Epígrafes para Monografias sobre Parto
"Não se deixe julgar pela forma que você escolheu ou conseguiu trazer seu filho ao mundo, porque, às vezes, o dito como menos natural pode ser o mais especial"
Eu irei
Não se deve impedir alguém
De fazer o que quer
Nem de ir embora quando deseja
Abra a porta e também o coração
A uma dor que paira , entre o querer
E entre não lutar sozinho
Há situação , eminentes
Como campo minado
Cheio de bombas prontas
Pra explodir, abrindo a casca
Eu percebi que a ferida
É muito mais profunda do que aparentava
Ainda sangra , ainda dói
E pode ser que doa
Por dias meses , anos
Ou até a vida toda
A dor vai ficar , a dor sempre fica
Aprendi a gostar dela
Talvez até dimais .
Deve sempre ser comemorado um nascimento,
Motivo de verdadeira e efusiva alegria...
Faço votos que esse grandioso momento,
Seja por todos compartilhado com muito amor, paz e harmonia...
Gênese Poética
Cada poema de um escritor é como um filho que foi gestado com carinho em seu sagrado ventre poético. Às vezes, o processo de gestação é demorado, outras vezes não. Quase sempre o parto é natural e sem nenhuma dor. No instante do nascimento, se cria um vínculo emocional eterno entre o poema e o seu autor. Vínculo este que nem o tempo desfaz. Depois de parir, a escolha do nome é um dos momentos mais emocionantes, seguido do registro em seu nome. Como toda mãe zelosa, um escritor não admite que toque em seus filhos. Se quiser arrumar briga com ele, pelas próximas dez encarnações, basta tocar em um fio de cabelo do seu filho. Então, não tente tomar para si um poema dele.
Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente – como em dores de parto – e vi que a menina em mim estava morrendo.
Obscena
Linda loirena, te quero obscena, na tarde amena! Parto pra cima de ti decidido pensando ter te vencido, e me vejo perdido, preso na cadena dos teus desejos, possuindo a flor que almejo , mas castigado sem pena, nesse calabouço apertado, me acabo derrubado e todo molhado, depois de ti, ter abusado!
odair flores