Epígrafe de Livro

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⁠As cidades, as verdades e os muros.


Era manhã de abril e o céu não se cobriu de nada, e nas
cercanias da cidade descortinaram a estampa de seu amor fraseado,
pregado em todos os muros da cidade.
Diziam que era amor, mas tanto amor era resguardado, não
era arregalado e na boca de todos cingiam frases recortadas de
verdades que moram no absoluto julgamento de todos.
O que era velado, surdo, intransponível, efervesceu e tingiu
os muros de toda a cidade.
Agora não tinha mais vestes, arrancaram seus sentimentos
e dependuraram seus trapos pelos muros da cidade como
interpretavam.
Ela virou só lamento, andava quase seminua e todos
desviavam de sua presença. Diziam que nos muros cuspiam as
estações gravadas, onde sua boca pousou, o que dela suspirou e
com quem dançou.
Como se atrevera a tanto?
Não havia nela talento para o mal, arrombaram e viram a
folia de seu coração.
A chave se perdeu e o preconceito nasceu das reentrâncias
dos muros que circundam as cercanias das cidades.
Nos trapos as verdades despiram-se, como se fossem
realidades nunca realizadas, onde o leviano é sentinela de quem
não sabe nada de verdades e sentimentos.



Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

A leitura mostra uma realidade desconhecida.

Inserida por AndreVitorBarros

⁠Sinto muito em ter que dizer; que o seu silêncio e paz de espírito, leve tormentos para aqueles que não conhece a verdadeira elegância;
que é o respeito mútuo ao próximo num momento de reflexão.

Inserida por eliana_oliveira_3

⁠NA MINHA PELE

Eu vou aprender à ler pra ensinar meus camaradas!
Na minha pele,
Na sua pele
E na pele do Lázaro Ramos.
Racista, na minha pele vai além da empatia.
Na minha pele tem dor, história,
Mas também tem prosa e poesia.
Minha pele é IMPORTANTE!
Na minha pele não só se trata de cor,
Mas der ser negro;
Negro de pele clara, negro índio, negro árabe
E sobretudo: negro de pele preta.
Somos uma negritude, misturada com África.
Na minha pele ainda sinto o chicote do racismo; do racismo político, econômico e estrutural...
Salve, Mestre Bimba,
Luís Gama,
Cruz e Souza,
Mano Brown,
Hugo Damasceno,
Carolina de Jesus,
Rosa Park,
Luther King Jr,
Bob Marley,
Malcolm X,
Daniel Pintto,
Zumbi Dos Palmares,
Noel Barbosa,
Conceição Evaristo,
Emicida,
Maria Das Dores,
Djamila Ribeiro,
Seu Jorge,
Sérgio Vaz,
Antônio Almeida Machado,
Abadias do Nascimento,
Machado de Assis e etc.
Vocês são minha pele!

Inserida por Machadodejesus

⁠Sonhos aposentados (parte 01)


Seu marido havia morrido, nem sabia quando, em que dia,
de que jeito, simplesmente morrera, sem anúncio fúnebre, sem
santinho em branco e preto, morreu sem dores, anestesiado, acima
dos lamentos.
Agora ele vivia de alma emprestada.
Deus sabe de quem, esperando sei lá o quê, talvez secar
esfarelar, virar húmus, voltar a terra.
Quis ressuscitá-lo à vida, abriu as janelas que deram vista às
montanhas ondulando, pés de café para que ele percebesse o ciclo
da vida, mas quando chegava cerrava todas as ventarolas com frio,
muito frio.
À noite, deitava com as mãos geladas, cruzadas sobre o peito,
era seu único movimento, e de madrugada exalava de sua boca um
hálito esquisito de fundo de baú, cheirando a curtume.
Agora, esposa tinha certeza, ele havia morrido mesmo.
Ele levantava, dizia exatamente a mesma coisa, vestia as
mesmas roupas, os mesmos sapatos, as mesmas meias. Caminhava
pelo mesmo corredor ao trabalho, dia a dia, cumprimentava as
mesmas pessoas com as mesmas faces doentias, os mesmos assuntos
e recortava e dizia as mesmas palavras. Não acrescentava, não
diminuía, era linear, hermético, impermeável, morno, quase frio,
pois ainda não estava completamente morto.
Sua face endurecera, não esboçava nada, nenhuma estação,
era dura como porcelana. Seus cabelos caíram e ralearam, a pele
ficou manchada de pintas que mais pareciam pequenas necroses.
Passou a ficar pálido, leite, quase transparente, às vezes
custava a perceber sua presença translúcida.
A casa também começou a mudar lá dentro; um frio intenso
que toda criação, gato, cachorro, papagaio, passarinho e pensamento só
ficavam e chegavam até a cozinha, onde o fogo a lenha espalhava calor.
Não podia mais amá-lo porque o frio dele cortava-lhe a pele,
e o calor dela derretia seu corpo.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Atropelada

Como posso abandonar
Algo que nunca tive
Como posso amar
O que nunca conheci
Como posso sentir saudades
Do que nunca me pertenceu
Como posso sentir tudo
E ficar tão vazia
Como posso
Agora desistir
Se nada aconteceu
Onde mora
A divindade dos sentimentos
Que tanto desejei
E nunca compartilhei.


Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Sem Fim

Por favor, me espere e não desesperes porque chego tarde.
Não tropeces no conflito do dia porque chego fora de hora.
Deixe as horas correr, não as esperes exatas porque ando acompanhada e tenho que aguardar a brecha do dia para te abraçar.
Não penses
Não conclua
Porque não aconteceu nada...
Nada?!
Só o meu desejo que te procura e te apalpa pelas ruas e esta vai ser uma história até agora sem fim!
Fim não existe, você vais voar eternamente sem saber onde pousar teus sentimentos, e eu ficarei louca avistando a tudo, despida ou coberta de seus fragmentos e ainda serei um mosaico de palavras sem sentido porque:
Nunca é um tempo
Longo demais
Para não amar.

Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Oportunidades são bençãos que a vida traz até você.
Basta ter fé e acreditar que o impossível pode ser possível acontecer.

Inserida por eliana_oliveira_ii

⁠Percebo que o mundo está mudando. Busque mudar juntamente com ele.
Aceite as diversidades da vida como uma oportunidade de crescimento.

Inserida por eliana_oliveira_ii

⁠Tem dia que é difícil mesmo, parece que mais fracassamos do que acertamos. Nessas horas é bom viver mais o "agora" do que idealizar o futuro. O "agora" é muito mais poderoso e pode trazer felicidade instantânea. Até porque o futuro é muito incerto.

Inserida por dianneguerson

O diálogo.
Dois jovens se encontram, começam a caminhar, um deles pergunta;
a aí já terminou seus estudos, o que esta cursando agora, me formei em...
ao tom da voz arrogância, desprezo escorriam por seus lábios, outro por vez, suave e calmo responde; escrevi um livro.
O silêncio pairou no ar, o jovem com toda pretensão de desprezo, no mesmo instante sem compreensão, sua mente gritava interiormente, como pode achar que um livro é algo importante, não construiu monumentos onde as pessoas possam ver se lembrar dele.
O autor do livro por sua vez responde; o medo de ser esquecido os move em muitas direções, o que buscam é apenas serem lembrados, eternizados.
Conclusão: o livro representa a herança, informações que deixamos aos nossos semelhantes, atitudes que tomamos no corpo físico através do Espírito que nos move, deixar ou dar uma informação construtiva é mais valioso que construir um arranha céus, onde o tempo deteriorará.
Seu exemplo de vida é a escrita do melhor livro que podes oferecer aqueles que leem as páginas de seus atos e ações.

Inserida por rosesabadini

SONHOS

Alguns sonham em ser deuses
Assim como os jardins de violetas
Sonham em ser uma floresta de rosas;
O riacho sonha em ser mar
E o mar se transborda à praia
Porque o que quer mesmo
E alcançar a mais linda pérola.
E assim continuemos com nossos sonhos.
Sejam pequenos ou grandes,
Não demoremos porque as violetas
Fenecem, assim as rosas também,
O riacho e o mar...
Mas sempre haverá um grão dentro da ostra.

Inserida por apsicanalista

(...)
Te quero agora
porque hoje é o eterno
e daqui a pouco
nos escapa.
(...)

Inserida por CineBook

(...)
Sou de mim
patuá
em verso
prosa
e fruto.

Inserida por CineBook

Te amo
e deveria
amar menos
te amo
e ensolarada
deveria estar
noturna
para te louvar.
(...)

Inserida por CineBook

O amor
é grave,
não te aconselho,
fácil
e doce
e triste,
o amor
é grave.
(...)

Inserida por CineBook

Descuido
cria pássaros.
Descaso
faz nascer mofo.
Saudade
inventa história.
Amor
amansa vento.
(...)

Inserida por CineBook

METAFORANDO

A vida vai caminhando por entre os rostos
E os caminhos são longos, outros são metades-caminhos
Podem ser largos e também estreitos,
ora de acabam, ora iniciam-se.
E a vida vai criando metaforicamente caminhos na face.

Inserida por apsicanalista

SÓ DEUS TEM O ORIGINAL

E a vida vai criando caminhos nas faces,
e estradas nas plantas dos pés,
e que sejam lindos os caminhos
e imensas as estradas.

Inserida por apsicanalista

O tempo

Que dirão os corações ao tempo que passa
Se não há mais tempo de pronunciar com os lábios?
Então acenam-se as mãos para que fique
E não há como o tempo prestar atenção
Pois seu olhar é sempre à frente.
Que dirão os corações?
Enquanto as lágrimas andam pelos caminhos da face
E vai se esconder em um rio que mora nos lábios...
O tempo olha a cena e passa, porque não há tempo para contracenar.

Joana de Oviedo – direitos reservados

Inserida por apsicanalista