Época
A política tem suas características "exóticas"; na época de campanha eleitoral, candidatos mudam de nome, mudam de aparência e até o discurso, mas a essência (caráter) não muda!
Depois de todo esse tempo, ainda há lembranças daquela época cheia de risos, descobertas e parceria. Passaram-se os anos, mas algumas memórias permanecem.
As coisas mudaram, é fato. Nem tinha como tudo permanecer igual, já que éramos praticamente crianças quando nos conhecemos pela primeira vez.
Mas por que algumas pessoas marcam tanto a gente? Por que algumas memórias permanecem intactas?
Faz muito tempo que a gente se viu pela primeira vez. Faz muito tempo que a gente se viu pela última vez. Não temos mais contato, eu não sei o que você está fazendo da vida, e você não sabe o que está acontecendo comigo.
Mesmo assim, é impossível te esquecer. Eu não sinto mais o mesmo amor e companheirismo, mas ao lembrar de tudo o que passamos juntos, me vem um sentimento de nostalgia, é algo bom e ruim ao mesmo tempo.
Bom, porque o que vivemos foi muito bom. Ruim, porque mesmo se eu quisesse reviver tudo aquilo, sei que jamais poderia.
É difícil aceitar que uma história não forte e intensa ficou no passado. Aliás, um passado distante. Isso é o mais assustador.
Decidi de uma vez por todas encerrar meus vínculos com uma época da minha vida que, apesar de ter me proporcionado bons momentos, hoje, apenas me traz memórias amargas. Uma nostalgia barata, lembranças de uma história que eu preferia que não tivesse acontecido. Por muito tempo, tentei mentir para mim mesma que eu estava no caminho certo. Mas no fundo, eu sempre soube que aquela história não era o que eu realmente desejava viver. E sim, se aquilo que eu realmente quisesse tivesse dado certo no passado, eu jamais teria escolhido viver aqueles momentos. Mas eu decidi me perdoar. Era tão jovem, fiz tudo aquilo que podia na época. Hoje posso ver que as pessoas, os momentos e as histórias que aquele caminho me proporcionou, não fazem nenhuma falta. Tento apagar todas as memórias de algo que eu jamais deveria ter vivido. Eu perdoo aqueles que fizeram com que essas memórias se tornassem amargas e, acima de tudo, perdoo a mim mesma. Finalmente, posso deixar o passado para trás. Não há espaço para nada daquilo no meu presente, muito menos no meu futuro.
Na época, só havia duas perspectivas. Algumas pessoas queriam ter tudo e outras não deixavam ninguém ter algo.
Muitas de nós, adolescentes, influenciadas
pelas leituras e filmes da época
sonhamos com um "príncipe das Arábias"
lindo, alto, pele bronzeada pelo sol do deserto e que
nos levaria para um mundo encantado de amor eterno...
O que me leva a conjecturar... com o que sonham as
as jovens de hoje? O que habita seu imaginário?
Serão mais felizes (ou infelizes) do que fomos?
Pelo sim, pelo não. Desejo que todas tenham
sonhos; que sonhem sonhos realizáveis, e que
nenhuma oportunidade de realizá-los lhes seja negada.
Natal
Nessa época De natal, vemos muita ênfase ser dada ao ajudar ao próximo. Entretanto o que gostaríamos de refletir é sobre o pós-natal, depois que esse momento acaba tudo volta ao normal, cada um volta a se preocupar exclusivamente com suas obrigações cotidianas e esquecem que a vida não está resumida a apenas alguns dias festivos, e sim a toda uma dedicação ininterrupta de amar e se doar uns aos outros.
Mas aquela noite foi a primeira vez que, desde a época de minha decadência, voltei a olhar a própria vida com olhos inflexíveis e resplandecentes, em que voltava a reconhecer na casualidade um destino e nas ruínas de minha vida fragmentos celestiais. Minha alma voltava a respirar, meus olhos voltavam a ver, e às vezes suspeitava ardentemente que só necessitava recolher o mundo disperso das imagens, que só necessitava congregar a minha vida como Harry Haller e o Lobo da Estepe na unidade de uma só imagem, a fim de poder penetrar no mundo da imaginação e ser imortal. Não era aquela a meta a que aspirava toda vida humana?