Epígrafe de Livro
Sei que não vai ser a mesma coisa. Sei que não vai ter mais o seu sorriso, mas ainda vão ter sorrisos. Sei que não vai ter mais o seu abraço, mas ainda vão ter abraços. Sei que não vai ter mais o seu amor, mas ainda assim, de alguma forma, vai ter amor. Sei muito bem que o que houve entre a gente foi único. Um sentimento, uma intensidade que não tem como explicar, mas passou. Não foi feito para durar. Nós não fomos feitos para durar. Não tínhamos como dar certo. Tentamos? Tentamos demais! Várias vezes e de várias formas, mas não adianta ficar empurrando com a barriga algo que é inevitável: tudo tem seu limite, tudo tem seu fim. Chegamos ao ponto de explodir esse limite, mas ambos percebemos que não valia a pena. Não valia a pena jogar para o alto os bons momentos que tivemos, tudo o que passamos foi muito maior que qualquer briga, por qualquer motivo. Mas nosso limite chegou, não tem como mais ultrapassar. Não tem mais como disfarçar, não tem mais como engolir, chegou a nossa hora. Não dá mais para fingir que está tudo bem, não está! Está tudo errado, estamos em uma ilusão. Não vamos viver felizes para sempre e não vamos estar juntos até que a morte nos separe, nós dois não fomos feitos para essas coisas, não fomos feitos um para o outro. Fomos feitos para nos apaixonarmos e aproveitarmos tudo de bom que uma boa paixão tem para oferecer, mas não fomos feitos para o verdadeiro amor. Somos muito iguais para dar certo, e para dar certo é preciso ter uma pequena diferença, uma pequena oposição para tudo não ficar sem graça. Fomos aquela paixão única que acontece pouquíssimas vezes na vida, aquela paixão que a gente luta de todas as formas para tornar-se um grande amor, mas não torna-se, não é um grande amor, é uma pena! Mas não é. Nós demos certo, por pouco tempo, aliás, no nosso tempo, mas demos certo. Ambos sabemos que já não tem mais futuro, é de partir o coração, mas é preciso aceitar. Grandes paixões nem sempre se tornam grandes amores.
Ler
Voar como pássaro, sem asa.
Viver abrigado, sem casa.
Manter o fogo, sem brasa.
Mergulhar fundo, mesmo rasa.
Viajar de foguete, sem a NASA.
Ter um discurso que embasa.
Uma mente que expande e extravasa.
Para voltar para o Mundo Racional, todos tem que passar a se conhecer, para saber como deixar de ser como e, sofredor e mortal.
Eu e a minha velha mania de acreditar que é possível que as pessoas mudem. Sim, as pessoas mudam. Mudam conceitos. O jeito de ser. A maneira de viver. A questão é que eu sempre penso que todo mundo merece mais uma chance, mais uma oportunidade, mas o mundo não é assim, – ah, só mais uma vez, só mais uma chance – as pessoas não são assim. Algumas pessoas não são dignas para que você espere tal mudança, – quando você não tem o esperado, você se conforma – mas mesmo assim eu insisto nessa tal mudança. O meu coração ainda continua de papel, sim, é possível escrever, escrever, escrever e escrever, sim, é possível apagar, apagar, apagar e apagar. Um probleminha: quando se escreve e depois apaga o que foi escrito, o coração, que antes era de papel, não continua mais o mesmo. O coração de antes que era composto apenas de matéria-prima, de material puro, aos poucos, vai se tornando um lixo, ou melhor, um papel reciclável. Um papel que agora carrega as mazelas de outrora, experiências, aprendizado e o melhor de tudo: carrega um sentimento diferente, muito diferente. Há um processo doloroso, muito doloroso, para que esse papel se torne reciclável, – comparo até como um grão de areia ao incomodar uma ostra antes de virar uma pérola – existe a insistência, a persistência, uma luz no fim do túnel de que tudo irá ocorrer e acontecer como desejas, quando você se depara com a vida real, com a realidade, você acorda de um sonho que nunca existiu. Um sonho que você simplesmente sonhou sozinho, tentou e insistiu em sonhar. Um sonho que você projetou, idealizou, planejou, e, o inesperado acontece: o projeto falha. Falha não por ter falhas no projeto, mas sim quando você acorda e percebe que não dá para continuar com a construção desse projeto. E quando começa a aparecer falhas no projeto, é sinal de que nada vai bem. As falhas começam com pequenas lacunas, trincas e rachaduras. Quando você se depara, o projeto falha, foi por água abaixo, desmoronou. O coração de papel – que é o engenheiro – não consegue fazer e idealizar um projeto sozinho, é preciso que haja outros papeis. Sendo assim, o livro será composto por várias páginas, cada página reservada para um sentimento novo, para um momento novo e para a pessoa. Mas o bom de tudo é que sempre irá existir páginas em branco neste livro, assim, é possível reescrever ou simplesmente escrever e começar um novo projeto, uma nova etapa, um novo capítulo, uma nova história. O meu coração é de papel, sim, ele é de papel. Escreva-o!
É só mais um fim de semana chegando para te fazer lembrar que ela não vai mais voltar. É só mais um fim de semana chegando para te fazer lembrar de todas a oportunidades que você teve de fazê-la permanecer ao teu lado, mas preferiu pisar na bola com ela. É só mais um fim de semana chegando para te fazer lembrar do sorriso lindo que ela tinha quando estava com você, mas você nunca reparava não é mesmo? Do mesmo jeito que você nunca reparava quando ela fazia questão de se arrumar só para você, na tentativa de fazer você perceber que tinha uma garota linda ao seu lado, mas você bobo demais, nem a notava. É uma pena, ela tinha tanto amor para te dar! Cá entre nós todo o amor que ela tinha naquela época era só para você. Ela não se importava com mais ninguém, para ela era você e só você. Todos os olhares dela eram para você, todos os sorrisos sinceros dela eram para você, todo o amor que ela tinha, era por você. É realmente uma pena que você tenha desperdiçado tanto tempo e tanto amor de uma pessoa que só te fazia bem, que só te queria bem. É só mais um final de semana chegando, e quando você acordar na manhã de domingo, novamente a primeira coisa que vai pensar é: “ela não vai estar comigo hoje, de novo’’. Você vai relembrar todas as vezes que ela te pediu um pouco mais de atenção, um pouco mais de carinho, e vai bater um aperto enorme no teu peito por você não ter se esforçado nem um pouquinho por ela. Você vai olhar de hora em hora no seu celular, com esperança de ter alguma mensagem dela, mas no fundo você sabe que não vai ter. Você reclamava de tanta cobrança, de tantas mensagens por dia, de tantas ligações. Você achava que ela era chata, hoje você percebe que ela apenas se importava e você ignorou todos os sinais dela. E você que antes reclamava dela te ligando toda hora, hoje daria qualquer coisa para escutar a voz dela mais uma vez. Ela te amava com todo o seu coração. E sabe a única coisa que ela queria? Que você a amasse também. Ela vinha esperando há muito tempo por alguém como você, que pudesse ser especial e fazer a diferença na vida. E ela te encontrou. Mas ela não teve tanta sorte assim, você não a amou como ela o amou, não enquanto ela ainda estava com você. E agora que você a ama como ela te amava, ela não está mais aqui, e você sabe que ela não vai voltar. Você vai procurar em outras pessoas o que só ela tinha. Você vai sair pra uma festa, curtir com qualquer garota bonita, mas do que adianta? Não vai ser aquela garota que vai te amar do jeito que ela te amava. Você vai continuar tentando achar alguém igual a ela, para suprir a falta que ela faz na sua vida, mas não vai conseguir. Ela é insubstituível. Você tinha ela para você, você tinha a garota que mais te amava ao seu lado. Era ela que insistia que ia dar certo o relacionamento de vocês dois, apesar de todas as brigas, de todos os desentendimentos. Mas e agora? Ela foi embora e você ficou aí. Você vai passar mais um final de semana lembrando de tudo o que já passou. Vai lembrar do abraço dela, do cheiro dela, da voz dela. Você vai tentar dormir e não vai conseguir, vai ficar pensando em tudo o que ela te falava, nas palavras de amor que só ela te dizia, nos carinhos que só ela te dava, na atenção que era exclusivamente pra você. E agora? Agora você vai parar e pensar: “eu perdi a garota que me amava’’. Ela te amava, e você ainda ama ela, você só se deu conta tarde demais.
Cada palavra que o escritor escreve, é um tijolinho usado na construção de um palácio. No momento em que o leitor inicia a leitura do livro, ele passa a residir neste palácio. Portanto, jamais esqueça do poder que as palavras tem.
Um único minuto de bondade pode valer mais do que toda uma vida repleta de complexidades. Um único livro enfim pode conter a verdadeira serenidade, a mansidão e a plena conciliação de nossa alma com tudo que existe valendo se assim bem mais do que toda uma farta bibliografia de perguntas, dúvidas e incertezas. Uma única música de amor pode valer bem mais do que toda um conjunto de falsas canções, com poucas poesias, sem as alegrias, sem rimas, sem os sorrisos e e as promessas de bons sonhos como encontramos sempre nas singelas e suaves cantigas de ninar.
De repente a insônia...e você acorda de madrugada e se vê pensando na vida e ai que se dá conta que a árvore cresceu e deu frutos e que seu melhor momento é o próximo capítulo no livro da vida... A sombra do projeto que Deus esboçou no ventre materno e entregou pra ti e disse: - Vai e colhe os frutos que caírem da árvore (destino) que Eu adubarei a terra por onde passares... E serei a sombra envolvendo-te em meus braços de amor. Segue e não olhes mais para trás...
"Pode entrar devagar. Vá tomando seu assento, se reconheça nos quadros que você pintou. Cheire os livros que ainda guardam as marcas das suas mãos. Escolha o melhor canto do sofá. Ele sempre esteve guardado com as notas do seu perfume, emoldurando suas lembranças nos quatro cantos deste espaço. Abra seu abraço e apenas se apodere de tudo. Não saberia dizer não" (Seu canto da sala - Victor Bhering Drummond)
Parei atento para entender cada uma de suas formas, observando seus contornos e movimentos. E percebi que meu corpo ficou estático, querendo mergulhar em cada canto, como se formasse as peças de um quebra-cabeça. Mas depois de um tempo, mais importante do que encaixar-me nas curvas de seu corpo, eu precisava - e estava pronto - para deixar minha alma e meu coração ganhar as mesmas formas de suas paixões e espiritualidade. (Alma Gêmea - Victor Bhering Drummond)
Eu clamei a Deus uma mente e coração menos insanos, mas a minha fé mostrou-se abalável, me tornando o fiel mais descrente do mundo.
[Quote do livro]: Dezesseis, A Estrada da Morte
Seria aquela, a tal liberdade que eu tanto ansiei? Uma liberdade livre de maldade.
Em meus pensamentos, sequer havia espaço para me lembrar do inferno que nos fizera fugir.
[Quote do livro]: Entre o Céu e o Inferno
Do céu sorvi a ventura;
Do inferno, o esquecimento;
Voei planícies distantes;
Ansiando comprometimento...
Do inferno tive a brasa ardente;
E a insanidade que maltrata;
Do céu tive o amor resplandecente.
Da lucidez que retrata;
Do fogo conheci a dor;
Da água, o amor;
Abaixo o beijo da morte;
Que por pouco não me levou;
Do amor tenho o céu;
Que assim, me curou;
Do ódio, o inferno;
Que infindavelmente, será meu pavor;
Céu, Inferno [...] Paraíso!
[Epílogo]: Entre o Céu e o Inferno
Ali pela janela era possível ver as pessoas caminhando devagar. Não pela falta de pressa com os compromissos ou de entusiasmo, mas porque escolheram apreciar a garoa cessar, a neblina se dispersar. Casais se namorando com os olhos e olhando as vitrines, na esperança do sol nascer. E se ele não viesse, tinha valido a pena diminuir o ritmo do mundo para sentir o compasso do coração. (Vida pacata - Victor Bhering Drummond)
A gente senta para tentar entender o movimento do mundo, o colorido das roupas, o grito que há nos silêncios. Mas não encontra respostas. Então nos despimos da própria observação para fora e miramos o que há de mais essencial: o amor invisível, às vezes incompreendido, mas que ainda vale a pena espalhar. Só com ele entendemos o movimento do mundo que se passa lá fora. (Movimento do Mundo - Victor Bhering Drummond)
E quando o menino sobe no palco, se transforma em tudo aquilo que queremos ser: o homem, o divertido, o filho, o pai, o amante, o que promove lágrimas e sorrisos. E nas coxias descobrimos que por trás de tudo aquilo, atras da cena, nas coxias, há um poeta da arte de entreter e interpretar (Coxias - Victor Bhering Drummond)
"Se em cada segundo escrevesse uma palavra para você, no final de um dia teria composto um livro sobre nós dois."
(07.11.2004)
O menino caminha em direção ao castelo de sonhos. Lá, o Velho e Bom Senhor o Aguarda. Visitam aposentos, revivem memórias, abraçam amigos que foram morar do outro lado da montanha. A distância enfim, findou-se. Não há mais lágrimas, saudades. Apenas a certeza de que agora os entardeceres serão meras nuvens coloridas. Porque os dias não mais terão fim. (Do outro lado da Montanha - Victor Bhering Drummond)