Equidade
Deusas
No silêncio noturno, pestanejando,
Audível tão somente o ruído da ampulheta,
Memórias da temporalidade,
Tessituras da areia e do vento,
Conflitos prementes da razão,
Uma tempestade de partículas,
Juntas, formando consciência...
Irresignado com o legado cultural,
Entrevi, dentro do Panteão mitológico,
Vênus, a Deusa do feminino.
Ela, envolta de requinte arguto e versado,
Pôs-se a recitar...
“Existe uma verdade cientifica, filosófica,
A mentira, quando repetida
gera crenças profundas, conforta.
A verdade, por sua vez, inquieta...”
Eu, com o cálice na mão,
Condiciono-me, compenetrado,
Ela, com magistral beleza, prossegue:
“Afloramos arguidas,
Distintas biologicamente,
Provemos a vida,
Únicos contrastes.
No corpo social,
Estipêndios menores,
Sem enaltecer o intelecto,
O inventivo, a inovação.
Quanto mais à “alta roda”,
Menos varoas encontramos.
Queres tua prole assim, fadada a essa herança?
Ensina-lhe o caminho da revolução!
Equidade, Respeito,
Sem possessividade...”
Desperto, observo a ampulheta,
A transitoriedade dos grânulos,
As âmbulas intermeadas
Com a consciência formada...
Há tempo, quero te recrutar,
Ativista da causa,
Não me Kahlo!
Paulo José Brachtvogel
MEU SANGUE COLORIDO
Nossa bandeira é carregada de cores, pois nosso respeito é estendido.
Somos muitas formas de amor, pregamos equidade e não partido.
Nosso corpo é expressão, é mais um grito do que um gemido.
A gente ama declarado, a gente ama escondido.
Não é pecado, não é errado e que fique entendido.
Enquanto roubamos corações você apoia outro tipo de bandido.
“O mundo pode se render aos encantos da Tecnologia, mas a construção do saber jamais se consolida de forma individual. Conhecimento pode ser potencializado e disseminado com destreza e velocidade, fazendo da equidade uma relação de possibilidades de simetria com o normal.
Professor é aquele que haja o que houver, se for vencedor jamais será substituído, e seu Protagonismo se potencializará no comando da tecnologia.”
“Não existe mundo melhor sem pessoas que trabalhem por ele; não existe país soberano se o seu povo é oprimido; não existe sociedade igualitária se a desigualdade é um direito dos seus governantes, na forma cruel de foro privilegiado.
Portanto, cabe a cada indivíduo esvaziar-se do egoísmo para encher-se do bem comum, daquilo que nos torna cidadãos de fato –o respeito ao próximo” (Oliveira, Thiago Silva – 1986).
Consciência humana é a epifania que ocorre no instante em que descobrimos se amamos o mundo o suficiente para assumirmos a responsabilidade de lutarmos para que nele exista equidade. É o momento em que este amor coagula o sangue, dá um nó na garganta e nos certifica que somente a luta mudará a vida dos oprimidos.
Somos gente.
Pessoas de todos os tipos
Baixo e alto, gordo e magro,
bom e mau, rico e pobre.
Somos igualmente pessoas,
seres humanos.
E temos direitos,
Direitos humanos.
Não existe paz individual…
Não existe progresso intelectual e tecnológico em uma sociedade,que não se trasmute em tragédia, se esta evolução não vier acompanhada de uma cidadania plena e efetiva nesta mesma sociedade, focada em valores coletivos e universais de solidariedade e equidade.
O caso não ser bom para todos. É ser justo com todos, entender que cada um tem a sua necessidade, por isso, devemos usar a medida da equidade, nunca a igualdade.
"Naturalizaram chamar de justiça dar a cada um o que é seu, mas tristemente constatei que isso se traduziu em dar-se ao pobre a pobreza, ao miserável a miséria, ao afortunado a fortuna, perpetuando desse modo o que de mais perverso pode existir em uma sociedade: um abismo instransponível para ascensão social daqueles que não nasceram privilegiados pela sorte.
Sonho com o dia em que isso mude, mas até lá, acordado, tenho o dever de lutar para ver esse estado de coisas se transformar."
Muitos objetivos não são alcançados
porque as pessoas concentram-se na luta pelo fim
e esquecem-se dos meios.
Para que tenhamos uma sociedade mais igualitária
é necessário que, primeiro, tenhamos meios para promover a igualdade.
A equidade é o caminho para a igualdade.
Tudo é um processo.
A Revolta da Terra
No silêncio da infância, a revolta é a chama,
Que arde no peito do pequeno filho,
Não sabe explicar, mas sente a trama,
Da vida difícil, em seu próprio trilho.
Na juventude, a revolta se agiganta,
Como um vulcão que desperta em fúria ardente,
Questiona o sistema, desafia a norma santa,
E enfrenta a vida com bravura em mente.
Desafios e dores, o cotidiano cruel,
São como golpes em seu ser inocente,
O mundo parece um eterno carrossel,
De tormentas e lutas, sempre presente.
O tempo passa, a revolta amadurece,
De fogo aceso a brasas incandescentes,
E o mundo, às vezes, parece que esquece,
Dos sonhos e ideais desses insurgentes.
Mas a chama persiste, não se apaga,
É força que alimenta a alma resiliente,
Na luta por um mundo onde a esperança vaga,
Siga a senda da justiça e do bem vivente.
Em cada grito, em cada ato de resistência,
A revolta da Terra se transforma em arte,
Uma busca constante por mais consciência,
Pela equidade, pela paz, pelo amor a parte.
O lugar de fala é o grito do respeito e da empatia.
Quando você concretiza o militarismo da oportunidade, da igualdade à sororidade.
Assim, daremos voz a igualdade e equidade.
Estas histórias e estórias de superação da miséria em ascensão a riqueza, com narrativas congêneres a “Jornada do Herói”, só servem para romantizar a pobreza, justificando a iniquidade social.