Epígrafe de Livro
Insight
É arrancando um poema
Do peito
Pela raiz
Que seu aroma
Tem valor.
Livro " O que sobrou de um poeta" , de Werley Souza
De todas as falas, para o letrado que forma em seu cérebro a inspiração do livro que se abre com inúmeras palavras, frases que cultua-se aos olhos do pensamento do ser leitor, como em um cortejo cérebral, entoando as minúcias dos saberes que segue astuto pautado com isonomia de credos, rebuscados dos inúmeros saberes para o viver compondo.
O livro não é uma autobiografia, o que é ainda melhor porque posso falar de mim ainda mais profundamente. Posso dizer tudo, meus desejos, pesadelos...
Na Bíblia no livro de Gálatas, capítulo 6, versículo 9. Diz assim a Escritura Sagrada: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido”.
É uma luta diária, porque quando paramos e percebemos, que fazemos o bem à algumas pessoas e essas nos retribuem ignorando a nossa existência, nem mesmo um pensamento positivo a nosso favor são capazes .É tão doloroso, que chegamos a questionar," até onde eu consigo fazer o bem ?".
SERÁ QUE SÓ VC NÃO VÊ?
No livro Ensaio sobre a cegueira, escrito pelo português José Saramago, uma pandemia aflige o mundo. De repente, todos perdem a visão. Sofrem uma cegueira branca. No começo, parecia que as pessoas iriam se ajudar, ser solidárias, melhores. No entanto, os problemas da sociedade logo ressurgem e são potencializados, já que ninguém “enxerga” a mudança necessária para o bem coletivo. Com essa cegueira moral, o instinto de sobrevivência prevalece, sobrepuja a razão, o ódio subjuga sentimentos altruístas. Impera o egoísmo, enfim.
A palavra instinto nunca foi tão presente na contemporaneidade.
Analogamente à obra literária, vivemos também uma pandemia, só que da Covid-19 em franca mutação. Quando ela começou muitos gestos maravilhosos aconteceram. Alguns foram divulgados nas mídias sociais. As pessoas pareciam que aprenderiam alguma lição sobre fraternidade e comunhão. Todo dia, às 18h, um vizinho ancião tocava a Ave Maria em sua flauta doce, da sacada da janela. Ao término, todos os vizinhos aplaudiam de suas janelas.
Até então não havia vacina, nós éramos a cura.
Com o tempo, a cegueira moral se abateu sobre muitos. Indivíduos sem máscara. Outros em aglomerações. Uns tantos negando a pandemia. Outrem oferecendo pseudofármacos. Dois médicos, renomados, minimizavam a gravidade do patógeno e vieram a óbito por causa dele. E tudo isso envolto em informações, contrainformações, falsas informações. Enfim, uma cegueira moral despencou sobre nós. A nossa cegueira branca.
Mas aí chegou a vacina. De vários grupos científicos. A britânica Oxford-AstraZeneca, a estadunidense Moderna, a germano-estadunidense Pfizer BioNTech, a russa Gamaleya Sputnik V, a sino-brasileira CoronaVac. Infelizmente, o imunizador – não importa qual – poderá a longo prazo reduzir os efeitos dessa silenciosa e sufocante enfermidade viral, contudo a corrupção humana ainda levará tempo longínquo para ser publicizada como a mais letal e senecta doença entre os humanos.
Autoridades que deveriam dar o exemplo nesse momento tão triste da história do homo sapiens furam a fila do imunizante para se beneficiarem, como se fossem capitães de um navio a fugir no primeiro bote salva-vidas. No nordeste brasileiro, os prefeitos de Antas(BA), Candiba(BA), Itabi(SE), Guaribas(PI) adotaram a máxima: “Farinha pouca, meu CoronaVac primeiro”. Além deles, há vários... filhos e filhas de sicrano, queridinhos de beltrano, os amores de fulano.
Eis que o norte do Brasil se asfixia e tenta clamar por socorro. Na Bíblia, há o livro de Salmos cujo capítulo 42, no versículo 7, traz a mensagem “Abyssus abyssum invocat”, ou seja, um abismo chama o outro. No norte do país, os estados do Amazonas (Falta de oxigênio em Manaus), Amapá (apagão e colapso dos hospitais) e Rondônia (falta de leitos e médicos) mostram o extremo a que podem chegar as más gestões e desvios de verba em solo pátrio.
Enquanto isso, na fantástica terra do leite condensado, o mandatário da nação vai a uma churrascaria na companhia da matilha política, além de artistas, como Naiara Azevedo, Amado Batista e Sorocaba. De mórbida praxe, ao final, o mascarado presidente sem máscara deleita-se em selfies e aglomerações contagiantes...
No livro Ensaio sobre cegueira, aos poucos, a cegueira branca se foi. Abriu-se uma perspectiva de o mundo ser um lugar melhor, no qual as pessoas agora percebam que quando enxergavam eram cegas de amor. E, como se o universo ou Deus, permitisse uma segunda chance, o homem então mais racional poderia compreender finalmente a relevância das emoções, principalmente aquelas que nos fazem querer abraçar o outro em qualquer sentido benevolente da palavra.
O Brasil anseia por um final tal qual o da ficção. Todavia, na catarata dos sonhos, está tudo branco ainda, ainda está tudo escuro, então.
Eu
Eu não sou uma estrela, sou uma constelação. Eu não sou um livro, sou uma biblioteca. Eu não sou um lobo, sou uma alcateia. Eu não sou um soldado, sou um exército.
Tenho um livrinho onde escrevo
Quando me esqueço de ti.
É um livro de capa negra
Onde inda nada escrevi.
ALGUNS PONTOS PARA REFLETIR
Em se tratando de Literatura,
1 – não existe livro “chato” ou “agradável”, existe livro bem ou mal escrito;
2 – não existe livro “fácil” ou “difícil”, existe leitor preguiçoso ou interessado;
3 – assim como o escritor, além do talento, deve saber escrever, também o leitor deve saber ler e compreender;
4 – não é o livro que deve vir ao leitor para agradá-lo ou a ele se adaptar (exceto os livros comerciais), mas é o leitor quem deve mergulhar em todas as camadas do texto para analisar, interpretar e avaliar; ao fim do processo pode gostar ou não, mas isso é outro assunto;
4.1 – isso, normalmente, exige esforço, pesquisa, informações diversas – enfim, exige trabalho. Com o tempo, entretanto, desenvolvemos o “faro”, a intuição, vamos acumulando informações das várias leituras. Adquirimos, assim, experiência literária, e qualquer leitura torna-se menos trabalhosa; e apuramos nosso gosto estético, desenvolve nossa sensibilidade,tornamo-nos leitores mais exigentes em relação ao que determinada obra pode oferecer e nos oferece;
5 - um livro tem seu valor em si mesmo, intrínseco, e também um valor (que pode ser maior ou menor) quando inserido na tradição literária, onde interage com outros livros, anteriores e posteriores, e podemos compará-lo e avaliar outras peculiaridades, como inovação, invenção, maestria, impacto social, etc;
6 – o valor literário de um livro nunca pode ser avaliado pelo sucesso ou fracasso junto ao público leitor (salvo, novamente, os livros comerciais); nem pelos elogios da crítica, os quais também devem ser avaliados; muito menos pela moda social ou acadêmica;
7 – critérios para interpretação e avaliação de uma obra são fornecidos por disciplinas específicas, como Estética e Teoria Literária – porém, não raro, com o concurso de outras afins, como História, Sociologia, Psicologia, Economia, etc;
8 – “Crítica” é um termo que não implica juízo de valor (criticar não significa descer a lenha), não é negativo nem pejorativo; é um termo neutro. “Crítica” é uma atividade que se exerce e implica num processo de várias etapas: leitura, análise, interpretação e avaliação – esta, pode ser elogiosa, laudatória, ou restritiva, e, mesmo, negativa;
8.1 – portanto, quando faço a crítica de um livro nunca tenho em vista o leitor deste livro; esta variável não entra no processo; quem está no palco é o texto e nele está o foco; se, ao final, eu concluir pela avaliação negativa do livro criticado, isso não implica que eu menospreze e considere sem valor os leitores que gostem dele.
Humildemente, a título de sugestão a quem interessar possa, indico alguns livros que me ajudaram a chegar a estas conclusões (não te-lo-ia conseguido sozinho, por mim mesmo): “Literatura e Sociedade”, de Antonio Candido; “Sociologia do Romance”, de Lucien Goldman; “História Concisa da Literatura Brasileira”, de Alfredo Bosi; “Presença da Literatura Brasileira”, Antonio Candido e José Aderaldo Castello; “Para Uma Teoria da Produção Literária”, de Pierre Macheray; “Teoria da Literatura: Uma Introdução”, de Terry Eagleton, Teorias da Arte”, de Arnold Hauser, “O Inconsciente Político”, de Fredric Jameson, “Teoria do Romance”, de Giorgy Lukács...e paro por aqui. (estes, voltados essencialmente para a prosa, a narrativa; para a poesia há outros...e outros , ainda, para o teatro!)
UM ABRAÇO A TODOS.
Eduardo Meksenas
RASCUNHO PUBLICÁVEL
É bem verdade que a tecnologia tornou desnecessário o uso exclusivo do livro físico. O digital veio para ficar. Mas também é verdadeiro que a geração das "linguagens líquidas" não sabe o prazer que dava percorrer os caminhos entre prateleiras ou estantes das livrarias e bibliotecas. Sensação parecida era visitar as locadoras de fitas para buscar o filme ou filmes de finais de semana e feriados. Ainda sobre o livro físico, que atire a primeira pedra aquele que não curte destacar, de caneta ou lápis, trechos ou palavras no exemplar de sua preferência.
Mulheres
Não existem palavras o suficiente para descrevê-las,
nem mesmo um livro que nos ensine a entendê-las.
Não, definitivamente elas não são iguais a nós.
E sim, podemos dizer que são melhores.
Que são mais inteligentes,
mais amáveis,
até dizer que são perfeitas.
Podemos contar tudo o que os nossos corações pedirem,
e fazer tudo o que o coração da nossa amada sussurrar.
E o mais divertido é que elas sabem:
Não são melhores, nem são perfeitas.
Nós também não somos.
Ambos temos os nossos defeitos,
ambos temos qualidades.
Somente juntos é que ficamos completos,
melhores e talvez até perfeitos.
Feliz dia Internacional da Mulher!
A essência do desejo
(Poesia de Melissa Tobias, autora do livro A REALIDADE DE MADHU)
Desejos tolos e insanos,
Da profundeza do engano.
Desejei dele sair,
E do fundo do poço subir.
Desejava ter, desejava ser,
Desejava comprar, desejava ganhar,
Sem me importar,
E nem me incomodar com desejos alheios.
Desejos satânicos me jogaram no poço
Da ansiedade, da maldade,
Da dor e da falta de amor,
Da depressão e desolação,
Da doença, da falência,
Da negação, da vitimização e da maldição.
No fundo do poço entendi,
Que só subiria desejando
O bem de todos, não só para mim.
Desejei aprender lutar,
Sem o outro machucar.
Desejei ter coragem,
Para me conhecer de verdade.
Desejei para o outro olhar,
E as feridas do mundo curar.
Num novo mundo nasci;
A felicidade escolhi.
E agora desejo não mais desejar.
Desejo apenas descansar,
E na Fonte Criadora mergulhar.
Amor meu... tempo em tempos,
Tempos não fáceis, porém necessários como um livro que está sendo aberto.
Alguns deverão procurar o dicionário para traduzir algumas palavras, outros, intérprete para facilitar o entendimento.
Mas haverá aqueles que terão fácil entendimento e compreensão e outros que, além do entendimento, ainda vão estar cegos, mudos e surdos.
Não estarão dando nem uma viabilidade aos fatos e farão muito pouco.
Tempo de internalizarmos entendimentos, experiências, aprendizados e nos fortalecermos em um único objetivo, nos aproximarmos cada vez mais do Divino em obediência as suas leis e ensinamentos.
O julgamento é para os fracos de conduta, repreensão é para os covardes da liberdade.
Que possamos emanar todo o nosso brilho e clarear todas as mentes escurecidas pelas suas peculiaridades corpóreas.
Que possamos fazer chover paz e alegrias que penetrem os corações rochosos e deturbados.
Do universo vem nossa força energética e vibracional, unido um a um, reforçado com o poder maior do Divino cobrindo todo nosso orbi, revitalizando e harmonizando cada espírito em sua individualidade de entendimento e evolução para uma paz e amor maior.
O amor é o propulsor do universo.
Somos e estamos no nosso momento e evolução assertiva, de acordo ao nosso próprio empenho praticado.
Que nossa chama de luz seja refletida em todos os cantos do mundo, reprimindo a sombra, promovendo uma claridade iluminada de amor, paz e harmonia entre todos.
Se vou errando
Me ensino
Se me falaram
Me dito
Se viro a página
Me livro
Sem falar nada
Me digo
É preciso escrever
Me nino
Pra dormir em paz