Era

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"A carta é justamente como ela era: meio caótica, em permanente vaivém do otimismo ao pessimismo e vice-versa, sempre em torno do amor na cama, cheia de temores, movediça."

Página 130, A Trégua.

Não adianta fala que chorou por te perdido a minha amizade, e fala que era muito feliz comigo e pra depois pedi desculpa mesmo sabendo que eu não vou volta a ser sua amiga, agora vc viu o tanto que eu valorizava a sua amizade, depois que perdel a minha amizade vc veio da valor mas agora é tarde de mais pra da valor...

Saudade daqueles tempos que eu era só um tuquinho de gente. Que ficava com raiva porque minha mãe não deixava pegar arroz em casa, pra fazer comidinha em panelinhas. Saudade de ficar triste porque minha mãe não quis comprar aquela boneca que todo mundo tinha, ou aquela certa boneca que fazia meus olhos brilharem. E mais saudades ainda ? , De ficar suja, brincar na terra, dizer que “AMO” do coração. E sem ter vergonha de ficar suja, e sem vergonha de dizer o que eu sentia. Só que agente vai crescendo, e vai ficando bobo … E já não tem mais aquela ingenuidade que uma criança tem. Não tem mais aquele brilho nos olhos. E o que sobra, é vergonha. Saudades disso. Saudades de quando eu não dizia “Eu te amo” para qualquer um. E sim, para quem realmente sempre me amou. “Os Meus Pais”. Saudades de quando eu não tinha vergonha de falar pra eles o quanto eu os amava. O quanto eu os amo.

Eu tinha comigo o melhor da sua saudade.
Você era a mais linda flor, mas aquele jardim não era meu.
Te roubei para mim, meu melhor invento.
"Fechei os olhos pra te sentir aqui dentro, e novamente
eu tinha aquele momento: o céu, o vento.
Aquele nosso abraço que nunca terminou."

Nunca disse que era o certo a se fazer. Disse que era o que eu queria. E, meu bem, quando eu quero alguma coisa, não há conselho, mandiga, oração ou possíveis dores de cabeça que me façam desistir. Sou ferrada até a alma por isso, mas nunca me arrependi ou quis dar meia volta e fazer diferente.

Tão simples encontrar motivos para se afastar. Sinal de que o fio que unia era frágil demais, pelo menos para um dos dois. O motivo é apenas uma desculpa.

"Era só isso?" _ Sim, só isso.
Existe sabedoria na descoberta de que tudo é imperfeito e trivial.
Quando fazemos as pazes com a imperfeição dos dias, das pessoas, de nós mesmos... deixamos de estar insatisfeitos; enfim relaxamos e aprendemos a contemplar o presente.
Quem acreditou que o "só isso" não bastaria, comprou a falsa ideia de felicidade, a felicidade plastificada que só funciona no photoshop, mas que não é definitiva nem palpável.
Altos e baixos hão de vir, mas o restante é simples. O restante é modesto. A maioria dos dias é comum, familiar, gratuito _ feito papel pardo atado com barbante...

Ontem, eu era feliz
Eu sabia sorrir
Eu sabia dançar
Eu sabia amar.

Sonhei com você, era tão bom que não quis acordar, no silencio eu pensava na gente, o que será daqui pra frente?
Eu vou te amar eternamente, o que sinto não é amor, não sei explicar eu sei que é bom, é gostoso, uma coisa louca, Será paixão, será desejo será que passa com um beijo ?

Cansei de procurar
O pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó
E a vida se perdeu

A POSTERIORI

No princípio era treva.
Alma que se rebela
Contra um céu que se encobre.
E Judas foi o mau
Na novela de Cristo
Para embarcarmos na ideia
De outro metal mais nobre.

O mal foi um Ulisses
Com medo das sereias.
O que seria o mundo
Se ele as tivesse ouvido?
Talvez saísse um cuco
Do relógio das veias
Anunciando ao mundo
Que Deus tinha nascido.

Natália Correia
Poesia Completa, p. 221

Cory foi e sempre será parte da minha própria família e um grande amigo. Ele era uma parte especial deste mundo e sua falta será sempre sentida.

Era uma vez uma menina. Ela dormia numa linda cabana feita de pão de mel e doces. Ela estava sempre adormecida. Um dia ela acordou. Ela acordou...

Mesmo que buscasse a rosa mais bonita que encontrasse era iria murchar e se curvar diante da sua beleza.

Foi ele, e não outro, que me ensinou a morte e me obrigo, quando eu era moço, a olhar para ela cara a cara, porque nunca ele foi pessoa para baixar os olhos. O meu pai era da raça das águias.

Havia um tempo em que eu sabia cuidar de mim. Sabia do que precisava. Sabia o que queria. Eu era jovem, jovem demais e o futuro estava tão distante. O futuro dava uma espécie de aconchego, porque ainda estava longe e não exigiam de mim, atitudes. Eu sabia que eu queria ser. Eu sabia quem eu poderia ser. Mas aí veio o tempo, vieram às dificuldades, vieram os medos, veio a maturidade (que tarda, mas vem) e estou confusa de novo. Minhas pessoas preferidas no mundo me decepcionaram. Fizeram-me excluí-las da minha vida. Estabeleci novas regras. Estabeleci limites. Mudei tudo aquilo que construí ao longo dos anos, pelos outros e por proteção a mim mesma. Percebi que confiar e ter amor-próprio estão intimamente ligados. Percebi que muitas pessoas simplesmente não se importam. E quem deve decidir o que fazer sobre isso, sou e sempre será eu mesma. Eu que era tão inocente, tão amável, me tornei dura, seca, e até mesmo apática. A inocência é a única coisa que não volta mais. Havia um tempo em que eu sabia como cuidar de mim. Agora, estou sozinha. Penso e ajo por mim mesma. E crescer não é como nos filmes e histórias de livros. Os monstros não estão debaixo da cama. Os monstros estão na cabeça, dia e noite. E eu preciso matá-los se quiser continuar viva. Não dá pra fugir. E é por isso que estou confusa. Não sou a mesma de ontem e provavelmente estarei diferente amanhã. Eu me faço diante dos fatos. Eu estou sendo e vou continuar a ser ainda que tudo a minha volta não esteja como nos meus sonhos. Eu preciso cuidar de mim de novo. Eu preciso!

Era provocante, sedutora e fatal. Pior ainda, sabia disso.

O mundo era terrível, cruel, impiedoso, negro como um sonho mau. Não havia um lugar para viver. Os livros eram o único lugar onde havia compaixão, consolo, alegria… e amor. Os livros amavam a todos que os abriam, ofereciam proteção e amizade sem exigir nada em troca, e nunca iam embora, nunca, mesmo quando não eram bem tratados.

Não era como as garotas da sua idade. Nem tão pouco almejava ser. Tinha gostos diferentes, fazia escolhas diferentes. Se sentia melhor trancada no seu quarto na companhia do silêncio ou de uma música calma. Não se preocupava se seu cabelo estava bagunçado, não se preocupava com a roupa que vestia, nem com as aparentes olheiras que surgiam ao decorrer dos dias. Aprendeu a se importar com nada, nem ninguém. Aquela chuva mansa a acalmava mesmo sem nada entender. Estava com a mente pesada e o coração despedaço. Tentou reagir, mas não havia forças. Pegou a única lembrança real de tudo aquilo que havia passado. Era uma pulserinha, uma pulseirinha do Bob Marley. Nunca a tirava do braço. Passava horas e horas a observando, se lembrando de tudo se segurando para não chorar. Faltava sempre muito pouco para se perder a razão. Mas o desejo de lucidez era maior, do que se deixar levar por todas aquelas ilusões.

Tudo era pequeno, cinza e vazio, até que você chegou com uma aquarela no sorriso, e um mundo de emoções pra preencher os meus espaços.