Epigrafe para Tcc Música
Seu zumbi é santo sim que eu sei
Caxixi, agdavi, capoeira
Casa de batuque e toque na mesa
Linda santa Iansã da pureza
Vira fogo, atraca, atraca, se chegue
Vi Nanã dentro da mata do jejê
Brasa acesa na pisada do frevo
Arrepia o corpo inteiro
Deuses, divindade infinita do universo
Predominante esquema mitologico
A enfase do espirito original xuou,
Formara no épio um novo cosmico
A minha pele de ébano é...
A minha alma nua
Espalhando a luz do sol
Espelhando a luz da lua
Tem a plumagem da noite
E a liberdade da rua
Minha pele é linguagem
E a leitura é toda sua
Apesar de tanto não
Tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade
Apesar de tanto não
Tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade
O grito da terra se expande por todo o Universo
No verso da mão calejada que afaga o rebento
O amor relampeja quebrando a semente da guerra
Sagrada é a força da Terra brilhando num só pensamento
O amor é verdadeiro
Vai me ligar
Vai me ligar
De bicicleta eu vou pra lá
Passei no supermercado
Tô apressado pra te amar
No nosso lugar
Sonhei com você
O nosso amor era um longa metragem
Tipo Netflix
Pra nunca acabar
Uma viagem de carro pra Recife
Uma passagem de ônibus pra Belém
Dá muito trabalho esse negócio de escutar o outro
De esperar pra ver brotar o novo
E quando venta a gente já não voa
E a incerteza de seguir
Me persegue como um cão faminto
Eu escrevo
Grito
Escancaro o peito
Por eu ser assim tão sentimental
Cobri-me de deslumbre e mágica
E jurei de dedos cruzados
Que eu ia converter
Inverter os papéis
Porque eu quero é viver
Na mansidão
Mansa fúria como o mar
Procuro meu caminho
Bem na palma de minha mão
Persigo meu destino
Ouço a voz de minha mãe
Dizendo filha olha
Ao seu redor entenda
Tudo é como deve ser
Tenha coragem
Cresça
Procure um abrigo
Quando a tristeza canta
Desobedeça a dor
A solidão se desmanchou em chuva
Ensopou as ruas do meu coração
Onde havia buracos de mágoa
Lagos cheios de paixão
A solidão tem dois lados
Pra quem quer
Pra quem pode
É um adeus mal colocado
Quando você for ver o mar
Seus olhos mergulhar na casa de Iemanjá
A Bahia de todos os santos vão abençoar
E verá seu interior festejar
A lembrança de ser livre
Na selva
No barro
No mangue
Nas dunas de um corpo que baila
No canto que o vento espalha
Segue o barco
Segue o rumo
Ela é de leão e tem fogo
Quando desce a ladeira da federação
Quando sobe a ladeira da quebrada
Altera a ordem do espaço com seus passos
Cadê meu celular?
Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome
E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais
Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo
Se você se aventurar
E quando tua mãe ligar
Eu capricho no esculacho
Digo que é mimado
Que é cheio de dengo
Mal acostumado
Tem nada no quengo
Deita, vira e dorme rapidinho
Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim
Aos meus amigos
De vida e de passada
Eu não vou pedir mais nada
Só vos canto essa canção
Salve o amor salve a paixão
Salve o cantar de um coração
Eu sei que mesmo sem saber
Um dia vou voltar a ver