Epígrafe de Livro

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⁠A leitura é meu cigarro

Faço minha cabeça com os livros!
Bolo a leitura,
acendo as ideias,
trago as rimas,
prendo o conhecimento.
Solto a folha em branco.
Viajo na leitura.
Seria um pretexto usar droga.
Cara, seja um leitor,
seja um peixe fora d’água.

Eu avistei uma arma
e escolhi o livro.
Vi a droga
e viajei na leitura.
Daí, virei poeta!
E estou traficando meus versos.

(Poesia do livro: Um Semeador De Poesia.)

Inserida por Machadodejesus

⁠O Guardião


Na porta do tempo, todos os dias têm um Soldado que guarda a entrada do Dia e puxa os lençóis da Noite.
Tudo na hora certa, matematicamente de uma precisão exata. Cansado dos anos, das horas de sentinela, o Soldado reclamou ao Crepúsculo da sua solidão.
Queria companhia, o isolamento ecoava cores de espectros. O Crepúsculo argumentou ao Soldado:
– Mas você não está sozinho, tem o Dia, o Sol, as Nuvens, avista as tempestades ao longe. No demais, nunca vai saber com que roupa o Dia vai sair e ainda tem a Noite, que chega elegante, às vezes chora, é dramática, tem broche no peito adornado de brilhantes.
O Soldado reclamou:
– Mas o Dia é desorganizado e bagunçado, às vezes, se veste com manga ou sem manga, simplesmente navega e acontece.
– Mas que prefere – perguntou o Crepúsculo?
– Uma associação, um afeto, disse o Soldado.
O Crepúsculo conversou com o Dia e a Noite, e no consenso, emprestaram uma Estrela no peito do Soldado guardião.
– Mas você, que foi ostentoso e observador, vamos enfeitar seu isolamento com uma Estrela que adornará sua ombreira.
O Dia, o grande negociador, bateu o martelo.
Ficou o Soldado feliz, agora não ficaria só com a Noite, que o fazia conversar permanentemente com a sua solidão; tinha Estrela para apaziguar seu imperativo.
Ficou deslumbrado com sua elegância, aparecia sempre elegante, de pouca conversa, não discordava, somente piscava, deixava passar. Estrela dormia muito durante o dia. Conversava incessantemente com a Lua, amiga íntima.
O Soldado, cada vez mais apaixonado, se esquecera do combinado. Passou a decretar mesa posta na hora perfeita, jantares perfumados e fumegantes para saciar seu desejo.
Estrela se queixou dos afazeres para a Constelação.
O Dia, enamorado de longa data por Estrela viu a batalha anunciada. O Corpo Astral deliberou sobre a palavra “emprestar” e se concluiu que era ceder.
Na disputa, os aspectos, os Ares advogados, concluíram que ceder podia ser renunciar ou abdicar.
E virou guerra, o Soldado armado, o Dia almejando vingança.
Na ocasião do duelo Estrela partiu, a oportunidade marchou com apetite de retaliação.
O Dia estava com fome
comeu toda a Noite
mas sobrou a Lua
que ao correr do Dia
foi devorada
A Noite queria se vingar
comeu todo o Dia
fez a Escuridão aparecer
Combateram.
No mais restaram poucos amigos, cada um no seu tempo ajuizado. Do Soldado sobrou um apagão sentimental e uma sina, uma Estrela Rutilada decorando lembranças em seu uniforme para sempre, dos tempos largados em ação.


Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Miseráveis
E a vida passa lenta como uma procissão lagarteando à margem da vida, cheia de mulheres adornadas de preto vestidas de morte, viúvas da felicidade .
Agarradas ao terço como se fossem lembranças perdidas, murmurando frases inaudíveis, confusas numa convocação de um encontro logrado no tempo de amar.
Choram as dezenas de anos como mistérios não revelados perfurados pelo tempo.
Todos os dias são Quarta-Feira de Trevas perseguidas por homens encapuzados, carregando “seu Cristo” ferido no andor intermitente a vida inteira.
Não olham para as calçadas da existência, são o extermínio querendo chegar de costas e surpreender a infelicidade.
Algumas nunca saem da procissão, do cortejo escuro atrás de sentimentos que somente sangram.
Adoradoras do infortúnio e da miséria.
Choram sangue e caminham com a indigência, desconhecem “O Deus da Felicidade e da Fortuna”.
Não rezam, lamentam.
Jamais convocam, murmuram frases.
Não confiam, esperam acontecer.
Sempre com receio; em atrição. Deslembradas da contrição.

Inserida por RosanaFleury

⁠Nem doce,nem amargo


Na cozinha, as notícias chegavam mais depressa ao fogo ameno. As criadas afagavam, pajeavam uma geração e fraseavam o inominável. Lembro-me de suas mãos quentes alisando minhas meias e eu sonolenta, bagunçando os cabelos em cachos nas almofadas do sofá da sala de minha avó. Elas me sacudiam e diziam:
– Se não ficar inteira para a missa, não tem doce de cidra nem novela
à noite.
As missas eram sonolentas e as pessoas vestidas do “primeiro dia da semana” se espreguiçavam em minha mente até ao almoço.
Era um dia morno, não havia novelas e a circunferência dos doces era vigiada e eu me frustrava com a falta das babás.
Verdadeiramente, não precisava delas, mas elas me bendiziam de suas falas e eu, como elas queria decifrar esse desejo.
E elas sabiam das promessas, do artifício, da magia de como chegar ao altar.
E sabiam muito mais, do veneno, da nudez debaixo dos lençóis bordados com capricho em ponto cheio.
Ninguém conversava sobre “isso” e, quando perguntava, tinha resposta certa:
– Já é hora de você dormir!
Na minha imaginação nada repousava, ficava na fantasia, esta geografia indecifrável e a língua solta de minha bisavó.
– Minha filha o “it” fica debaixo das saias.
Eu levantava as minhas, debaixo as anáguas e barbatanas e achava tudo tão incrédulo.
Acordava, e a novidade do dia: não entendia como, mas a vizinha havia “pulado a cerca”. Havia um falatório metafórico na cozinha não percebia onde estava o “cerco” onde só existiam muretas.
O “it”, o charme, o magnetismo, o encanto pessoal ainda são um mistério que abrocha do ser repentinamente.
Ferver, pular, ainda pode ser afetuoso e cítrico como doce de cidra. E o descrente ainda perdura nos amores alambrados.


Livro: Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Código

Havia em você uma ética e um código que nunca decifrei
Havia alamedas em seu falar onde nunca andei

Havia sabores em seus beijos que nunca experimentei
Havia muito mais
Que nunca descortinei

Medo
Muito medo

Você não sinalizou
E me perdi

Hoje você passa
Me desconhece
E no paralelo
Desse desencontro
Vestígios

Alucinada
Inesperada
Incendiária
Inconseqüente
Eu fui
Em avançar sobre você

Não me inscrevi
Assediei
Havia exercícios
Que nunca professei
Simplesmente
Tropecei
Na ordinária declaração
Do regulamento

Abri meus braços
Meu coração
Depus minha oração
E você
Não me viu

Me desculpe
Por favor
Não se assuste
Isto passa
Com o tempo

Vira páginas
Mas repagina
Meu
Viver.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

AS BORBOLETAS

E as borboletas ainda voam
Às tardezinhas roubando de algum jardim
palavras ao meu poema
E trazem assim, tênue uma a uma,
as palavras, Nem percebem
que o que me faz escrever
são as asas que voam fremente ao vento.
Sem esse compromisso de dizer
ou mostrar-se contente.
Sem a ânsia de viver sabendo que logo
Irá nascer do casulo ou renascer.

E as borboletas se vão aos jardins
Para morrerem feito palavras no papel.

Inserida por apsicanalista

PALAVRAS DESNECESSÁRIAS

Palavras são desnecessárias
Mas não viveremos sem pronunciá-las;
E a pronunciamos com algum intuito fortuito
Ou mesmo sem nenhum
Para um futuro que não sabemos
se teremos.

Palavras...
Desnecessárias!

Inserida por apsicanalista

CADEIA ALIMENTAR

E assim eles olham
E assim eles oram
Quando olham,
Espera que alguém lhes
tragam saciedade
Quando oram, esperam
Que o maná virá do céu

E olham e oram
E logo tornar-se-ão o maná
de outros bichos.

Inserida por apsicanalista

NOSSO ENCONTRO

Eu tenho um encontro
Tenho um encontro marcado com você
Um encontro
marcado
com você
No banco da praça...
______________________

Era um encontro marcado
com você
Que não tinha um encontro marcado
Na praça onde eu marquei
um encontro de você comigo.

Inserida por apsicanalista

"Cuidado para você não ser vítima daquilo, que você não acredita"!

O desacreditado.

Inserida por eliana_oliveira_3

Eu serei abominada por causa das histórias que escrevo!

Inserida por RoseGleize

"As incertezas do presente, serão as mesmas incertezas do futuro."

Inserida por eliana_oliveira_3

“Se os deuses me esqueceram e esqueceram meus dois filhos, também isso tem sua razão”.

Inserida por jopefd

O TEMPO NAS TAÇAS

Levantemos as taças
de bordas finas e linhas douradas!

Não se toma sozinho o vinho da paixão
Assim como não se olha as estrelas em solidão.
Não se vai a um jardim florido sem roubar uma flor
porque o tempo é só passagem.
Tão breve , apenas miragem.

Então, Exibimos nossos copos
Às distantes estrelas!
E o vinho bebamos.

O jardim ?
O tempo é que decide se ainda vamos vê-lo.

Inserida por apsicanalista

POR TI

Por ti quase morri.
Não sei mais viver sem ti
As miseráveis noites eufóricas e metafóricas
que a vida transformou
em dilemas, rimas
e poemas.
E eu as escrevi,
sentindo os açoites da madrugada,
enquanto dormias, em sua alcova perfumada.
ouvindo o vento lá fora ditando-me palavras,
Dos dilemas nos poemas!

Por ti, por amor, sobrevivi.

Inserida por apsicanalista

Internauta


Em Google e mais nada:
com fé intrinseca, fervor religioso.
Sem piedade, cada hora de prece,
os dedos no teclado.

Sua honestidade de tantas verdades,
sua fidelidade incondicional
a minha curiosidade.

Falta preconceito em todo esse conceito.
Com isso ele estende a mão,
ignorando seu rosto.
Chama cada coisa pelo nome.

Arremata, explica e exibe tudo o que o homem entende.

Reconstrói, com versões, a sabedoria humana
tão acostumada a julgar.

Inserida por lidia_codo

Moral x ética
A ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral.
É um substantivo enquanto a moral está em torno de todas coisas que circulam em torno de cada ser humano. Com todo esse sal o adjetivo amoral não era para ser mais inocente?! Quando a ética está rodando dentro da moral a lei é justa, teoricamente.
A ética não é burocrática só por causa dos romanos, o latim disse que estava tentando traduzir o grego e não consegue explicar.
Por que eu acho que o filosofo é mais digno que o poeta?

Inserida por lidia_codo

eu sempre fui..

Ta na ginga, um charme
explode tudo naquele sorriso

no mínimo em cada linha, tudo escrito com som.

Inserida por lidia_codo

SEM AÇUCENAS

Só eu cruzo o meu deserto
E não há nenhum deles que seja perto
Assim se faz os caminhos sem beleza.
E a tristeza com seu véu cobrindo o rosto
Não sei para onde vai apressadamente
Com seu perfume que recende as portas
De um lar há muito sem habitante qualquer.
Assim é esse deserto!
Mas seja o que vier...
Viverei em mim o personagem que não quer morrer
Que tem uma vida eterna por viver
E as mãos acenam uma açucena para o mundo
Aos destinos humanos sempre à deriva nesta vida
Que passa apressadamente com seu perfume
porque as açucenas murcharam-se
e agora recendem apenas os beirais dos túmulos.

Inserida por apsicanalista

Amor??Amar??Amores??? Podemos sentir isso mesmo separados??
Essas histórias que nunca se apagam no livro da vida!!! E sem que você queira o destino se encarrega de abrir essa página e assim faz ascender as chamas apagadas e esquecidas que ficaram por anos lacradas e desaparecidas, num livro lacrado no tempo e no espaço.
Será que é possível viver assim?
Será que esperamos o momento certo?
Será que guardamos nossos livros e os lacramos novamente?
O tempo será capaz de responder as perguntas dos amores que vivem separados!!

Inserida por juniorteixeira