Era

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Era uma questão de sorte, eu fiz ser questão de tempo.

O meu maior erro foi acreditar que a nossa história era pra sempre. Mas como eu podia desacreditar com as lindas palavras que saiam da sua boca, que nunca me abandonaria, que me amaria para sempre, que seu amor era o triplo do infinito. É claro que eu iria acreditar, eu amava mais você do que eu mesma. Não passava na minha cabeça que chegariamos ao fim. Eu fico pensando pra onde foi todo esse amor, evaporou ? Tantas palavras romanticas que me fazia sorrir sozinha pensando em nós, aquele sorriso bobo apaixonado, sabe? Não sei lidar com fim, já pensei em fugir, mas você não fugiria da minha mente e muito menos do meu coração. Já pensei em tantas coisas mas sei que não vão adiantar, porque a pessoa que eu queria aqui do meu lado pra sempre é você, você e mais ninguém.

Esqueci como ele era lindo, esqueci o charme e o quanto queria
continuar. A vontade de esquecer aquele sorriso encantador o tornaram
horrivelmente assustador em minha mente. Odeio ter que odiar cada
milímetro que compõe aquela obra de arte tão bem desenhada por Deus
pelo simples fato de não saber como lidar com a distância que nos
separa. Como descrevê-lo? Você o reconheceria se o visse. É aquele
cara que te faz querer ser dele, sem nem desconfiar que você já é.
Aquele que você não quer ter por perto por medo de perder e se
perder. Aquele que te faz sentir calafrios com um só olhar. Ele é o
cara errado totalmente certo para a ocasião. Estávamos juntos e as
flores de plástico na sala respiravam por mim enquanto ele me olhava e
consequentemente me tirava o ar. Todos os quadros pendurados ali não
eram bons o suficiente para ofuscar tamanha beleza. Saber adorar essas
qualidades sem o amar, sem ter nenhuma necessidade e todo aquele
sentimentalismo bobo é absurdamente assustador e ao mesmo tempo
terrivelmente tentador. E é bom ter uma pessoa por perto que não
romantize tudo, que não queira te ter para sempre e te deixe sempre
pela metade no final de tudo. Incompleta, vazia. É bom aproveitar um
sorriso em uma noite e deixá-lo em uma estante no fundo da memória
para não correr o risco de se apegar demais a ele. Deixá-lo livre e
ser de outra pessoa para não perder noites de sono com um ciúme
absurdo. Deixá-lo, somente.
Me deixar congelar com cada ato e continuar vulgarizando esse projeto
de sentimento para não sofrer mais tarde. Seguir adiante e deixar a
gente voltar ao início sempre que possível, se encontrando e
desapegando a cada reencontro. Uma liberdade que nos prende e um medo
de sentir que nos separa. Uma história completamente vazia e
estupidamente completa.

Isabela Freitas

Nota: Adaptação de trechos da crônica "Tipo certo de garoto errado"

Por milhões de anos, os primeiros homens acreditaram que a morte era o único fim do indivíduo e que a dor, a tristeza e a melancolia eram inevitáveis e incuráveis. Estavam de tal maneira habituados a ver constantemente a morte e a dor (inclusive a morte de filhos e irmãos jovens), que as consideravam um fato corriqueiro e irremediável. E, assim, abandonavam os corpos e não os sepultavam, da mesma forma como fazem os animais ainda hoje.
Depois, em um certo momento, os seres humanos "descobrem (isto é, inventam) o outro mundo: podemos inclusive datar essa descoberta, porque coincide com a construção da primeira sepultura. A mais antiga, de noventa mil anos atrás, foi encontrada em Belém, na Judéia, que é também o lugar de um famoso berço. Desde então, o homem é o único ser vivo que enterra seus mortos, talvez por medo do contágio, do mau cheiro e do nojo causados pela putrefação.
Mas isto não explica por que deixavam, ao lado dos corpos, também utensílios e objetos preciosos que deviam ajudar o defunto na outra vida. Fica evidente aqui a esperança de que o corpo ressuscite e de que exista uma vida ultraterrena num outro mundo que fica além deste.
Em resumo, há noventa mil anos criou-se esta primeira e grande consolação, que suaviza a idéia do fim definitivo.

A vida era uma questão de esperar sempre a hora certa para agir

Porque o tempo age e o que era presente vai se tornando passado.

Pena não era o mesmo que compaixão: uma veia terrível de desrespeito atravessava a pena.

DESABAFO DE UM ALUNO

Lamento não ter aprendido mais do que sei...
Quando era criancinha, pensava em ser doutor, mas não consegui romper as barreiras sociais que sempre são mais generosas com quem já tem o bastante e tiram o pouco dos que ainda não têm nada.

Lamento ter sido mal alfabetizado...
E agora não interpretar direito o que os textos querem me dizer. Quanto a escrevê-los? Bem... Este desabafo foi o único que arrisquei.

Lamento não ter tido bons professores o tempo todo...
Alguns, sempre mal humorados, não estavam dispostos a me ajudar. Outros sabiam demais, sabiam tanto que fiquei com vergonha das minhas dúvidas perguntar.

Lamento não ter aprendido vários idiomas...
Não por incapacidade minha, mas por não ter tido matéria nas poucas aulas que tive de Língua Estrangeira. Lembro-me das raras vezes que vi o professor de inglês. Ele só me ensinou o verbo TO BE. Ainda me recordo um pouquinho, porém isso não me dá uma base sólida no assunto.

Lamento não saber direito minhas origens...
E não conseguir me situar entre os continentes. Além disso, carregar comigo um ar preconceituoso de quem não entende os “porquês” da vida, pois nunca apreendi direito o que os professores de Filosofia, História e Geografia queriam me ensinar com aquelas palavras estranhas.

Lamento ter que contar com a ajuda da calculadora até para os cálculos mais simples...
Eu acho que os professores de Matemática fizeram o que podiam, passando comigo alguns minutos por semana - quando não estavam em greve. Mas, isso não foi o bastante... Tentava estudar em casa, porém nesse momento da minha vida já tinha que trabalhar fora para me sustentar.

Lamento acima de tudo:
Não conseguir, com minha pouca bagagem, uma boa colocação no mercado de trabalho;
Não passar nas entrevistas;
Depender de programas governamentais para o básico;
Não conseguir colocação nos concursos públicos;
Não ter realizado meus maiores sonhos;
Não poder oferecer aos meus filhos uma educação diferenciada da que recebi;
E, principalmente, não conseguir sustentar minha família.

Lamento ter participado de um sistema educacional fraco, com ideias que não funcionam e profissionais que insistem em só acreditar nelas.
Olhem pra mim! Eu sou o resultado dele!

Lamento tudo isso que me levou a outro sistema: o prisional.
Este sim funciona.

Ao ver meu filho de apenas alguns meses chorando de fome no colo da mãe, entrei no primeiro supermercado, segui em direção ao leite que ele precisava e sai sem pagar...
Resultado: Art. 155 do Código Penal - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Foi a primeira vez que entendi um pouquinho da lei do meu país, porque esta é a pena que estou cumprindo agora.
Peguei a pena máxima porque bati em um segurança que veio me tirar o leite da mão.
Não queria machucá-lo, mas precisava levar o alimento para meu filho que estava com fome.
Além disso, não tive advogado pago. O advogado que me defendeu chegou em cima da hora à audiência com o Juiz e não teve tempo para formular minha defesa.

Agora... Só não sei como vou fazer para pagar a tal multa.

Como lamento não ter me formado para doutor...
Como lamento!

Me sentia imensamente bem.
Mas acho que não era de felicidade
Era esperança

“Prezado Max meu nome é Sérgio, tenho 61 anos, e pertenço a uma geração azarada. Quando eu era jovem as pessoas diziam em escutar os mais velhos, que eram mais sábios. Agora me dizem que tenho de escutar ……os jovens porque são mais inteligentes.
Na semana passada, eu li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa. Aprendi por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante. Impressionado peguei um papel e comecei a fazer contas, e descobri para minha surpresa que hoje eu poderia estar milionário. Bastava eu não ter tomado as caipirinhas que eu tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que eu comprei, e principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro, em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária. É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas se tivesse sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso, acho que me sinto feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje com 61 anos, não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde, portanto, viajar, comer pizzas e tomar cafés não fazem bem na minha idade, e roupas, hoje não vão melhorar muito o meu visual. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos, que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário eles chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro, mas sem ter vivido a vida”.
“Não eduque o seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz.
Assim, ele saberá o valor das coisas, não o seu preço.

Antigamente eu me achava sacana diante do mundo, hoje já penso diferente: acho que sacana mesmo era o próprio mundo porque me fez exatamente como ele: um grande sacana.

Eu achava que era você (…) na rua, no supermercado, na fila do cinema… Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Eu queria te ver, apenas.

(pensamento ruim) o que todos falavam sobre você e eu, era verdade, é tão ruim ver que eu estava errado em lutar e defender pelo o que eu acreditava... "nós"

Saudades daquele tempo em que eu era a menininha do papai, livre de todos os problemas, daquele tempo de pequenos grandes momentos em uma família perfeita e ao mesmo tempo imperfeita, ou simplesmente normal, daquele tempo em que jogávamos conversas e risadas bobas fora, em que ficávamos uma tarde toda de domingo ou feriado juntos, fazendo nada, mais juntos e felizes, um tempo em que sempre quis que passasse rápido e que chegasse logo o futuro, mais agora, que o presente de hoje é o futuro que eu antigamente desejava chegou, daria tudo para ter aqueles momentos de volta, momentos frios que vivo agora, esperando um novo futuro caloroso, feliz e novamente unido, PAI, hoje se dou algum tipo de desgosto, saiba que só estou buscando ser o seu maior orgulho em um futuro não muito distante. TE AMO!

Você me dá raiva, Me dá raiva porque me esqueceu, porque era feliz pensando que alguém me amava e esse alguém sempre foi você.
Você me dá raiva, raiva de como não me liga mais pra saber como estou, raiva de como esqueceu meu aniversário, raiva de como percebo em sua voz que não sou mais interessante.
Fui egoísta eu sei, boba e egoísta, mas quem nunca quis ser amada? Quem nunca se sentiu a vontade com um amor de cabeceira e irreal? Quem nunca quis se sentir única pra alguém? Eu que sempre fui tão acostumada a amar mais, a querer mais, a se entregar mais de repente me vi do outro lado, você me ensinou a ser do lado que não se importa.
Você me deu raiva, deu raiva ver que não sou mais a preferida, que não te caso mais encanto, que minha presença não mexe mais com você. De todos que eu tive, você foi o único que nunca me teve... E eu iludia, brincava, jogava porque no fundo sabia que teus olhos saudosos no fim sempre iriam pousar nos meus.
Sua ausência me dá raiva, minha saudade me dá raiva, e esse desconforto que me enfrenta todos os dias quando acordo me atormenta. Você não está mais aqui, logo você que foi o único que quis ficar mesmo sabendo de meus defeitos, minhas carências, minhas manias, logo você que se dizia incansável de mim, cansou...
Essa raiva se alimenta das lembranças que me corroem. Teus olhos ausentes no último encontro, teus sorrisos cada vez mais apagados por tantas mágoas guardadas, sua voz que se calava pra não expressar mais um amor que na verdade já estava morrendo...
Tenho raiva de você, dos tantos lugares que queríamos ir e não fomos, dos inúmeros beijos que não demos, dos muitos planos que fizemos e morreram sufocados pelo meu desprezo. Mas de tudo que tenho mais raiva, a maior de todas é a raiva que tenho de mim, a raiva de ter perdido a chance de amar e ser amada, a raiva de ter tido medo de estar sendo correspondida, a raiva de não ter percebido que o melhor pra mim era você.

Todo lado tem seu lado
Eu sou o meu próprio lado
E posso viver ao lado
Do seu lado, que era meu.

Ziraldo
O Menino Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 1980.

‎Antigamente, ser filho de pais separados era ser diferente, quase um anormal. Hoje isso muda. É tão normal que virou moda.

"Era estranho observar a relação daqueles dois; durante muito tempo não consegui dizer o que era ou como funcionava. Hoje, gosto de dizer que ela era como flor e ele pássaro louco, solto, apaixonado por uma flor."

Você ouviu que eu era problema, mas você não conseguiu resistir!

Eu soube que era você no segundo em que te vi atravessar a porta. Eu soube que era clichê no momento em que coloquei esse ponto final na frase anterior.