Epígrafe Santo Agostinho
Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira.
Não importa o que um homem sofra, mas como ele se comporta no sofrimento. Ó homem, não está em tua mão sofrer ou não sofrer, mas se no sofrimento tua vontade se degrada ou se dignifica.
No estudo da criatura humana, não se deve exercitar uma curiosidade precária e vã, mas ascender em direção ao que é imortal e duradouro.
Eis a grande ciência do cristão: conhecer que nada é e nada pode! O reconhecimento da própria ignorância é a primeira prova de inteligência.
É melhor coxear pelo caminho do que avançar a grandes passos fora dele. Porque quem coxeia pelo caminho, embora avance devagar, aproxima-se da meta, enquanto que quem segue fora dele quanto mais corre mais se afasta.
Por isso, na maior parte dos casos, a pobreza da inteligência humana manifesta-se na abundância de palavras, porque a investigação é mais loquaz no buscar do que no descobrir, o pedir demora mais do que o obter e a mão, batendo à porta, cansa-se mais do que recebendo.
Deus antecede tudo; quanto ao tempo, a flor antecede o fruto; quanto ao apreço, o fruto antecede a flor; quanto à origem, o som antecede o canto.
Quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á, quem a perder continuamente, encontrará a liberdade. Só alcança o fundo de si mesmo, só conhece as profundezas da existência quem deixa tudo, aquele para quem tudo desapareceu e se viu a sós com a verdade.
Embora violências defensivas sempre sejam uma triste necessidade aos olhos dos homens de princípios, seria ainda mais lamentável se malfeitores dominassem os homens justos.
Não há dúvida de que a memória é o estômago da mente. Da mesma forma como o alimento é trazido à boca pela ruminação, assim as coisas são trazidas da memória pela lembrança.
Uma vez por todas, foi-te dado
somente um breve mandamento:
Ama e faze o que quiseres.
Se te calas,
cala-te movido pelo amor;
se falas em tom alto, fala por amor;
se corriges, corrige por amor;
se perdoas, perdoa por amor.
Tem no fundo do coração
a raiz do amor:
dessa raiz não pode
sair senão o bem!
Perguntei à terra,
ao mar, à profundeza
e, entre os animais, às criaturas que rastejam,
Perguntei aos ventos que sopram
e aos seres que o mar encerra.
Perguntei aos céus, ao sol, à lua e às estrelas
e a todas as criaturas à volta da minha carne:
Minha pergunta era o olhar que eu lhes lançava
Sua resposta era a sua beleza.
"O cuidar dos funerais, a escolha da sepultura, a pompa das exéquias, visam mais à consolação dos vivos do que ao interesse dos mortos."