Epígrafe de Livro

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⁠Impressões
Noite de céu crespo sem lua. Silêncio sedicioso derramava em seus pensamentos agonias. O travesseiro ficara quente, as tábuas estalavam a secura do Mês de Setembro. Os ventos frios adentravam sem convites por todas as janelas. A rua já havia se esvaziado da festa e os papeis vagabundos e coloridos faziam folia com o sopro da madrugada.
Caminhou pela casa, pegou um livro, as letras não acolchoavam sua cabeça. Acomodou as malas na soleira da porta. A esta hora ainda estava sem sono. Revirou suas anotações, tentou dar curso e poesia aos guardados e a página permaneceu imaculada. Olhou pela janela e viu que a cidade repousava.
Parecia que já era hora de amanhecer e acendeu todas as luzes e esquadrinhou todo o lugar como se o mapeasse para a sua memória. Deitou com seus pensamentos vazios e muitas perguntas. Revirou na cama e talvez fosse o estômago vazio esta insônia.
Foi à cozinha. Açúcar queimado com canela e leite cheirou, aguçou suas papilas. Os biscoitos de queijo ajeitaram o doído do vazio. Limpou os dentes pacientemente um a um com pasta de hortelã. Passou creme de nozes nas mãos e percebeu que durante sua estadia não havia tocado o piano.
Foi até a sala onde ficava o esplêndido. O lustre iluminou junto o recinto. Talvez fosse o lugar mais austero da casa, moveis delicados com instantâneos das descendências em poses agoniáveis. Todos pertencendo ao passado com histórias confusas e nunca narradas. Mirou cada face como se retirasse de seus olhares suas existências. Tudo mudo. Todos impassíveis.
Abriu a maravilha, o piano, teclado amarelado em marfim liso e gelado; soltou seus tons que espalhou pela casa, e todos valsaram. A cortina dançou, o vento parou para escutar, os papéis se esconderam nas esquinas, os pensamentos acalmaram e os instantâneos dependurados pelas paredes se pintaram. Sua insônia se demitia e na última valsa sentiu um vulto se aproximar. Fechou os olhos sem medo e dedilhou a última melodia.
No avião sua mãe comentou:” Que foi aquela andação à noite pela casa?Agora virou assombração?”
–Foi só indigestão.
–O que comeu?
–As assombrações não digeriram bem os biscoitos de queijo e ficaram por lá brigando, dançando com azias. Brancas, aparentes, empoadas de farinha...
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Saudades em poesia
Seu cheiro derramado em poesias
Seu cheiro arrastado nos versos
Cheiro espairado
Repartido
Cheirando espalho
Vetado
Revive em mim seu corpo em perfume
Flui
Esparrama a sua vontade
Somos mistura
Dos céus e dos ares
Somos nós e nó
Você existiu
Para... sempre...
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Quando


Quando morrer, não me espetem de flores, porque representam a vida e sua resplandecência é rápida: florescem, envelhecem e morrem.
Me alfinetem de palavras que sejam somente substantivo abstrato: felicidade, sucesso, angústia, desejo, prazer, cumplicidade, compromisso, inocência, perdão, amor, confissão.
Confesso que o perfume das flores paira no ar, mas as palavras perfuram e permanecem interpretadas por quem não tem preconceito, mas sonha.
Quero deixar esta herança.
Sonhos.
Sonhe e o os sonhos são proféticos, eternos como os céus e as estrelas que nos cobrem.
Cubra-se somente de sonhos.
E sonhe somente seus sonhos.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

Quando Floresce a Alma ( de Cika Parolin)

⁠Uma Obra que nos remete ao Passado, nos faz sentir o Presente e nos lança esperançosos para o Futuro. Como não Sentir cada nota, cada cifra, cada vibrato e melodia da canção que nos embala a cada página percorrida. Como não Amar cada letra, cada palavra, cada ponto, cada vírgula, cada aspas, cada rima e cada verso...
É a Sabedoria de quem não apenas passou pelas Estações da vida, mas, que viveu e vive a Plenitude de todas elas. É o Encanto que nos leva a enxergar que a maior riqueza está na simplicidade dos pequenos detalhes que a vida nos mostra a cada amanhecer e entardecer. É a Pureza que revela a nossa pequenez diante de Um Ser Superior que nos chama de Filhos. É o Colo de mãe, é Abraço de pai e Peraltices de irmãos. É aquela Professora que nos marca pra vida inteira e o Primeiro amor que nos entonteia.... São as venturas e desventuras de quem entende que está neste mundo para ser Vida e... Transformar Vidas.
Quando vi este Tesouro e senti seu delicioso perfume, que invadiu todo o meu quarto e ficou entranhado em minhas mãos, Não tive dúvidas:
"Quando Floresce a Alma"... o Coração da gente Sorrí.

Inserida por scheilla_lobato

⁠“Cozinhando”

Tinha cheiro perfumado
de cardamomo moído
no ar
nosso jeito de amar

Vermelho
Rubro
Intencional
Despido
Tomates descascados
despelados
refogados
sufocados no azeite
ferviam
esparramando desejos


Não dava para esperar
ervas benziam
alecrim
tomilho
mangericão
coentro
hortelã
para acalmar o mar de dentro


Esperei...
Abri um vinho...
Ele não chegou
MEU DEUS !...


Para AMAR
COZINHAR
Basta o Sal
do mar
e das lágrimas

Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠O Brasil escorrega para o abismo da ignorância quando fala em taxar livros

Inserida por celinamissura

Meu amor de ontem
Ele havia chegado.
Foram 25 cinco anos de sertão. Barba por fazer, desodorante faltando, mal-cheiro falando.
Português capenga, só ficava rachando lenha, trabalho braçal mesmo. Verbalizar algumas palavras somente depois de uns goles de pinga.
Até que morava bem, num “igarapé” fresquinho às margens do Rio das Mortes, uns 100 quilômetros da cidade, na seca. Na chuva nem tiro ideia. Ventilação só do vento nos buritis.
Lugar bonito por lá. Tem duas estações: a seca e as águas. Ouvi dizer que vendem perfumaria nos alagados.
Vizinhança próxima, toda sorte de animais silvestres e rastejantes.
Ele me explicou bem como era feliz. E fez esta viagem com proposta de sermos mais unidos.
Na verdade fiquei embasbacada e pensando se o banheiro
tinha lixa de pé e “bidê”.
Olhei sua camisa de um algodão rústico e desbotado, seus pelos agora também descoloridos saindo revoltos entre os botões.
O vento derrubou meu chapéu panamá e ele não se inclinou para pegá-lo.
Disse que tinha hóspedes e muita pressa.
Saí da conversa com um calor sufocante e uma pergunta im- pertinente.
“Será ele o mesmo que tanto amei ?”
Ele virou Anhanguera e não o reconheci.
Lembranças, às vezes, é um lugar confortável.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠A última carta de amor

Sinto sua falta e as areias sopradas pelo vento frio batem em
meu rosto e acordo com as lembranças.
A chuva fina penetra em meu corpo e penso em seus beijos
tão quentes como ares do Equador.
Meu demônio infernal que arrasta meus dias em desejos
queimantes e fico cega.
Chamá-lo de meu amor é tão vulgar e abstrato e meu pensamento
se dirige a ti de forma tão concreta que sinto e quero sua
presença.
Fica tudo tão distante. Meu corpo, meu desejo, que nem as
cartas cobrem esta ausência.
Dizem que amores não tem corpo, mas do que é feito sua
intensidade sem seus contornos físicos,
perfumes perdidos sem seu cheiro?
E o vento apaga as palavras neste deserto de solidão e gasto
tanta pena e tinta e nem sei se verbos atravessam oceanos e intempéries.
Mas fica a força de meus punhos grafados, para contornar
seu corpo nesta carta.

Inserida por RosanaFleury

⁠O tempo abranda a dor. Mas a saudade faz esta mesma dor
ser permanente na alma.

Inserida por eliana_oliveira_3

⁠Para aqueles que vivem uma vida de glamour e aparências
fantasiosas. Precisam saber que a mesma realidade
vivida aqui, é o começo de uma longa estrada de encontro
com a nossa espiritualidade.

Inserida por eliana_oliveira_3

⁠“Enfurnada”
Sou subtraída do profundo das águas calcárias e cristalinas de Furnas
Enfurnada entre montanhas Alinhadas de pés de café.
Lugar de cheiro doce
Da floragem cafeeira vestida de noiva do moka
Que se enfeitam de flores brancas e sementeiras vermelhas
Ano a ano Dia pós dias
Sou as sacas cheias da safra
Que despolpa líquida nas xícaras E cobre o paladar e os ares
Sou das minas verdes Sul de Minas Perfurmada Aromatizada
Cheiro de café Ser gerado
Das Minas Gerais
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Um título interessante
.
Estive naquela biblioteca,
morada bela da grande Coruja
Na entrada um monge careca
que o tempo tornou estátua suja
Na pilastra a mensagem:
“Traga sua caneca!”
Pois ali na abordagem,
descartável não se usa
.
Dentre tantos corredores
Pequenas e grandes informações
Explorando os marcadores
encontrei “Definições”
Objetivas reflexões
significando coleções:
Livros, biblioteca
Papiros, papiroteca
Jogos e brinquedos, ludoteca
Só brinquedos, brinquedoteca
Quadros, pinacoteca
Ossos, osteoteca
Algumas imagens, iconoteca
.
Gostaria de saber de outros fatores
Se coleção de dores
é algia-teca
Se coleção de amores
é filia-teca
Se coleção de felicidades
é felice-teca
Fica aí o questionamento
Treinar a sabedoria
sempre foi sensação do momento
Fazer pergunta é maestria, mas Einstein já dizia que só as polia
depois que ele vivia e dormia
.
.

Inserida por olu-felipe

O amor e o poder de Deus só se manifesta
diante da transformação espiritual
que buscamos Nele!

Inserida por eliana_oliveira_3

Devemos sempre aceitar a vontade de Deus.
Nem sempre o que queremos faz parte
dos planos de Deus. Tentar decifrar
este mistério é não entender o amor de Deus
pela sua criação.

Inserida por eliana_oliveira_3

Viver e acreditar em milagres, é quando você
acredita no impossível acontecendo
bem diante dos seus olhos!

Inserida por eliana_oliveira_3

Só Deus é quem tem o poder de aplacar a dor,
aliviar o cansaço.
Assim como, concede todos os dias
o sopro da criação.

Inserida por eliana_oliveira_3

Deus age em silêncio nas profundezas do ser, Ele sabe a hora e o tempo de tudo!

Inserida por eliana_oliveira_3

Saiba que o amor é quem move este universo.
A vida só faz sentido se tiver amor!

Inserida por eliana_oliveira_3

Eu vivo por meio de cada um dos meus personagens... Eu choro, sorrio, respiro e morro todos os dias ao tecer cada texto. Escrever é o que traz cor e sentido para as minhas centenas de vidas!

Inserida por mayaravellardi

(...)
Vamos aproveitar
Segundos, minutos, horas, o fim, o começo
Como estivéssemos vivenciando
O gosto do último gole
De um prazeroso vinho
E passar a sentir a essência
De um grande perfume
Vou mostrá-lo que a vida
Não precisa ser tão longa
Para ser tão amada
Mas ela é curta
Para se ter
Inimigos.

Da poesia "Coração de pedra", essa poesia se encontra no livro "Toque de Acalanto: Poesias, Valter Bitencourt Júnior, 2017, Clube de Autores/Amazon, pág. 09, ISBN: 9781549710971.