1 - Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.
2 - Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado.
3 - Aprecie mais as pequenas coisas. Um dia saberá o quanto elas eram grandes.
4 - Ria sempre, muito e alto. Ria até doer a barriga. Ria até perder o fôlego.
5 - Lágrimas acontecem. Aguente firme e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO, enquanto você viver.
6 - Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: família, amigos, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
7 - Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, faça o necessário para melhorá-la.
8 -Nunca se arrependa. Se foi bom, é maravilhoso. Se foi ruim, é experiência.
9 - Trate a todas as pessoas com humildade e bondade. Seja bom. Faça o bem.
10 - Diga a quem você ama, o quanto você realmente o ama, em todas as oportunidades.
Não adianta você ficar com raiva do destino ou do amor. Já era, já foi, já deu até onde tinha que dar. Certos sentimentos por mais intensos que sejam não foram feitos para durar para sempre, e essa história que você só encontra o amor de verdade uma só vez na vida não é verdade. Você ainda vai amar muitas pessoas, mas cada uma de uma forma diferente. Você vai se apaixonar, vai amar, vai quebrar a cara, vai perdoar. É difícil eu sei. Dói, eu sei. Mas é necessário. Você vai ter raiva do amor muitas vezes ainda, não adianta negar, não adianta tentar evitar, simplesmente vai acontecer. Você ainda vai encontrar muitos amores em sua vida, e cada um deles vai ser com uma intensidade diferente e te ensinar uma lição diferente, até você encontrar alguém que está disposto aprender com o amor a mesma lição que você, e que resolva esperar, caminhar, aprender e suportar as dificuldades e os obstáculos ao teu lado. Não se preocupe, quando seu coração menos esperar, você vai encontrar alguém, um companheiro, um parceiro, um amor, que independente das marés ruins da vida, permaneça.
Sinto saudades de quem eu era, antes de me perder..
Me perder nesse vazio imenso, nessa escuridão sem saída, que tem dentro de mim.
Me perder nesse mundo de gente vazia, rasa e superficial.
Incompletas com si mesmas, gente sem planos futuros, sem desejo de crescer.. Gente estagnada.
Odeio a ideia, de que ficar parada, isolada do mundo é uma coisa boa, mas infelizmente nos dias de hoje, são raras as pessoas com quem se possa ter uma conversa proveitosa, uma pessoa com uma capacidade intelectual além da sua, são raras pessoas que não são completamente vazias.. Porque no fundo, vazias todas somos, sempre vai faltar alguma coisa, porque estamos em um mundo com pessoas literalmente ambiciosas, que ao invés de querer crescer como espírito, investir em caráter próprio, são pessoas que dão mais valor, para a materialidade, para a carne, para a aparência, para marcas, para status.. Me pergunto aonde isso vai levar o ser humano?
Vai chegar um ponto, em que não importa o quão ruim, ou quão sem caráter tu seja, tu tendo coisas da moda e tendo o mesmo pensamento idealizado que todos tem, tu vai ser aceito, vai ser bem visto, por um bando de pessoas sem escrúpulos nenhum e que ainda se julgam no direito de falar de sentimentos.
Hoje em dia as pessoas perguntam se tu ta bem, mas no fundo não querem saber a resposta, só estão fazendo um ''H'', para passarem por educadas.. Todos querem um (a) namorado (a), mas não pelo fato de querer namorar, curtir o momento, curtir o parceiro (a), querem só pra colocar no status de uma rede social.. Infelizmente, vários irão apontar mil defeitos à esse texto, vão pensar que é uma bobagem e eu devo ser uma ''mal amada'', que até parece que eu penso realmente desse jeito, e que eu não sou nenhuma pessoa que segue à risca a moral dos bons costumes.. E realmente eu não sigo à risca isso, mas também não sou nenhuma ''mal amada'', só acho que o mundo está tomando um rumo lamentavelmente triste, as pessoas estão cada dia que passa mais vazias e mais sozinhas, e o que é impressionante é que elas se acostumaram tanto com isso, que mesmo assim conseguem se sentir FELIZES.. E agora eu te pergunto, o que é FELICIDADE PRA TI? O que o status e as tuas roupas de marca vão alterar no teu caráter? ''Tem gente que é tão pobre, que não tem nada além de dinheiro''.
Isso é uma reflexão um tanto quanto pessoal, é a minha indignação pelo mundo e pelas pessoas acomodadas com suas vidinhas idealizadas.
Dizem que as crianças e os jovens são a esperança para um mundo melhor, quem dera quem falou isso estivesse enganado.. Porque vocês já pararam pra pensar, como vai ser daqui alguns anos? 10, 20, 30 anos? Hoje em dia as crianças não tem mais aquela inocência, não sabem o que é brincar de verdade, entramos numa era totalmente tecnológica, que por um lado é maravilhosamente bom e por outro destrói com tudo de puro que ainda se tem nas crianças.. Mas enfim, eu comecei o texto falando de como eu sinto falta da pessoa que eu era antes de me perder, mas não digo isso porque me perdi por completa, digo isso porque me perdi comigo mesma, com meus sentimentos, com a minha ''esperança na humanidade..''
São raras as pessoas que chegaram até aqui hoje, e não perderam seu sonhos, seus princípios, sua leve inocência pela vida, e quem ainda tem esses valores consigo, eu peço que guardem e não deixem que isso suma nunca, mantenham isso, porque no fim o que importa é como você se vê e não como os outros lhe imaginam.
O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava de apontar com o dedo.
Era um estranho agora, mas ela tinha sido uma amiga uma vez, e isso foi suficiente para ele.
Era uma vez o País das Fadas. Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor ideia de como fazer para chegar lá. Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar.
Era uma vez, também, nesse tempo (que nem tempo antigo, era, não; era tempo de agora, que nem o nosso), um homem que acreditava. Um homem comum, que lia jornais, via TV (e sentia medo, que nem a gente), era despedido, ficava duro (que nem a gente), tentava amar, não dava certo (que nem a gente). Em tudo, o homem era assim que nem a gente. Com aquela diferença enorme: era um homem que acreditava. Nada no bolso ou nas mãos, um dia ele resolveu sair em busca do País das Fadas. E saiu.
Aconteceram milhares de coisas que não tem espaço aqui pra contar. Coisas duras, tristes, perigosas, assustadoras, O homem seguia sempre em frente. Meio de saia-justa, porque tinham dito pra ele (uns amigos najas) que mesmo chegando ao País das Fadas elas podiam simplesmente não gostar dele. E continuar invisíveis (o que era o de menos), ou até fazer maldades horríveis com o pobre. Assustado, inseguro, sozinho, cada vez mais faminto e triste, o homem que acreditava continuava caminhando. Chorava às vezes, rezava sempre. Pensava em fadas o tempo todo. E sem ninguém saber, em segredo, cada vez mais: acreditava, acreditava.
Um dia, chegou à beira de um rio lamacento e furioso, de nenhuma beleza. Alguma coisa dentro dele disse que do outro lado daquele rio ficava o País das Fadas. Ele acreditou. Procurou inutilmente um barco, não havia: o único jeito era atravessar o rio a nado. Ele não era nenhum atleta (ao contrário), mas atravessou. Chegou à outra margem exausto, mas viu uma estradinha boba e sentiu que era por ali. Também acreditou. E foi caminhando pela estradinha boba, em direção àquilo em que acreditava.
Então parou. Tão cansado estava, sentou numa pedra. E era tão bonito lá que pensou em descansar um pouco, coitado. Sem querer, dormiu. Quando abriu os olhos — quem estava pousada na pedra ao lado dele? Uma fada, é claro. Uma fadinha mínima assim do tamanho de um dedo mindinho, com asinhas transparentes e tudo a que as fadinhas têm direito. Muito encabulado, ele quis explicar que não tinha trazido quase nada e foi tirando dos bolsos tudo que lhe restava: farelos de pão, restos de papel, moedinhas. Morto de vergonha colocou aquela miséria ao lado da fadinha.
De repente, uma porção de outras fadinhas e fadinhos (eles também existem, quer dizer fada macho) despencaram de todos os lados sobre os pobres presentes do homem que acreditava. Espantado, ele percebeu que todos estavam gostando muito: riam sem parar, jogavam farelos uns nos outros, rolavam as moedinhas, na maior zona. Ao toquezinho deles, tudo virava ouro. Depois de brincarem um tempão, falaram pra ele que tinham adorado os presentes. E, em troca, iam ensinar um caminho de volta bem fácil. Que podia voltar quando quisesse por aquele caminho de volta (que era também de ida) fácil, seguro, rápido. Além do mais, podia trazer junto outra pessoa: teriam muito prazer em receber alguém de que o homem que acreditava gostasse.
Era comum, que nem a gente. A única diferença é que ele era um Homem Que Acreditava.
De repente, o homem estava num barco que deslizava sob colunas enormes, esculpidas em pedras. Lindas colunas cheias de formas sobre o rio manso como um tapete mágico onde ia o barquinho no qual ele estava. Algumas fadinhas esvoaçavam em volta, brincando. Era tudo tão gostoso que ele dormiu. E acordou no mesmo lugar (o seu quarto) de onde tinha saído um dia. Era de manhã bem cedo. O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante. Respirou fundo, sorriu. Ficou pensando em quem poderia convidar para ir com ele ao País das Fadas. Alguém de que gostasse muito e também acreditasse. Sorriu ainda mais quando, sem esforço, lembrou de uma porção de gente. Esse convite agora está sempre nos olhos dele: quem acredita sabe encontrar. Não garanto que foi feliz para sempre, mas o sorriso dele era lindo quando pensou todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida.
*** Já Era... ****
Descobrimos o amor de forma tão estranha certas horas, amor aparece de uma pessoa amiga, que já esta ao seu lado a tempos e muito tempo depois o danado do cupido resolve aprontar, às vezes numa pessoa vizinha, numa pessoa distante que não tem nada a ver, acabamos cultivando em uma que acabamos de conhecer com poucas palavras trocadas... é uma troca de energia louca, que te estremece, te tira o sono, você rir das coisas mais bobas e sente raiva das mais improváveis...
A vida real é cheia de percalços, as pessoas são repletas de defeitos e o dia a dia nos reserva inúmeros obstáculos e muitas vezes quando se depara com estes desafios "da não perfeição" nos vemos num estado de carência.. quando nos damos conta.. já era!
Já estamos bobos, com brilho nos olhos dizendo “ EU TE AMO!“
Não é loucura.. apenas o destino aprontando!
Me arrependi por não dar valor a pessoa que me amava , mais ja era tarde demais pra arrepender e ser perdoado.
Eu que era apenas um esboço, um projeto de gente inacabado já começo a tomar uma forma bem diferente de outrora, porque busquei com fé e esperança novos caminhos, vislumbrando outros contornos e pintando de cores mais nítidas a minha vida.
Ao deixar que prevalecessem as minhas vontades, pensei que rumava à liberdade. Mas, na verdade, era só solidão...
Ela era tão intrigante como um quebra cabeça, porém tão complicada como o mesmo.
Ela era doce, mas conseguia ser amarga, como se sempre tivesse sido.
Ela era serena, mas conseguia tirar tua tranqüilidade, com apenas um olhar.
Ela ia dum extremo ao outro, com uma naturalidade sobrenatural.
Mas ela era linda, era sempre linda.
Agora talvez possamos começar uma nova era de paz na nossa galáxia, com as duas princesas unindo esforços e trabalhando com o objetivo comum do progresso para os seus povos.
Eu sabia que era amor antes mesmo de te tocar, de te beijar, de te abraçar, até mesmo antes de falar contigo.
Eu sabia que era amor e não só paixão, não ilusão, parecia loucura, mas sabia que não ia machucar meu coração.
Eu sabia que era amor, mesmo de longe, sem te ver, do outro lado, mas em mim você ficou guardado, porque eu sabia que você seria minha razão de viver.
O cara era tão desligado que, quando tinha alguém dando sopa, ele nunca estava com a colher!
Pedro Marcos
Lua Serena
Já era quase dia
E a lua
Ainda brincava com
A rendada névoa alva
Que pouco a pouco
Dissolvia-se
Nas cores ígneas
Da manhã