Da chegada ao Porto,
ao pôr do sol.
Um céu reluzente!
Tudo que se divide cresce.
Olhou para a vida e sorriu,
e ela sabe sonhar
com quem sabe sorrir!
O meu avô deixou para o meu pai,
o meu pai deixou para mim,
deixarei para os meus filhos e netos.
A manhã plácida clareia
o sorriso dos homens.
Corpos tremem,
frio e medo,
correm para esquentar,
covardemente nus,
inimigos morrem
abraçados!
Em qualquer estação,
a primavera veste flor!
Os soldados com lanternas
perseguem os homens de luz.
Mr. Dylan, não cale
as canções que nasceram
em meio ao calor
da Guerra Fria.
Reflexão que volta
na triste visão
da memória.
Rol de nomes aos bois
sem guardar orgulho da raça
que tem barulho
de carroça na cabeça.
Descamisado no parapeito
da janela, grito palavras incabíveis
na beleza de um poema.
A TV não vale mais que a antena.
Não vale mais que o aparelho desligado.
Não vale mais que a própria invenção...
Esquecia-se no escuro
vazio do universo,
estrelas laureadas
em tantos poemas.
Faz deste céu,
faz desta noite tão linda
uma noite tão modesta!
O dedo aponta adiante,
distrai também, as frases que leio nos muros....
Quem chega não chama.
Quem entra não bate.
Admiro o teu descanso após um dia de trabalho!
O mundo não carrega ninguém no colo.
Por que tem que ser segredo
se não é proibido?
Sempre nos vemos
vestidos de aparências...